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Home Entrevista

Martinha Henrique: “Podemos trabalhar 24 horas por dia e vamos ter sempre lista de espera”

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Julho 10, 2025
em Entrevista
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Martinha Henrique: “Podemos trabalhar 24 horas por dia e vamos ter sempre lista de espera”
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O sol é o mau da fita para a pele?

Não. O sol é fundamental, dá-nos bem-estar, é uma fonte de saúde e é necessário para muitas coisas, nomeadamente para o nosso equilíbrio e vitamina D. Agora, uma coisa é o sol e os seus benefícios, outra são os cuidados que devemos ter.

E quais são esses cuidados?

Sobretudo, com um grupo etário muito importante, que são as crianças e os adolescentes, porque as queimaduras solares acontecem sobretudo nesta faixa etária e têm consequências para a vida. Os cuidados passam por evitar a exposição solar naquelas horas mais problemáticas que já todos conhecemos e usar protecção solar, complementando com uma protecção física: aproveitar a sombra, usar chapéus e uma t-shirt.

No dia-a-dia é preciso usar protector solar?

Sim. O sol é igual em todo o lado. Temos de ter cuidados com as pessoas que trabalham no campo ou na construção civil, os pescadores ou quando se faz desporto.

A partir de que idade é que as crianças devem ir à praia?

Isso é um assunto muito debatido. Há quem defenda que só devem ir depois dos dois anos. Admite-se que uma criança até aos seis meses não deve ir à praia. Agora, quando vai não pode ser exposta directamente ao sol. Deve estar vestida, ir nas horas recomendadas e ter muitos cuidados, porque a pele de um bebé é extremamente sensível.

Hoje, no Inverno, viajamos para praias de outros continentes. Qual é o impacto numa pele que não teve tempo de se habituar ao sol?

Temos uma maneira de apanhar sol completamente diferente de há uns anos, quando tínhamos estações muito bem definidas. Começávamos a fazer uma exposição solar lenta e expúnhamo-nos ao sol em Julho e Agosto. Já tínhamos alguma habituação. Neste momento, saímos no Inverno, com temperaturas mais baixas, voamos umas horas e vamos apanhar uma semana de sol intensivo. Aliás, até pelo tipo de vida que temos fazemos praia pouco tempo e de forma muito intensiva. E isso, obviamente, tem consequências.

Que consequências?

Além das queimaduras solares, o sol tem um papel no envelhecimento da pele. Temos o envelhecimento normal resultado da idade, e temos o fotoenvelhecimento, que tem a ver com a nossa exposição ao sol. Basta ver pessoas que andaram sempre no campo e estão cheias de alterações na face e na área do decote. Mas se tirarmos as roupas, têm uma pele fantástica, clarinha, sem rugas.

Tem havido evolução nos tratamentos?

Quando me iniciei na dermatologia, havia doenças crónicas inflamatórias, sobretudo, que não tinham grandes tratamentos. Nestes últimos 15 anos houve uma evolução brutal no tipo de tratamentos para determinadas doenças. A investigação percebeu onde está o problema, o que levou ao desenvolvimento de múltiplas novas terapêuticas para doenças como a psoríase ou a dermatite atópica. E vão aparecer nos próximos anos outras moléculas para diversas doenças.

É mais fácil tratar o melanoma?

O melanoma também tem tratamento para formas graves diferente de há uns anos. No entanto, o importante no melanoma continua a ser o diagnóstico e a excisão precoce. Os novos tratamentos podem aumentar um bocadinho a sobrevida, mas continua a ser o diagnóstico precoce e a prevenção o mais importante para o melanoma.

Qual é a incidência do cancro da pele na região?

Não tenho uma estatística, mas temos uma incidência grande de tumores não melanoma. Ou seja, há o melanoma e os tumores no melanoma, que são fundamentalmente os carcinomas basocelulares e os carcinomas espinocelulares. Aí temos uma incidência muito grande, porque temos praia, pesca e zonas muito rurais. Portanto, temos uma população com uma exposição importante e, também um envelhecimento da população muito grande, o que leva a um aumento do número de tumores deste tipo, chamados não melanoma.

E são graves?

O carcinoma basocelular pode ser localmente destrutivo, mas não é um tumor que metastize. É um tumor maligno, mas de menor gravidade. O espinocelular já é um tumor que pode metastizar mais localmente, pelo que já tem uma importância maior. Depois temos o melanoma que também tem vindo a aumentar. Não consigo dizer números, mas todos os anos vimos um maior número de casos. Também é verdade que diagnosticamos muitos em fase inicial, o que é bom, porque esses doentes podem ficar tratados. Quando fazemos as campanhas são muito focadas no melanoma, que é aquele que sabemos que tem mais impacto na sobrevida dos doentes.

Quais os sinais a que devemos estar atentos e procurar ajuda?

Um sinal que surja de novo, completamente diferente dos outros ou tenha alterações: deixa de ser regular, passa a ser assimétrico, a cor é diferente, aumenta o tamanho…

Dever-se-ia ir ao dermatologista como prevenção?

