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Teatros históricos deslumbram na era do ecrã miniatura

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Julho 4, 2024
em Abertura
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Teatros históricos deslumbram na era do ecrã miniatura
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Já depois de iniciar actividade, em 1887, a Sociedade Recreativa Figueiroense, que acolhia artes de palco no edifício que ainda hoje existe como pequeno auditório em Figueiró dos Vinhos, surge no Bombarral, em 1921, o Teatro Eduardo Brazão, com inauguração a 27 de Fevereiro, a jóia incontestada das salas de espectáculos no distrito de Leiria, entre os teatros históricos que resistiram até à actualidade.

Com 103 anos, e entretanto classificado como imóvel de interesse público, o Teatro Eduardo Brazão continua a deslumbrar quem o visita e é por vezes requisitado para filmagens – como, recentemente, durante as gravações da nova telenovela da SIC, A Promessa. Na era do Tik Tok e das visualizações em ecrã de telemóvel, a solenidade que oferece ao público permite redescobrir a consciência do momento e a imponência de cada apresentação ao vivo, mesmo com apenas 280 lugares em redor do altar onde actuaram, por exemplo, António Calvário, Vitorino, Laura Alves, Marina Mota, António Vitorino d’Almeida ou, logo na abertura, o próprio Eduardo Brazão.

Não é exagero dizer que a explosão de azul do Teatro Eduardo Brazão – na verdade, três tons de azul – rouba o protagonismo aos músicos, bailarinos e actores da programação mantida pela União Cultural e Recreativa do Bombarral (UCRB), proprietária do espaço, que se prepara para retomar a exibição regular de cinema. A construção é em si mesma uma obra de arte e segue o modelo italiano, em ferradura, com três pisos (de camarotes e balcão) a envolverem a plateia. Todo em madeira, com candelabros de cristal, num estilo neoclássico e revivalista.

Foto de Ricardo Graça

“Gasta-nos o dinheiro todo, ninguém imagina os custos de manutenção”, assinala o presidente da UCRB, Rui Viola. É como uma espécie de museu que preserva o requinte de outra época. “Dada a excelência da acústica”, explica o dirigente, muitos performers prescindem da amplificação sonora. “A pessoa da última fila ouve perfeitamente os graves e os agudos, sem qualquer problema”.

É desde a primeira hora um empreendimento privado, mas desconhece-se o autor do projecto. “Achamos que existe uma forte probabilidade de ter sido desenhado por Ernesto Korrodi”, comenta Rui Viola, que é arquitecto. “Há várias razões, mas a mais forte de todas é a qualidade. Não sendo o Korrodi, quem é que [na região] teria conhecimentos? Ninguém”. E apresenta como argumento o Teatro Chaby Pinheiro, na Nazaré, atribuído, precisamente, a Korrodi. “São praticamente contemporâneos”, aponta. “Este parece o mano rico e o outro parece o mano pobre”.

A influência de Korrodi

Cinco anos depois do Teatro Eduardo Brazão, o Oeste ganhou, então, outra sala de espectáculos com dignidade para os artistas mais célebres, por iniciativa da Casa de Nossa Senhora da Nazaré, hoje Confraria. Segundo Nuno Batalha, presidente da instituição de culto e solidariedade social, há disponibilidade para abrir o recinto em permanência à comunidade, se reunidas as condições e o financiamento. Actualmente, o Teatro Chaby Pinheiro só recebe eventos pontuais. O sistema de palco e plateia estreado a 5 de Fevereiro de 1926 inspira-se também no La Scala, de Milão, com planta em forma de ferradura. Na fachada, é impossível não reparar no rosto humano esculpido sobre a porta principal, e, no interior, em madeira, o pintor Francisco Ayres deixou frescos sobre a tragédia grega e romana, um tecto decorado com motivos florais e a tela de boca de cena, em que está representada uma mulher com traje romano. O actor Chaby Pinheiro liderou a inauguração com a companhia homónima e as peças Leão da Estrela e Conde Barão, mas, na Nazaré como noutros concelhos, e durante décadas, a história do edifício não se conta sem os grupos amadores e o entretenimento mais popular, a par das elites e dos profissionais.

Foto de Ricardo Graça

Não muito mais tarde, a 1 de Agosto de 1930, aparece o actual cineteatro da Nazaré, que os locais conhecem como Casino, para exploração pelo sector privado, até ser adquirido pelo município, que o remodelou e reabriu em 2001 com capacidade para 447 espectadores.

O legado dos Stephens

Na Marinha Grande, a origem do teatro está ligada com a história da indústria. A primeira sala de espectáculos, em que chegou a sentar-se, como espectadora, a rainha Dona Maria I, é uma iniciativa do empresário inglês Guilherme Stephens, no final do século XVIII. “Tinha um pano de boca cuja imagem fazia a apologia do trabalho, desterrando a mendicidade”, escreveu Norberto Barroca (1937-2020) no livro Palco de Memórias, editado pelo município. Preocupado com o nível de educação e de cultura dos funcionários da Real Fábrica de Vidros, o mais velho dos irmãos Stephens “mandou vir mestres para lhes ensinarem as primeiras letras e para lhes darem aulas de desenho e de música”, assinala o arquitecto Miguel Lopes Figueiredo na prova de mestrado defendida na Universidade de Coimbra. Mas não só: “Durante muitos anos, os operários representaram e viram representar”. Tornaram-se actores numa tradição de espírito amador que ainda hoje perdura nas colectividades do concelho.

