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“A nossa realidade está ainda a anos-luz do ténis espanhol, francês ou italiano”

Inês Gonçalves Mendes por Inês Gonçalves Mendes
Junho 20, 2024
em Entrevista
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“A nossa realidade está ainda a anos-luz do ténis espanhol, francês ou italiano”
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Esteve cinco anos a trabalhar com as selecções do Catar e regressou a casa para criar o Racket Sports Clube de Leiria. O que o levou a tomar esta decisão?

O Catar foi um período engraçado e desafiante da minha vida. Estive lá com as selecções nacionais de sub16 e sub-18. Posteriormente, ainda se criaram dois projectos diferentes. Um era o início de uma equipa feminina que não existia, porque era raro haver senhoras a fazer desporto, mas conseguimos criar uma equipa de FED Cup na altura. Cheguei, durante um período, a estar com a Taça Davis masculina. Foram períodos engraçados. Mas sempre mantive o desejo de voltar, porque desde cedo saí de casa para seguir os sonhos tenísticos. Era uma coisa que, mais cedo ou mais tarde, poderia acontecer de uma forma natural. Até já poderia ter acontecido antes de ir para o Catar, acabou por não haver essa possibilidade na altura. Depois, houve um convite por parte dos donos do espaço para que se apresentassem propostas para a gestão de instalações e nessa altura pensámos ‘Porque não?’ As coisas correram bem e acabámos por voltar, já vai fazer quatro anos.

Foi dado como uma jovem promessa no ténis, mas lesões impediram-no de continuar a carreira. Como é que um jovem abandona uma carreira promissora, com a noção de que teria mais para dar?

Não é fácil, obviamente. As lesões foram coisas que, na altura, senti que não dependiam muito de mim. Sempre me preocupei com o meu corpo, tive disciplina a trabalhar. Nunca fui desleixado ou preguiçoso. Eram coisas que fugiam do nosso controlo e essa parte é mais difícil de gerir. Mesmo assim, fiz um percurso do qual me orgulho e consegui vários resultados de relevo. Não consegui, se calhar, aqueles que tinha em mente. Acabei por transferir, aos poucos, essa paixão que tenho pelo ténis para a parte de treinador. Foquei-me noutros objectivos, tirando prazer de outras coisas, mais a ajudar outras pessoas em vez de trabalhar para mim mesmo. Aquela fase final da carreira estava a ser complicada, já não tinha muito prazer em ir para o campo. Foi aí que decidi parar de jogar e enveredar pela carreira de treinador, da qual me orgulho.

Abraçou a carreira de treinador e já passou por vários pontos do mundo. Que aprendizagens acumulou que consegue agora aplicar no Rackets Sports Clube?

Foram muitas. Temos de estar dentro do campo a gerir uma série de emoções que, no dia-a-dia, também vivemos. Se demoramos meia hora a superar uma frustração ou uma coisa que não queríamos, essa meia hora é suficiente para perdermos o encontro. Na gestão das emoções e na forma como encaramos as dificuldades que se apresentam, [o ténis] é das modalidades mais enriquecedoras. A forma de aceitar os desafios e de sentir-me confortável na zona de desconforto fez-me progredir. Lembro-me de começar a dar treinos num campinho perto do sítio onde vivia, em Espinho. Depois, convidaram-me para dar uns treinos de competição ao mesmo tempo que geria esse campinho. Deixei de conseguir estar nesse campinho e fiquei a full-time lá. Os resultados apareceram e surgiu o convite de ir para Lisboa para um grupo de atletas femininas. Pensei: ‘estou na minha zona de conforto, mas daqui a três ou quatro anos, não vou evoluir muito mais’. Saí da zona de conforto e esse desafio trouxe-me outro, trabalhar a full-time com uma atleta. Desse trabalho, surgiu um convite muito engraçado do Rui Machado, que procurava um treinador. Estivemos cinco anos a trabalhar juntos e conseguimos chegar ao melhor ranking dele de sempre, n.º 59 no mundo. Eram muitas viagens e surgiu a tal vontade de vir para Leiria. Fiz uma pausa nas viagens e queria arranjar um espaço onde conseguíssemos estar. Na altura isso não foi possível e surgiu o convite para o Catar. Sabia que ia estar fora de casa, mas pensei: “Vou para fora, mas ao menos vou passar tempo com a minha família”.

Ou seja, sempre sentiu esta necessidade de mudança?

Sim. Não é a mudança de estar farto do que estou a fazer e de mudar. Mas sim aquele bichinho da evolução e do desafio de ‘deixa ver se consigo estar à altura deste desafio’.

Como é tratado o ténis lá fora, em comparação com Portugal?

Estamos numa fase boa do ténis português. A Federação de Ténis está a fazer um trabalho bastante bom na promoção da modalidade. Há mais jogadores a competir internacionalmente, há muito mais torneios internacionais em Portugal. A nossa realidade está ainda a anos-luz do ténis espanhol, francês ou italiano. Os espanhóis têm uma cultura desportiva que, infelizmente, ainda não temos. Já tiveram não sei quantos números 1 no mundo, tiveram dezenas de atletas no top 100, nós tivemos talvez quatro ou cinco. Na altura que trabalhava com o Rui Machado, quando ele chegou ao ranking 59, tinha batido o melhor ranking de sempre de um português, do Frederico Gil. Entretanto, o João Sousa bateu esse recorde e se calhar o Nuno Lopes vai bater o recorde do João Sousa. Estamos a comparar-nos com um país que tem 20 ou 30 Joãos Sousa ao mesmo tempo. Há muitos bons treinadores em Portugal e penso que é um bocadinho à custa disso. Temos muito menos matéria-prima e temos de ir a cada detalhe, a tentar potenciar ao máximo as qualidades dos atletas, porque não temos dez para escolher.

