Os adeptos da União Desportiva de Leiria (UDL), que são fãs de desportos electrónicos (esports), e de futebol virtual em particular, já terão ouvido falar da UDL Esports EA FC. É a mais recente equipa do clube unionista, que apesar de já ter entrado no mundo do desporto virtual em 2017, reforçou este ano a aposta no projecto de esports, em parceria com o histórico clube de desportos electrónicos For The Win Esports Club (FTW).
Os primeiros resultados já estão à vista: dois jogadores da equipa, GodRafa e Guialex, que disputaram a presença na sua primeira competição internacional online ao serviço da UDL, ficaram entre os 256 melhores jogadores da Europa e asseguraram a qualificação para a prova, que decorre este fim-de-semana, dias 21 e 22.
Mas regressemos ao início e ao momento em que a SAD da União de Leiria contactou o For The Win Esports Club, com o intuito de “construir um projecto a longo prazo”. “Explicaram-nos o que tinham em mente e o que procuravam. E juntos construímos um projecto onde, numa primeira fase, há um maior investimento na modalidade de futebol virtual EAFC (antigo FIFA), mas em que vamos procurar apostar no máximo de modalidades”, explica Francisco da Silva Santos, gestor de projecto da União de Leiria Esports, que em 2017 chegou a passar pelo clube unionista, trabalhando actualmente no FTW.
[LER_MAIS]
A equipa é composta por Guilherme ‘Guialex’ Alexandre, jovem de 19 anos que já venceu a Taça de Portugal de FIFA em 2021, Rafael ‘GodRafa’ Santos, jovem promessa do futebol virtual em Portugal que se afirmou como tal na época do FIFA 23, e André ‘Zitsubasa’ Pereira, jogador “irreverente” que se tem afirmado desde o FIFA 22.
O trio é treinado por Luís ‘Lord Valium’ Marques, veterano do futebol virtual com presença em diversas competições de FIFA, com destaque para a participação no Campeonato do Mundo de Londres em 2002, e Rui Viegas como cientista desportivo.
“Quando fui nomeado gestor do projecto da UDL, a minha prioridade foi a escolha do treinador, que chegou a trabalhar comigo no Boavista. Completamo-nos muito bem e sabia que seria uma óptima aposta. Os jogadores também fui eu que identifiquei, e o treinador concordou com as três primeiras opções que foram apresentadas”, revela Francisco da Silva Santos.
Feitos os convites aos jogadores, e apesar de terem propostas de clubes da Primeira Liga, aceitaram o desafio da União de Leiria, por “acreditarem no projecto”.
“Na eLiga Portugal, a principal competição de futebol virtual no nosso País, apenas podem participar os clubes que estão na Primeira Liga de futebol. Apesar de estarmos sempre dependentes que a UDL suba à 1.ª Divisão para podermos disputar esta competição, os jogadores que escolhemos para a nossa equipa identificaram-se com o projecto e aceitaram juntar-se a nós. Além de que teremos sempre outras competições onde participar.”
No início, os três atletas disputarão torneios no EAFC tradicional (1v1 e 2v2), tendo também já sido confirmada a presença no modo Clubs, onde o jogo se disputa 11 contra 11, e para o qual a UDL apresentou também uma equipa própria de 11 jogadores, “que se encontram numa fase de crescimento”.
“Apesar de actualmente não existirem competições oficiais no modo Clubs, existem competições independentes que estão a crescer muito, nacional e internacionalmente. No âmbito deste modo temos exclusividade com a VPG, onde vamos competir na liga e taça da liga, e a nível internacional temos vaga garantida na liga dos campeões da VPG e na VPG Premier. Nunca vamos poder dizer que somos campeões nacionais neste modo, porque não é oficial, mas podemos sempre dizer que somos a melhor equipa, no caso de nos sagrarmos vencedores”, explica o gestor do projecto.
No modo Clubs, em Portugal, a missão da UDL passa por assegurar presença nas fases finais das diferentes provas, ao passo que nas competições internacionais o objectivo é “mostrar competitividade”. Ainda assim, a prioridade são os torneios no EAFC tradicional (1v1 e 2v2).
Segundo o gestor do projecto, a equipa conta com um psicólogo, planeamentos de nutrição, descontos para a prática de desporto em ginásios e outros locais, entre outros benefícios para os jogadores, residentes na Margem Sul, na Amadora e em Rio Tinto. “É um projecto atractivo, onde procuramos assegurar um acompanhamento próximo aos atletas. Também nos vamos encontrando, inclusive para irmos a Leiria assistir aos jogos da UDL no estádio, para reforçarmos a própria ligação entre os elementos”, sublinha Francisco.
O projecto da UDL ambiciona ainda, a curto ou médio prazo, a criação de uma academia em Leiria, para formar mais jogadores. “É uma modalidade com potencial para ser cada vez mais valorizada”, considera o gestor, avançando que o clube pretende expandir a aposta a outras modalidades, designadamente o desporto automóvel. “Queremos criar um projecto que seja realmente interessante, forte e coeso. Nesse sentido, poderemos vir a ter também uma equipa de automobilismo, uma modalidade igualmente muito acarinhada nesta região”, remata.