A descarbonização e o recurso às energias renováveis são imperativos e Leiria tem condições para produzir biometano, a partir efluentes suinícolas e avícolas gerados neste território. Há interesse por parte das empresas do sector agropecuário, mas urge afinar a legislação e formar pessoas para trabalharem neste novo mundo tecnológico. Estas foram conclusões resultantes da conferência promovida pela Floene, dia 18, em Leiria, subordinada ao tema Oportunidades dos Gases Renováveis – Novos Negócios, Competências e Profissões.
Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, mostrou-se satisfeito com a existência de dois projectos privados neste território, [LER_MAIS]um investimento de cerca de 50 milhões de euros para produção de biometano.
Quanto a Paulo Ferreira, CEO da PRF – Gas Solutions, realçou que a descarbonização já se tornou numa obrigação legal, com prazos apertados. E a sua empresa não quer perder a oportunidade de utilizar 32 anos de experiência com infra- estruturas de transporte de gás para apostar no biometano. Mas entende que, nesta matéria, a legislação já deveria ter sido publicada com detalhe, porque se mantêm muitas dúvidas práticas.
Também Mário Martins, responsável de projecto da Genia Bioenergy em Portugal, explica que o grupo encara o País como uma oportunidade, apesar de estar a confrontar-se com dúvidas nos licenciamentos.
Da parte da Nerlei e da Acilis, o trabalho passa pela sensibilização de empresas, sendo que, segundo Pedro Neto, vice-presidente da Acilis, a maioria só agirá quando sentir que perde dinheiro por não atender às novas directrizes da descarbonização. Luís Serrano, docente do IPL, Eduarda Fernandes, presidente da Startup Leiria e Vítor Ferreira, coordenador do Projecto Greenovet, concordaram na necessidade de qualificar pessoas para operar nestas actividades, sendo útil perceber o que de melhor é feito no mundo para aplicar na região.