O Município de Leiria aprovou, esta terça-feira, o seu orçamento para o próximo ano, com uma dotação de 112,5 milhões de euros (ME), a maior dos últimos 14 anos. É preciso recuar até 2010 para encontrar um orçamento superior (127,9 ME), valor que, no entanto, estava, como foi reconhecido, empolado.
“Ultrapassámos a barreira psicológica dos 100 ME, que nunca tinha sido alcançada na lógica dos orçamentos com contas controladas”, salientou o presidente da câmara, Gonçalo Lopes, durante a discussão dos documentos previsionais do município para 2024, aprovados por maioria, com os votos contra dos três vereadores da oposição.
Na análise ao orçamento, Gonçalo Lopes destacou a preocupação em “manter o rigor financeiro” e o crescimento da dotação orçamental por força inflação e da transferência de competências, com implicações nas despesas com pessoal, que totalizarão 29,4 ME.
O autarca realçou ainda aposta na educação, que tem cabimentados 13,4 ME. “É o orçamento que mais investe na educação na última década”, afirmou, referindo duas obras “emblemáticas” que vão avançar no próximo ano: a requalificação das escolas Secundária Afonso Lopes Vieira e EB 2,3 D. Dinis, que representarão um investimento superior a dez milhões de euros, bem como a conclusão do centro escolar dos Marrazes e o início da construção da nova escola básica em São Romão.
O investimento na área da educação mereceu o elogio de Álvaro Madureira, vereador independente eleito pelo PSD, que considerou que o município tem feito “um belíssimo trabalho” nesta área. O autarca aplaudiu também a aposta nas transferências de verbas para as freguesias, que, no próximo ano, rondarão os12 ME. “É o melhor que podemos fazer. As freguesias fazem imenso com pouco”, defendeu.
Depois dos elogios, Álvaro Madureira criticou a “falta de visão” do executivo, defendendo uma aposta na aquisição de terrenos, onde se incluiu a Mata da Curvachia e os antigos areeiros da Gândara. No seu entender, seriam “investimentos para as gerações futuras”.
O eleito da oposição criticou ainda o protelar da poluição no rio Lis associada às águas residuais e a deficiências na rede de saneamento e pediu “rapidez” na criação de mais estacionamento na cidade e alívio da carga fiscal municipal e do preço da água.
Novo ciclo de investimentos na cultura
As críticas ficaram sem resposta do presidente da câmara, que preferiu destacar as prioridades do orçamento para 2024. Além da educação, Gonçalo Lopes salientou a aposta nas áreas da saúde, com a construção de três novas unidades (Barreira, Santa Eufémia e Pousos), e social, com a continuidade de vários programas de apoio aos mais vulneráveis.
Na área da cultura, referiu a conclusão dos projectos da Villa Portela e da Black Box e o início de “um novo ciclo de investimentos”, onde se inclui a segunda fase da intervenção no Castelo e a ampliação da biblioteca municipal.
O orçamento para 2024 contempla já verba para o início do Aquapolis, a construir na Barosa e que inclui piscinas ao ar livre.