Está anunciado para sábado (2 de Setembro) e é um dos momentos em que a organização coloca maiores expectativas. “Uma oportunidade única”, segundo Alexandre Correia, coleccionador e investigador responsável pela curadoria do certame. Com início às 20 horas, a demonstração de cozedura raku junta no Jardim Luís de Camões os ceramistas João Pinto da Costa, Xico Tarefa e Nadine Gueniou, que vão apresentar uma arte originária do Japão.
“É uma técnica ancestral” – realça Alexandre Correia – e “há poucas pessoas do nosso país que a dominam”. Depois de submetidas a altas temperaturas, num forno, as peças ainda incandescentes são arrefecidas bruscamente em água fria, ou mais lentamente, consoante o efeito desejado, desencadeando reações que conferem diversos tipos de acabamento vidrado, sempre únicos, explica o texto de divulgação do evento.
Nos dias 1, 2 e 3 de Setembro, Leiria recebe a sétima edição da Exposição Nacional de Olaria, iniciativa da ABAD – Associação Bajouquense para o Desenvolvimento e da Associação O Barro na Mão do Oleiro com o apoio do Município de Leiria, da Leiria Cidade Criativa da Música e da Associação Portuguesa de Vilas e Cidades de Cerâmica. Um dos destaques é o espectáculo Diálogo de Sons, que utiliza olaria da Bajouca, pelo ensemble de percussão da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria. O curador Alexandre Correia aponta “a qualidade dos ceramistas” e “dos produtos”, num programa que inclui trabalho ao vivo, concertos, uma oficina de barro e uma residência artística.
O que está prometido ao público que visitar o Jardim Luís de Camões no fim-de-semana é uma viagem por várias regiões. Desde logo, a Bajouca, no concelho de Leiria, que participa com vários artesãos, entre eles, Alcino Pedrosa e Céu Pedrosa. Estão também representados os Bonecos de Estremoz – “o único figurado em barro reconhecido pela Unesco em todo o mundo”, assinala Alexandre Correia – e ainda os vidrados de Barcelos e a olaria do Redondo (com Xico Tarefa) e de Mafra, entre muitas outras tradições, de norte a sul.
Nos 30 nomes já confirmados contam-se “artistas de renome nacional”, que, em alguns casos, “ganharam prémios e bienais”, salienta a organização. Na lista sobressaem Joaquim Esteves, de Barcelos, conhecido pelo trabalho de sátira e caricatura; Ricardo Fonseca, de Estremoz, produtor dos Bonecos classificados como Património Cultural Imaterial da Humanidade; João Pinto da Costa, de Tomar, especialista em raku; João Gomes, de Sintra, distinguido na última edição da Bienal Internacional do Alentejo; ou Heitor Figueiredo, de Beja, presença assídua nos grandes certames de cerâmica da Europa.
Na música, está previsto um concerto do quarteto de jazz da Associação Jazz de Leiria e actuações do grupo Notas Soltas, do grupo de cante alentejano Os da Boina e do grupo de concertinas e cavaquinhos da SAMB – Sociedade Artística e Musical da Bajouca.
Até terça-feira, pela manhã, a organização confirmou a presença de Alcino Pedrosa (Bajouca), Ana Reis (Viseu), Catarina Alves (Lisboa), Cátia Pires (Fundão), Céu Pedrosa (Bajouca), Daniel Alonso (Barcelos), Frederico Ferreira (Coimbra), Heitor Figueiredo (Beja), Inês Diana Salgado (Lisboa), João Gomes (Sintra), João Pinto da Costa (Tomar), Joaquim Esteves (Barcelos), Jorge Lindinho (Caldas da Rainha), José Henrique Prado (Lisboa), José Luís Pires (Mafra), Margarida Gomes (Algarve), Nadine Gueniou (São Mamede), Odette Araújo (Algarve), Ricardo Fonseca (Estremoz), Rita Gonçalves (Porto), Teresa Brito (Oeiras) e Xico Tarefa (Redondo).
O acesso à sétima Exposição Nacional de Olaria em Leiria é gratuito.