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Depois do aumento registado no ano em curso, o Município de Leiria decidiu que, no próximo ano, não haverá mexidas no tarifário, para “evitar onerar os leirienses com um aumento das despesas mensais familiares”. O argumento é, no entanto, contestado pelos vereadores da oposição, que votaram contra, alegando que, comparando com os municípios vizinhos, a água em Leiria “é cara”.
Na reunião de câmara, realizada esta terça-feira, a câmara aprovou, por maioria a manutenção do tarifária, com Ricardo Santos, vereador que tutela os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), a lembrar que, desde 2015, apenas houve uma mexida no tarifário, com uma actualização de 3,3%, em vigor no presente ano. “Foi o único aumento em oito anos”, assinalou.
O mesmo sublinhado é feito num comunicado da câmara, no qual a autarquia alega que o tarifário proposto “respeita as recomendações e as orientações da entidade reguladora”, no sentido de as tarifas promoverem “o equilíbrio entre a sustentabilidade das entidades gestoras e a acessibilidade económica aos serviços por parte dos seus utilizadores”.
Além dos preços cobrados pela água e saneamento, que consideram “elevados, os vereadores da oposição, pela voz de Daniel Marques, criticaram a “ineficiência” do sistema de abastecimento, que regista perdas de água na ordem dos 33%. “Nos últimos 12 anos, não houve alterações significativas a este nível”, apontou o autarca, independente eleito pelo PSD, frisando que, esta falta de investimento na remodelação de condutas, é outra forma de “penalizar” consumidores.
“Se o sistema fosse mais eficiente, era possível desonerar os munícipes”, defendeu Daniel Marques, lamentando que o orçamento do SMAS contemple “apenas 0,6% para a reabilitação de condutas”, um valor “muito residual”.
Em respostas Ricardo Santos lembrou o concelho tem perto de 1.900 quilómetros de rede, “a maior do País”, pelo que, o investimento a fazer na sua remodelação é “enorme”.
De acordo com informação disponibilizada recentemente ao JORNAL DE LEIRIA, a câmara revelou que os SMAS têm em curso investimentos na ordem dos 3,4 milhões, em obras de remodelação de rede.
