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Apregoa-se com frequência que os portugueses são solidários, mas os indicadores da taxa de voluntariado em Portugal colocam o nosso País no fundo da tabela da União Europeia. Os últimos dados sobre o tema divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística apontavam para um índice de participação em trabalho voluntário de 7,8%, quando há países no espaço comunitário a atingir os 40%. A diferença é colossal.
Esta falta de interesse pelo voluntariado tem-se feito notar de forma preocupante nas corporações de bombeiros. Uma rápida consulta ao portal da Pordata permite verificar que, no distrito de Leiria, as associações humanitárias perderam quase 600 operacionais em pouco mais de duas décadas.
Se em 1998 havia 2.390 bombeiros voluntários registados, em 2022, o número de ‘soldados da paz’ no distrito era de apenas 1.797. Com excepção das corporações da Batalha, Caldas da Rainha e Óbi-dos, (que viram crescer ligeiramente a quantidade de efectivos neste período), todas as outras perderam operacionais.
Com o acentuar da crise de voluntários nos bombeiros, têm sido várias as vozes a alertar para a necessidade de rejuvenescer as corporações. Na semana passada, por exemplo, os comandantes dos bombeiros de Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, sugeriram a atribuição de benefícios sociais como forma de contrariar a falta de operacionais.
Neste cenário, é de louvar o altruísmo do Duarte, da Ana, da Matilde e do Guilherme, quatro jovens bombeiros, de diferentes corporações, que decidiram entregar-se de corpo e alma à difícil tarefa de colocar a sua própria vida em risco, se necessário, para salvar os bens e a vida dos outros.
Que o seu exemplo e o seu testemunho sirvam de inspiração. Que a sua determinação e sentido de missão não sirvam de desculpa a quem tem responsabilidades na área da protecção civil para se continuar a adiar o reconhecimento e a valorização da carreira dos bombeiros.
