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Letras | Que fronteira entre a Arte e a Loucura?

Graça Sampaio, professora por Graça Sampaio, professora
Julho 25, 2025
em Opinião
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Letras | Que fronteira entre a Arte e a Loucura?
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Lembrou-nos o Jornal de Letras (n.º 1425) a triste história de vida de Valentim de Barros (1916 – 1986), o bailarino que aprendeu dança clássica no Teatro Nacional D. Maria II, dedicando-se também ao teatro e à pintura. Aos 20 anos dançava em Espanha, em França e nos Teatros da Ópera de Berlim e de Estugarda, onde o apreciavam e era considerado insuperável. Foi nos anos da consolidação nazi e o seu comportamento irreverente e negligente fez com que fosse expulso da Alemanha.

Quando chega a Portugal é preso pela Polícia Política (a PVDE) e internado no Hospital Miguel Bombarda (Rilhafoles) por ser homossexual e por isso sujeito a uma leucotomia, como se fazia à época por se acreditar que a homossexualidade era uma doença passível de tratamento. Depois de operado ainda dançou no Teatro Éden, mas os seus comportamentos sexuais forçaram-no a ser transferido para o Pavilhão de Segurança do Miguel Bombarda onde o mantiveram até ao fim da vida.

Quem até aos anos 70 do século passado manifestasse comportamentos contrários ao código moral imposto era considerado louco e internado num manicómio. Foi o caso de dois poetas quase desconhecidos que viveram e morreram em manicómios, sujeitos a toda a espécie de maus tratos e de tortura como eram os electrochoques, sem uma avaliação psiquiátrica séria e firme, antes por decisão de órgãos policiais e jurídicos.

O primeiro foi Ângelo de Lima (1872 – 1921) nascido no Porto. Ingressou na Academia Militar de Lisboa de onde foi expulso por “desacatos e atitudes incompreensíveis”. Também frequentou a Academia de Belas Artes do Porto: alguns dos seus desenhos apareceram em revistas da época. Passou quatro anos no Hospital Conde Ferreira no Porto e depois de deambular pelo país e fazer tropa em Moçambique, foi preso em Rilhafoles por “proferir obscenidades” no Teatro D. Amélia, mediante um Auto de Captura e sem a necessária avaliação psiquiátrica. O Dr. Miguel Bombarda diagnosticou-lhe uma vaga “loucura moral” e assim se manteve o resto da vida. Foi aí que Fernando Pessoa foi recolher treze dos vários poemas de Ângelo de Lima com que abriu o número 2 da Revista Orpheu (1915), tornando-o um deles, um “dos de Orpheu”, poeta modernista. Mais tarde dele dirá Jorge de Sena que “no seu paroxismo esquizofrénico, Lima é um dos melhores poetas de transição do simbolismo para o vanguardismo.”

O mesmo destino sofreu António Gancho (1940 – 2005) que viveu 38 anos da sua vida internado em instituições psiquiátricas: no Júlio de Matos após uma tentativa de suicídio e depois na Casa de Saúde do Telhal onde morreu “no sono, a rir”. Em Lisboa frequentava os cafés dos poetas surrealistas – O Gelo e o Monte Carlo – que o acolhiam e apreciavam. Toda a sua obra foi escrita em reclusão tendo sido publicada pela Assírio e Alvim, em 1995, O Ar da Manhã.

De mencionar a antologia poética de Herberto Hélder Edoi Lelia Doura (1985) que reabilita estes (e outros) poetas esquecidos e tão maltratados pela sociedade.

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