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Home Opinião

Dicionário improvisado XXVII

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Junho 13, 2024
em Opinião
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Gravação
Comete-se frequentemente o erro de considerar que a capacidade da memória é infinita. E por isso, vive-se obcecado em criar memórias: viver momentos que depois são arquivados como memórias que permanecerão para sempre. Mas… e se a capacidade da memória for, afinal, limitada? E se a memória funcionar como as velhas cassetes de noventa minutos, onde apenas cabiam precisamente noventa minutos de música? Aquelas velhas cassetes que se iam gastando gravação após gravação, pois a única forma de acrescentar algo novo era gravando por cima do que fora gravado antes.

Identidade
Era uma vez uma árvore que acordou com o inesperado desejo de trocar de raízes. Nunca mais foi feliz.

Reflexo
Houve um dia em que se decidiu a abolição dos espelhos. Reuniram-se todos os que existiam no planeta e quebraram-se, um a um, de forma disciplinada; destruídos e abandonados, acabaram por desaparecer sem deixar rasto. A partir de então, para que cada pessoa construísse uma imagem de si própria tinha de confiar nos outros, no reflexo que as outras pessoas devolviam de si.

Respiração
Tornou-se um hábito que repetem uma vez por semana. Encontram-se algures, cumprimentam-se com um abraço, entram no carro de um deles; seguem até ao local habitual conversando sem pressa, escutando o outro com atenção; deixam o carro no parque, caminham pela floresta até ao seu local especial; por vezes, conversam sobre assuntos sem importância; outras vezes, caminham em silêncio; sorriem com frequência; quando chegam, sentam-se no chão, não muito afastados um do outro; fecham os olhos; escutam a milenar música provocada pelo bailado das folhas das árvores ao serem agitadas pelo vento. É apenas para isso que se encontram ali: para se sentirem parte do planeta vivo, escutando a sua respiração.  

Ressonância
Vá, diz comigo: puum. Agora outra vez: puum. E mais uma: puum. A partir de que momento deixarás de ter consciência do significado do que dizes, do peso do que dizes? E se disseres puum setenta mil vezes? Será que o último puum tem em ti a mesma ressonância do primeiro? Ou perguntando de outra forma: será que o impacto da bomba número setenta mil será muito diferente do impacto da bomba número um? Haverá maneira do impacto se normalizar? Olha, enquanto ficas a pensar vamos ouvir um novo puum. Cá está. Setenta mil e um.

Visibilidade
Contou-me que seleccionou um passeio pouco movimentado, mas onde passavam pessoas com alguma regularidade e geralmente sem pressa; colocou-se num local bem visível, encostada à parede, e aguardou; passaram pessoas (vinte e três), e nenhuma delas a olhou. Fez uma pausa, sorriu. E contou que de seguida se despiu, permanecendo exactamente no mesmo local que antes mas completamente nua; continuaram a passar pessoas, mas desta vez todas (todas) a olharam; algumas de forma discreta, outras nem tanto; mas todas (todas) a olharam. Perguntou-
-me se sabia a que conclusão chegara. Encolhi os ombros. Riu. Disse: a minha conclusão foi que a roupa torna as pessoas invisíveis. E riu de novo.

Etiquetas: árvorecrónicadicionárioescritaescritorespelhosLeiriamemóriaopiniãoPaulo Kellermanreflexãoregião de Leiriavisibilidade
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