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Home Opinião

Letras | Quando o caruncho corrói o corpo e a alma

Ana Moderno, autora e conservadora de museus por Ana Moderno, autora e conservadora de museus
Setembro 28, 2024
em Opinião
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Letras | Quando o caruncho corrói o corpo e a alma
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Dizem que é à noite que as almas penadas gostam de atentar os vivos. Há qualquer coisa na escuridão que as atrai. A elas e a outras temíveis criaturas, como os lobisomens, os vampiros ou as bruxas.

Provocar o medo, o susto, o arrepio faz parte da missão destes seres que trazem em si a vingança, talvez porque tenham deixado algo por resolver em vida ou noutra vida.

A lenda da costureirinha, narrada em várias regiões do nosso país, traz a crença de uma jovem que atormentou muita gente durante a noite. Mesmo após a sua morte, continuou a trabalhar com a máquina de costura. O trabalho póstumo é o pagamento por não ter cumprido uma promessa aos santos ou por não ter parado de costurar ao domingo, dia sagrado.

Havia quem ouvisse a costureirinha nas suas casas, à noite. O som podia vir da cozinha, do quarto ou do alpendre. Ouviam-se os pedais da máquina de costura antiga, ou mesmo o corte das linhas e o pousar da tesoura.

Os mais céticos diziam que o que se ouvia era “bicho da madeira” ou o caruncho, que gostava de actuar nas longas horas da noite.

Sabe-se que o caruncho não rói só madeira, mas também pode roer livros, mapas e outros materiais com celulose. Metaforicamente, o caruncho pode roer o nosso corpo, indicando as mazelas da idade e a inevitável decadência.

É o Caruncho que dá nome ao romance de Layla Martínez, numa apropriação metafórica e real do seu significado. A escolha não poderia ter sido mais apropriada ao o livro que tem sido um fenómeno literário em Espanha. Este Caruncho escarafuncha e corrói corpos e almas, numa história que se conta por uma neta e por uma avó, duas vozes que se intercalam e que quase se confundem.

Descreve a Antígona, editora que lança o livro em Portugal este ano, que “esta história de rancor e vingança é indissociável da memória do lar assombrado, de espectros que clamam justiça, entre quatro paredes sobre as quais pesam traumas herdados e décadas de violência e opressão”. Layla reporta-nos a uma Espanha rural ainda marcada pelo franquismo. Mas podia muito bem ser uma história vivida num Portugal mais ou menos profundo, onde as oportunidades nem sempre estão ao alcance de todos.

Não há falinhas mansas nem dó neste livro; há memórias e destinos condenados, há devoção e há almas penadas, e há caruncho, muito caruncho.

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