Depois do João Sousa, surge Nuno Borges como uma das maiores promessas portuguesas do ténis. Os atletas têm de sair de Portugal para ter sucesso?

Há uns anos, não era obrigatório, mas era quase. Era muito difícil um jogador em Portugal conseguir ter condições para se desenvolver até um patamar profissional. Tanto é que o Rui Machado fez a formação dele toda em Espanha, o João Sousa foi treinado em Espanha, o Frederico Gil se calhar foi dos únicos que conseguiu chegar onde chegou praticamente sempre em Portugal. Hoje em dia, há muito mais treinadores com experiência internacional. Por exemplo, neste momento, com o Nuno Borges está a trabalhar o Rui Machado, que sabe muito enquanto jogador e transmite coisas que poucos conseguem. Já se consegue fazer isso em Portugal e acho que é fruto desta história que estamos a criar. Hoje em dia, temos muito mais gente a tentar competir internacionalmente.

Então já não é tão difícil construir campeões no ténis em Portugal?

Penso que não. Já temos muito mais treinadores capazes de transmitir esse conhecimento. Por exemplo, a dificuldade que temos aqui em Leiria acaba por ser a parte da envolvência e da quantidade de atletas que estão a seguir o mesmo sonho. Não temos, infelizmente, uma quantidade razoável de atletas com esse nível, então para os que estão às vezes é difícil conseguirem ser diariamente desafiados. É um desafio extra, para nós treinadores, tentarmos criar essas dificuldades em treino. Não acho que eles tenham de ir para fora para continuar a progredir na carreira, porque também a carreira é feita de 30 a 35 semanas a competir. As semanas que sobram são semanas de treino. Com bons treinadores e bons parceiros de treino, uma boa filosofia de trabalho e mentalidade, não há razão nenhuma para terem de fugir daqui para fora.

Leiria é um território atractivo para a alta competição no ténis?

Acredito que sim. Também leva o seu tempo, tanto é que estamos aqui há quatro anos e essa parte da academia internacional é um projecto que existe, mas ainda não está no patamar que gostaríamos. Aos poucos, a coisa vai-se montando. Temos, por exemplo, nas Caldas da Rainha, na Academia do Pedro Felner, vários atletas com excelente nível e bons técnicos a trabalhar. Em Leiria temos uma residência onde os atletas de fora podem ficar. Conseguimos, de alguma forma, controlar a parte extra-campo, que também é importante. Saber se estão a descansar bem, se comem bem, se treinam bem, são tudo partes importantes no desenvolvimento deles. Caldas da Rainha e Leiria são dois centros que já oferecem excelentes condições aos atletas.

É preciso ter uma genética diferente para ser campeão de ténis? Ou é apenas preciso um plano extremamente oleado como o do King Richard, pai das atletas Serena e Venus Williams?

Isso não é nada fácil. King Richards não há muitos. Nem duas filhas com aquela mentalidade. Lá está, ele teve o mérito de conseguir incutir nelas uma mentalidade espectacular, quase como se elas se alheassem do mundo. Obviamente que algum talento natural ajuda, mas não é determinante. Vêem-se muitos atletas com um talento incrível e que não chegam a lado nenhum. Se calhar, não têm a outra parte do talento de trabalhar, de ser resilientes, ter espírito de sacrifício e disciplina. Sem talento natural, mas com tudo o resto que mencionei, acho que se consegue chegar muito longe. Cair e ficar ali a chorar sobre a derrota ou sobre o erro, a pensar muito naquilo, não ajuda em nada. Quem é resiliente, quem tem espírito de sacrifício, quem luta até à exaustão, acaba por conseguir desenvolver-se física, técnica e tacticamente e está pronto para competir.

O que o Rackets tem para oferecer a atletas estrangeiros que queiram vir para Leiria treinar?

Felizmente, já conseguimos dizer que temos dois campos cobertos. Deram muita luta, mas era uma coisa fundamental para garantir a preparação dos atletas em períodos de chuva. Temos um pequeno ginásio no piso inferior, uma zona de estar no piso superior, onde eles também podem estudar online. Temos a parte do alojamento e da alimentação, o que para muitos pais é um descanso. Temos uma equipa técnica bem preparada. Falta-nos ampliar o número de atletas de alta qualidade, que puxem pelos outros. Hoje em dia, acho que Portugal já aparece no mapa do ténis. Acabamos por ter algumas vantagens porque não queremos, de todo, ser uma academia muito grande. Temos uma envolvência mais familiar, o que também interessa a algum tipo de atletas, ter um treino mais personalizado.

É importante para o Rackets Clube continuar a organizar o Internacional Junior de Leiria?

Apesar do Rackets só estar aqui há quatro anos, sempre fizemos parte da casa e o clube que estava cá a gerir anteriormente já fazia essas edições e nós mantivemos. É um marco para a cidade e para a região. Traz sempre centenas de atletas estrangeiros que não só visitam Leiria, o clube, treinam e competem aqui, mas acabam por mexer com a economia da cidade. Agora que estamos numa fase mais fácil do projecto, temos a ambição de trazer outros torneios internacionais.

Como por exemplo?

Um torneio internacional feminino ou masculino do escalão sénior, era o que gostávamos. Se houver possibilidade de encaixar outro no calendário, talvez ter um internacional de camadas mais jovens, sub-16 ou sub-14. É um espaço que merece ser visitado e penso que temos todas as condições para isso.

Etiquetas: André LopesFederação Portuguesa de TénisJoão SousaLeiriaNuno BorgesPousosRacket Sports ClubeRui Machadoténis
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