Destruído durante as invasões francesas, o Teatro da Real Fábrica de Vidros renasce como Teatro Stephens depois da reconstrução. Já na década de 30 do século XX, um incêndio motiva uma nova obra, da qual emerge o edifício actual, inaugurado a 5 de Outubro de 1941 pela companhia de Robles Monteiro e Amélia Rey Colaço com a peça Recompensa, de Ramada Curto, sobre o conflito entre os trabalhadores e o patrão de uma fábrica. Nos anos seguintes, recebeu Vasco Santana, Ribeirinho, Eunice Muñoz ou Carmen Dolores, entre outros. E os filmes com as principais estrelas de cinema. “Por aqui passaram alguns dos grandes nomes da cena portuguesa”, pode ler-se no texto de Norberto Barroca, que colaborou como encenador com o Teatro Nacional Dona Maria II, o Teatro Aberto, o Teatro S. Luís, a Barraca, o Maria Matos, o Parque Mayer e a Casa da Comédia. “Aqui vi os meus primeiros espectáculos de teatro. Aqui, também, neste palco, comecei a dizer poesia”.

Foto de Ricardo Graça

No interior, sobressaem os lustres em cristal, o baixo relevo em gesso alusivo ao fabrico de vidro pelos egípcios e a dupla escadaria em espiral que dá acesso ao balcão e aos camarotes dispostos sobre ambos os lados da plateia, mas o maior destaque é a tela de boca de cena em que um anjo segura um escudo com as insígnias da Marinha Grande e outro a roda dentada da indústria, numa homenagem aos Stephens, da autoria de Alberto Nery Capucho, a quem algumas fontes atribuem, igualmente, o projecto da sala de espectáculos. Outra hipótese, segundo Miguel Lopes Figueiredo, é o gabinete da família Korrodi. “O cineteatro de Alcobaça, terminado em 1944, do arquitecto Ernesto Korrodi e com posterior alteração por seu filho Camilo Korrodi, tem nos camarotes e frente de balcão uma quase repetição de desenho”, explica. Mais: as semelhanças encontram-se, também, noutro cineteatro da região, o Paraíso, em Tomar, remodelado na década de 40 por Ernesto Korrodi.

Encerrado em 2007, o Teatro Stephens reabriu com o espectáculo Palco de Memórias de Norberto Barroca em 25 de Outubro de 2014, como Casa da Cultura, com 262 lugares, fruto de uma requalificação coordenada, precisamente, por Miguel Lopes Figueiredo, que é técnico superior da autarquia da Marinha Grande.

Como os mais chiques da capital

Ernesto e Camilo Korrodi trabalharam em Pombal no mesmo período (1938 a 1948) a convite de um grupo de cidadãos que constituiu uma sociedade para criar o actual teatro-cine, com fachada art déco, remodelado e reinaugurado em 2002. Já em Alcobaça, deixaram maior marca. Inaugurado pela companhia da actriz Maria Matos a 18 de Dezembro de 1944, o Cineteatro João d’Oliva Monteiro – em homenagem ao empreendedor que idealizou a sala de espectáculos – reflecte uma abordagem com elementos de arte nova, art déco, modernismo e funcionalismo. “Um feito importantíssimo não só na carreira dos arquitectos Korrodi, como também na história da arquitectura portuguesa dos anos 40”, assegura uma nota no site do município. “Considerado por muitos um dos mais belos do país, não ficando abaixo dos mais chiques da capital”.

Sérgio Godinho, Jorge Palma, Raul Solnado, Michael Nyman e Lloyd Cole estão entre os artistas que brilharam no Cineteatro João d’Oliva Monteiro, entretanto adquirido pela câmara e reaberto, depois de requalificado, com sala principal (299 lugares) e pequeno auditório (62). Continua a competir com todos os ecrãs, da televisão aos telemóveis e computadores.

Leiria: Do Maria Pia a Monte Real
 
Inaugurado a 9 de Dezembro de 1880, o Teatro D. Maria Pia foi, durante anos, o principal centro cultural em Leiria. Localizado na zona da Fonte Luminosa, seria demolido na década de 50 e substituído por um barracão instalado perto das escadas de acesso ao Marachão, com exibição de cinema (primeiro filme: A Leste do Paraíso, protagonizado por James Dean). Só alguns anos mais tarde surge aquela que é, ainda hoje, a maior sala de espectáculos na cidade: o Teatro José Lúcio da Silva, inaugurado em 1966, que deve o nome ao seu principal financiador. Já o Teatro Miguel Franco, mais pequeno, data de 2003. Em Monte Real, o cineteatro foi construído em meados do século XX.
Etiquetas: alcobaçaBombarralCinemaLeiriaMarinha GrandeNazaréPombalteatro
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