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Numa região cada vez mais ‘curvada’ pelo peso da idade dos seus habitantes, não podemos ficar indiferentes ao facto de ainda haver jovens a ajoelhar-se, não por fraqueza ou sentido religioso, mas para ajudar a levantar quem tem dificuldades em manter-se de pé.
Tal como a generalidade do País, também o nosso distrito apresenta sintomas de envelhecimento, em especial na área mais a norte, como se pode constatar no trabalho de abertura deste jornal. Concelhos como Ansião, Alvaiázere ou Castanheira de Pera, continuam a engrossar os gráficos menos optimistas, no que diz respeito ao rejuvenescimento da população.
Municípios pequenos como estes, não conseguem – ou não os ajudam – a ultrapassar os efeitos da interioridade, a contrariar os crónicos atrasos na coesão territorial, a sobreviver com a falta de medidas concretas de atractividade, e o resultado, que já todos conhecemos, vai-se agravando com o correr do tempo. Os que ficam deixam-se prender pelas raízes da naturalidade e aceitam envelhecer, mergulhados no silêncio do isolamento, resignados com a distância a que o mapa do desenvolvimento os votou. Os que saem, fazem-no à procura de outros sonhos, e raramente pensam em voltar.
É por isso de louvar a atitude de jovens voluntários, como os que integram a associação Just a Change, que todos os anos dedicam uma parte das suas férias a reconstruir não só habitações degradadas, mas essencialmente a restaurar vidas precárias e vulneráveis. Em 15 anos, segundo dados da instituição, com a ajuda dos municípios e benfeitores, já contribuíram para a requalificação de mais de 500 casas, de norte a sul do País.
Este Verão, além da equipa de trabalho acompanhada pelo JORNAL DE LEIRIA em Ansião, há outros grupos com as ‘mãos na massa’ também nos concelhos de Óbidos e Alvaiázere. Mais do que palavras gritadas ao megafone, ou manifestos de ideologia utópica e fantasiosa, eles procuram fazer a diferença com acções concretas.