Todos os anos fazemos campanhas de prevenção e de informação à população. Mas é importante a pessoa fazer uma autoavaliação. Se detectar alguma alteração deve ir ao seu médico de família, que facilmente nos referencia o doente. Hoje temos um sistema muito mais facilitador: é-nos enviada uma fotografia, que permite fazer uma triagem sobre a importância de determinado sinal. Se tivermos um melanoma, o doente é chamado de imediato. Este tem de ser o sistema, porque os pedidos para dermatologia são imensos, incontroláveis e impossíveis de dar resposta. Este sistema permite-nos, pelo menos, que não deixemos escapar os casos graves.

Como é que está a lista de espera aqui no hospital?

Muito mal. Quando triamos classificamos em normal, prioritário e muito prioritário. Conseguimos ver os muito prioritários, uma parte importante dos prioritários, mas neste momento até esses temos dificuldade em ver dentro do tempo.

Estamos a falar de atrasos de seis meses, um ano?

Sim, por aí, porque temos muitos pedidos. É impossível, neste momento, qualquer ULS [unidade local de saúde] ter capacidade para dar resposta aos inúmeros pedidos. O número de médicos não é suficiente. Precisamos de mais dermatologistas, mas não há disponíveis.

São precisas horas extraordinárias para dar resposta, como acontece em outros hospitais?

Podemos trabalhar 24 horas por dia e vamos ter sempre lista de espera. É importante para as situações que precisamos de resolver no imediato. Quando estamos na consulta, os doentes também fazem tratamentos de fototerapia, laser, crioterapia, outros exames complementares… Ou seja, temos de fazer cirurgias, ver os doentes e tratá-los. Se fizermos mais consultas além do nosso tempo, também aumentamos o bolo de tudo o resto. Portanto, é cada vez mais difícil manter as coisas dentro dos tempos recomendados. Damos o nosso melhor. Servimos 400 mil habitantes e somos cinco dermatologistas. É um serviço de gente mais jovem, com filhos e tudo isso impacta no dia-a-dia. Nem todos temos horário completo, pelo que são precisas mais pessoas.

Vários estudos dão conta do déficit de vitamina D. É preciso recorrer à toma de suplementos?

Temos de facto uma população com déficit de vitamina D. Tem-se falado muito sobre a vitamina D e o uso dos protectores, dizendo-se que se pusermos protector solar não há absorção de vitamina D. Isso não é exactamente assim. Se tivermos 20, 30 minutos ao sol, obtemos vitamina D suficiente, mas tem de ser diário, pois não acumulamos para o resto do ano. Se pusermos um protector, podemos necessitar de um pouco mais de tempo para a absorção, mas ela faz-se na mesma. Além disso, nunca aplicamos o protector na quantidade certa. O tipo de vida que levamos hoje é diferente de há uns anos. A maior parte das pessoas, nomeadamente os jovens, estão o tempo todo em casa, ao computador, e alguns até fecham as janelas. Isso tem um impacto. Efectivamente, há uma necessidade de suplementação.

Cada vez há mais produtos anti-envelhecimento. Eles têm efectivamente algum efeito?

Tem havido um grande estudo sobre o envelhecimento cutâneo, porque todos queremos chegar aos 80 ou 90, mas pensarmos que temos 30, o que não é possível, pois a pele vai tendo as alterações que os outros órgãos também as têm. A verdade é que se fizermos algumas coisas podemos ter algum atraso, sobretudo, no fotoenvelhecimento. Temos um envelhecimento natural e aí temos sempre a hipótese de fazer mais um colagénio para mudar um bocadinho a textura da pele, desde uma determinada idade.

A partir de que idade?

Não lhe posso dizer uma idade, mas a partir dos 40 anos obviamente que sim, mas não em crianças. Agora, fala-se muito do skin care e as crianças que estão uma hora de manhã e à noite a “tomar conta” da sua pele e a fazer coisas extremamente agressivas. Chegam a usar vários produtos iguais. Vamos envelhecendo e devemos ter alguns cuidados. Com a protecção solar podemos evitar o fotoenvelhecimento e tentar ter uma pele mais saudável, mas aos 80 nunca vamos ter 30. Agora em relação às crianças, não é de todo aceitável como uma coisa normal utilizar uma série de produtos que nem sequer são para aquela idade.

Que impacto é que isso pode ter em peles pouco maduras?

Dermatites irritativas e não vai seguramente ter um impacto no não envelhecimento. É importante fazermos muito alerta sobre isso, porque as crianças têm alguém que lhes facilita os produtos. Os influencers dizem coisas inacreditáveis e depois [crianças] seguem cegamente aquelas indicações.

Os procedimentos estéticos são seguros?

As pessoas podem fazer o que acharem importante para se sentirem melhor, mas devem tomar alguns cuidados. Estão a injectar produtos no seu organismo, portanto, têm de saber onde estão a fazê-lo, se aquelas pessoas são mesmo credenciadas e o que estão a colocar, porque se tiverem uma complicação têm de passar essa informação. A procura do não envelhecimento e da juventude, levou a que isto crescesse de uma maneira exponencial e há muitas pessoas que nem percebem onde e o que estão a fazer. Há imensas coisas que se podem fazer para melhorar um bocadinho o aspecto, mas quando estou a colocar um filler ou uma toxina, tenho de saber o que estou a utilizar. As redes sociais também têm aqui um impacto brutal, porque as pessoas deixam de ter o bom senso e começam a ser viciadas nas intervenções.

Etiquetas: dermatologiaLeiriapelequeimadurassaúdesol
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