Na longa jornada do guitarrista e baixista Ângelo Simões através do território em que emerge o metal mais negro, destacam-se as colaborações com os lisboetas Corpus Christii durante várias digressões na Europa e também com o belga Norgaath em diversos concertos de Coldborn, no período de 2007 a 2013.
A solo, o músico de Leiria (com fortes ligações à Marinha Grande) assume os comandos do projecto Velório, em que explora atmosferas “negras e macabras” e temas como “misantropia, satanismo, morte, suicídio, dor e perda”.
Extrema Unção, o primeiro longa duração de Velório, aguarda edição em vinil, “muito em breve”, e é a primeira parte de uma trilogia de “black metal violento” que, segundo Ângelo Simões, “pode arrepiar os amantes do género”. O álbum saiu em Dezembro de 2023 (CD e cassete) com selo da editora portuguesa War Arts. O próximo disco, de três, também já se encontra gravado.
“As composições são feitas por mim em modo pré-produção e posteriormente gravadas em estúdio”, diz ao JORNAL DE LEIRIA. “A responsabilidade pela produção é do talentoso baterista Rolando Barros (Grog; Scent of Death) que me acompanha desde 2014 na gravação das baterias, misturas e master”.
“A paixão pelo oculto, pelo obscuro, pelo desconhecido, pela provocação” conduziu Ângelo Simões a explorar as fronteiras do black metal. “Encontrei neste género musical todos estes ingredientes”.

Existem dois lançamentos anteriores do projecto Velório: Deceiver’s Light (split CD com Irae) e The Devil Made Us Do It (split mini-CD com Decayed). “Ambos mantêm a estética e a sonoridade que abordo nesta extensão da minha pessoa na música extrema”. Actualmente, nos textos, conta com a participação de Mork (ex-vocalista dos belgas Grimfaug) e Pedro Pedra, com quem partilha outras aventuras nas bandas Nethermancy e Chapel of Samhain. Os teclados são responsabilidade de Daniel Cardoso (Sirius, Anathema).
Extrema Unção é o mais recente capítulo de uma saga que, na primeira tour com Corpus Christii, envolveu 20 dias de concertos na Holanda, Alemanha, Hungria, Itália, Sérvia, Eslovénia, Polónia e Bélgica, como banda de suporte dos suecos Setherial. “O que mais me marcou foi poder tocar de país em país e haver malta que conhecia as músicas e poder partilhar o palco com artistas de que eu era fã, como, por exemplo, Watain”.