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Home Opinião

Dicionário Improvisado XXXV 

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Março 20, 2025
em Opinião
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Aproximação 
Olhas o horizonte. Porquê? O que procuras? Movimento. É por isso que olhas com tanta atenção, com tanto fascínio: procuras movimento. Tentas perceber se o horizonte vem até ti. 

Arco-íris 
Passas os dias a tentar agarrar vazios. Convencido de que te preencherão? Queres ser um vazio preenchido por outro vazio; uma sobreposição de camadas de vazio. Um arco-íris de vazio. É o que queres ser? 

Assassinato 
A flor crescia selvagem e livre. Era discreta, mas bela. E por ser bela, havia sempre uma criança que reparava nela. É uma lei imutável do universo: quando uma criança repara numa flor, é certo que a vai apanhar e oferecer à mãe. A flor crescia, e haveria sempre uma criança a passar. Uma criança que a apanhava e corria até à mãe, entendendo-lhe a flor acabada de decepar. A mãe pegava a flor e sorria, emocionada e alegre. Prosseguia o seu caminho, a flor abandonada na mão; e, mais tarde, distraidamente largada no chão. Abandonada, a flor já não cresce selvagem e livre. Já não é bela. Morre devagar. A criança faz uma birra porque quer um gelado, a mãe perde a paciência. O universo das leis imutáveis prossegue o seu movimento, indiferente ao número de flores que vivem ou morrem. 

Cortesia 
O tempo passa por ti e segue o seu percurso sem fim. Alguma vez parou para perguntar se está tudo bem contigo? Ou limita-se a passar por ti? 

Detalhe 
A totalidade cega. Precisamos da parte, do pormenor, do detalhe. A totalidade cega: apenas o momento faz sentido. 

Fronteira 
Era um homem muito triste. Tão triste que, por vezes, nem se percebia onde terminava o homem e começava a tristeza. E se um dia alguém o olhasse e apenas visse tristeza? Como se fala com a tristeza? O que se diz à tristeza? «Olá, queres tomar um café?» 

Livre-arbítrio 
Segue em frente. Mas poderá voltar atrás. Ou seguir. Ou voltar. Tanto faz. Pode fazer o que desejar. Tem essa liberdade. E sabe que a liberdade não é uma ponte, mas uma rotunda. Pode escolher o quiser: tanto faz. 

Striptease 
Primeiro, o murmúrio do trânsito. Concentra-te nele e tenta isolar esse som de todos os outros; foca-te nele até se tornar tão familiar que já não o escutas. Ouve até o eliminares. Depois, escolhe outro som. O rumor de vozes distantes e indiferenciadas, por exemplo. E fazes o mesmo: isolas e eliminas. O ladrar de um cão; e fazes o mesmo. O chilrear dos pássaros; e fazes o mesmo. Um tiquetaquear mecânico de que desconheces a origem; e fazes o mesmo. O quase imperceptível sopro do vento a agitar-se nas folhas das árvores; e fazes o mesmo. Uma vaga insinuação de música incerta, vinda de muito longe; e fazes o mesmo. O ladrar de outro cão; e fazes o mesmo. Vais retirando camadas de som ao mundo, como se o despisses. Até ficarem ambos nus, frente a frente: tu e o mundo. Vulneráveis. Prontos para conversar. 

Etiquetas: arco-írisárvorecriançacrónicadicionárioescritaescritorLeiriaopiniãoPaulo Kellermanprosaregião de Leiria
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