O Centro das Artes, nas Caldas da Rainha, acolheu, dia 4 de Julho, a VIII Gala de Entrega dos Prémios Porco D’Ouro, iniciativa organizada pela Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) em colaboração com a Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Um dos grandes premiados deste evento, que tem “por objectivo distinguir a eficiência das empresas e a dedicação das equipas de recursos humanos das explorações suinícolas portuguesas” foi a exploração Soalheira, de Ourém, da empresa Porval (Leiria), que foi distinguida na categoria Porco de Diamante.
Nesta categoria, explica David Neves, presidente da FPAS, “são analisados [LER_MAIS]cerca de 90 critérios, entre indicadores produtivos, de bem-estar animal, bio-segurança, ambiente, entre outros”.
“Temos um sector de excelência, que nos coloca ao nível do que melhor se faz no mundo, desde os produtos de qualidade, à preocupação com o bem-estar dos animais, com o ambiente e a descarbonização do sector”, diz David Neves ao JL.
“Existem cerca de 193 mil porcas reprodutoras a nível nacional e o volume de negócios cifra-se em cerca de 816 milhões de euros (2014). Quanto à região centro, corresponde a mais de 45% deste valor”, informa o dirigente. Existem, no entanto, vários desafios. Um deles é que a reforma que o Governo planeia, para os próximos quatro anos, venha a desburocratizar o sector.
“Não é preciso aligeirar o processo, não é torná-lo menos exigente. Mas é impossível a um sector ter de esperar anos por decisões de processos de licenciamento”, observa o presidente da FPAS. David Neves defende um “licenciamento célere, ágil, que co-responsabilize empresas nas suas obrigações, mas que não seja um calvário para quem quer investir.”
“A nossa obrigação é simplificar”
Presente no evento, o ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, apelou a “uma Assembleia da República que defenda a agricultura e os agricultores” e que reconheça que “a produção animal é absolutamente essencial”. “Os agricultores e os produtores não são um vilão. Nós acreditamos na agricultura, sabemos que é uma mais-valia que traz coesão territorial e que, obviamente, é estruturante”, afirmou o ministro, destacando a importância da investigação e da inovação no sector, do aumento do rendimento dos produtores e da renovação geracional. José Manuel Fernandes reconheceu as dificuldades que os produtores enfrentam, como o licenciamento e a burocracia, que têm de ser eliminadas. “A nossa obrigação é simplificar e combater a burocracia”, afirmou, destacando a importância do ministério para a Reforma do Estado e o empenho do primeiro-ministro nesta prioridade. Apesar dos desafios enfrentados pelos agentes do sector, o governante felicitou pelo “trabalho pro-activo”, pela “conquista de novos mercados”, pelo “apoio que dão à economia”, pelo “compromisso contínuo” e pela “atitude de reagir em vez de olhar para o passado”