Recentemente, o fundador e administrador da Exposalão, disse que está a equacionar vender ou arrendar o edifício do centro de exposições da Batalha, inaugurado em 1992, que durante muitos anos teve intensa actividade, com diversas feiras nacionais e internacionais, mas que hoje se depara com a escassez destes certames.
Responsáveis por outros centros de exposições do distrito partilham a mesma quebra de actividade, que justificam com mudanças de comportamento dos empresários, com a inovação tecnológica, mas também com a inacção política para apoiar este género de negócio.
José Frazão, administrador da Exposalão, refere que “quando foi lançado, o projecto era espectacular”. O espaço, com área superior a 15 mil metros quadrados, era muito solicitado para feiras. Mas, em 30 anos, muitas condições se alteraram: [LER_MAIS]desde mudanças no comportamento social, inovações tecnológicas e do digital, salienta o empresário, que lamenta a falta de apoio do Estado com decisões que impulsionariam o negócio, como por exemplo a criação de um aeroporto na região.
Os eventos e congressos que a Exposalão continua a acolher não chegam para rentabilizar o negócio, explica. Agora, adianta, o que faz sentido é alienar ou arrendar a área de exposições na Batalha, mantendo apenas o escritório e os 16 colaboradores, que passam a trabalhar à distância, manter também escritório em Lisboa, e promover as suas feiras na FIL (Feira Internacional de Lisboa) e na Exponor (Feira Internacional do Porto), cidades “com outra dinâmica”.
Detida e suportada pelo Município de Pombal, a Expocentro é uma infra-estrutura fundada em 2004, gerida pela Associação de Desenvolvimento e Iniciativas Locais de Pombal (Adilpom), onde as feiras sectorais, profissionais, pouca expressão têm.
Ana Fernandes, directora-executiva da Adilpom, explica que o espaço de 5 mil metros quadrados, acrescido de duas galerias, é ocupado sobretudo por actividades desportivas entre Novembro a Março. No resto do ano, a Expocentro acolhe eventos do município, do município em parceria com outras entidades, como é o caso da feira de artesanato dinamizada com a Adilpom, e também arrenda o equipamento a entidades externas.
O Salão Nacional de Transporte, promovido pela Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, é o único evento sectorial da Expocentro, que se trata mais de um evento de convívio do que propriamente uma feira para profissionais, nota Ana Fernandes.
“As feiras sectoriais têm mercado cansado e com incapacidade para investir” observa a responsável, para quem as “feiras têm de captar profissionais de outros países, têm de concretizar negócios, caso contrário, não são rentáveis”.
Inaugurado em 2008, o Centro de Negócios de Ansião também conta com espaço de exposições de 1500 metros quadrados. Mas são as conferências e eventos, como a mostra gastronómica anual Sabores de Ansião, também a incubadora de empresas e o espaço de coworking que mais dinamizam este equipamento municipal.
Silvério Domingues, técnico do município, que faz a ponte com a Adilcan – Associação de Desenvolvimento e Iniciativas Locais do Concelho de Ansião – a entidade que tem dinamizado a infra-estrutura, salienta que, além das “excelentes condições” do centro, este está bem localizado, junto ao IC8 e próximo da A13. Contudo, além da era digital rapidamente disponibilizar a empresas e ao público informação sobre os produtos, retirando protagonismo a feiras, no caso de Ansião seria desejável encontrar mais um parceiro, com mais know how em feiras, já que a Adilcan se vocaciona sobretudo para turismo, território e produtos endógenos.
Vítor Marques, presidente da Câmara de Caldas da Rainha, explica que a actividade da Expoeste remonta ao início dos anos 90. Tem pavilhão de 6 mil metros quadrados, além de auditório, multiusos e outras valências. Trata-se de propriedade do município, mas, desde este mês, conta com gestão e dinamização da Associação Empresarial da Região Oeste.
O desporto, eventos do município, feiras de velharias, automóvel e de animais de companhia têm tido sucesso entre a população, observa. Mas também o autarca entende que as feiras locais sectoriais deixaram de fazer sentido, tendo ganho importância feiras mundiais e sectoriais, cujo retorno de participação é maior.
E “a região de Leiria não tem estruturas de exposição para fazer feiras mundiais”, nem estruturas de suporte, seja hotelaria, aeroporto ou ferrovia.
Por isso, entende que o futuro passa por espaços multiusos com diferentes possibilidades de utilização e eventos de nicho, de proximidade, que “são o caminho para a dimensão de Portugal”.
Na Marinha Grande, um dos pavilhões do Parque Municipal de Exposições está ocupado pelo mercado municipal, outro usado para desporto, e apenas um está livre, mais requisitado para feiras de velharias e espectáculos do que para feiras profissionais, explica o vereador João Brito.
Já em Alcobaça, está em construção um pavilhão multiusos, que visa requalificar o MercoAlcobaça e dotar o edifício de um espaço multifuncional, que permita realizar, entre outras iniciativas, espectáculos, congressos, encontros, conferências, jogos, feiras e exposições e apresentações comerciais.