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Focados e determinados em lutar pela vitória nas respectivas categorias. É desta forma que os leirienses João Ferreira e Ricardo Porém partem para o Rally Dakar 2024, que se realiza entre os dias 5 e 19 de Janeiro de 2024, na Arábia Saudita.
Na sua segunda participação num dos ralis de longa distância mais desafiantes do mundo, João Ferreira, que recentemente uniu forças com a Can-Am e a South Racing, vai competir na categoria T4, navegado por Filipe Palmeiro.
O piloto de 24 anos que, no último trimestre deste ano, se estreou nos T4 com vitórias, no Rali de Marrocos e na Baja Dubai, considera ter as “condições” para “tentar lutar pela vitória” no Dakar.
“As corridas são muito imprevisíveis, mas temos trabalhado para tentar lutar pela vitória. A adaptação à nova equipa e ao carro têm estado a correr bem. Temos a sorte de a equipa estar sediada em Portugal, o que facilita em termos de logística, aulas de mecânica. Acho que temos tudo preparado para fazer um bom Dakar”, afirma.
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Preparado também para enfrentar as dunas da Arábia Saudita está Ricardo Porém, que parte para a sua quinta participação na competição, na categoria Challenger, a nova denominação para os T3, ao volante de um MMP T3 Rally Raid, num novo projecto com a MMP. Novamente com Augusto Sanz como navegador, o leiriense ambiciona terminar no top 5.
“A categoria Challenger é muito concorrida, com excelentes pilotos e equipas. Mas acredito que temos potencial e capacidade para o conseguir fazer. Vamos agora trabalhar e dedicar-nos ao máximo durante essas três semanas”, assegura.
Sobre a preparação para a competição, afirma que tem sido feito “o possível e o que está ao alcance para ir de consciência tranquila e a saber que demos tudo para procurar um bom resultado”. “Não é por acaso que o Dakar é o rali mais difícil do mundo. Falamos de cerca de oito mil quilómetros, com 90% de deserto, onde temos condições de 40 graus num dia, e no dia seguinte podemos estar com temperaturas quase negativas. São muitas as variáveis e condicionantes, pelo que devemos estar sempre preparados.”
João Ferreira e Ricardo Porém, que partem para a Arábia Saudita na madrugada de 1 de Janeiro, salientam ainda o “apoio” dos leirienses. “É muito gratificante. Todos os dias temos mensagens de apoio. É espectacular ver que temos pessoas do outro lado do mundo a apoiar-nos nesta nossa aventura”, sublinha João Ferreira.
Da mesma forma, Ricardo Porém destaca que “poder representar as cores da cidade pelo mundo fora, especialmente numa prova como o Dakar, é um orgulho tremendo”. Para o piloto, a ‘cereja no topo do bolo’ seria os dois pilotos trazerem títulos para casa. “Podermos comemorar os dois na nossa cidade seria algo fantástico. E isto não é sonhar, é ambicionar. É por isso que vamos lutar.”
Ano 2023 foi de “crescimento e evolução”
Iniciou o ano 2023 com a primeira participação no Rally Dakar, onde alcançou a vitória numa das etapas. Um momento que, para João Ferreira, foi “o mais alto” do ano.
“À partida, 2023 não parece tão glorioso como 2022, não tivemos tantas vitórias como as que tínhamos tido no campeonato português e no campeonato da Europa no ano passado, porque apostámos mais na internacionalização. Fizemos o campeonato do mundo na totalidade, bate-nos contra os melhores pilotos do mundo, conseguimos algumas vitórias em etapas. Ganhámos ainda a Baja de Portalegre. Portanto, o balanço é sempre positivo. Evoluímos muito no deserto, que era o principal objectivo”, afirma o piloto, apontando 2023 como o ano onde mais cresceu.
“As corridas do campeonato do mundo são muito longas. Temos muitas mudanças de piso, todas as corridas acontecem em zonas diferentes. Em cinco anos de carreira, 2023 foi o ano onde evoluí mais.”
Já Ricardo Porém, após ter terminado o Dakar 2023 como o melhor português, esteve apenas presente em algumas provas ao longo deste ano, com maior destaque para as 24 Horas TT Vila de Fronteira, este mês de Dezembro, onde alcançou o terceiro lugar.
“Tive uma temporada mais sazonal. Coloco todo o profissionalismo em cada participação e em cada projecto desportivo ano após ano, mas tenho noção que esta não é a minha vida profissional. Vou tentando conciliar tudo com muita dedicação, trabalho e engenharia, pois o ditado é velho: quem corre por gosto não cansa”, realça o leiriense, que decidiu inscrever-se no Campeonato do Mundo de 2024.
“É a primeira vez que tenho esta oportunidade. Ainda não sei se o vou disputar na totalidade, pois também vai depender de como corre o Dakar, a primeira prova do campeonato e a que tem mais pontuação. Mas, pelo menos no Dakar, no rali transibérico, organizado por Portugal e Espanha, e em Marrocos, gostaria de estar presente.”
