Foi um lugar mítico das noites de Verão nas praias da região. Caiu depois no abandono e agora procura uma nova vida. O edifício da antiga discoteca Locopinha, na Praia do Pedrógão, em Leiria, encontra-se à venda por 360 mil euros.
De acordo com o anúncio da imobiliária que está a transaccionar o imóvel, o edifício tem 1.400 metros quadrados de área bruta e está implantado num terreno “plano”, com quase 30 mil metros quadrados.
Ao que JORNAL DE LEIRIA apurou junto de fonte ligada ao processo, a área envolvente está classificada como zona verde. “O edifício existente tem uma grande polivalência, com um grande potencial como investimento para actividades turísticas, de lazer e/ ou comerciais” descreve o anúncio da Metro Real, que destaca ainda a localização do espaço.
“A praia do Pedrogão está a dez minutos de dois hipermercados, a 15 minutos da A17, a 10 minutos da praia ¢ uvial na Lagoa da Ervedeira, a cinco minutos da Praia da Vieira, a 20 minutos da Marinha Grande e a 30 minutos de Leiria”, refere a informação. “É um espaço com muito potencial. Com um bom projecto, poderá contribuir para o desenvolvimento do Pedrógão”, alega Paulo Vitorino, mediador imobiliário.
Segundo o anúncio, o edifício, que tem cerca de 30 anos, “necessita de obras de remodelação e restauro no seu interior”, embora aquele representante da imobiliária garanta que “não está em muito mau estado”.
A Locopinha foi inaugurada em 1992 e fechou portas em 1999. O imóvel pertencia a dois sócios, aos quais se juntou um outro, Francisco Guerra, para a exploração do espaço. Este último, recordava, num artigo publicado em 2016 pelo JORNAL DE LEIRIA, as viagens sistemáticas a vários pontos do País, para procurar novas tendências que adaptava ao contexto regional.
Além disso, “era uma empresa espanhola que tratava da organização de muitos dos eventos da discoteca”. Com esse trabalho, foi possível trazer à região novidades como o primeiro concurso de bandas de garagem, diversos concertos de algumas bandas nacionais do momento, como os Sitiados, ou as primeiras festas da espuma, exemplificava o antigo sócio da Locopinha, frisando que, para cada festa, com uma nova decoração, se investiam cerca de sete mil euros. Na discoteca, com capacidade para quatro mil pessoas, chegaram a trabalhar 37 colaboradores.
Nesse tempo, na noite do Praia do Pedrógão reinavam ainda a Stressless – que resistiu até 2014, ou seja, 21 anos depois da inauguração, e que tinha capacidade para quatro mil pessoas – e o Casino – Pôr do Sol, que resultou da transformação de antiga sala de baile. No caso da Locopinha, o fecho aconteceu ainda antes das discotecas caírem em desuso.