A Associação de Beneficiários de Cela apresentou publicamente, esta terça-feira, os resultados das obras de Modernização da Rede de Rega do Aproveitamento Hidroagrícola da Cela, investimento de cerca de 10 milhões de euros. Durante a cerimónia, que decorreu no novo edifício-sede da associação, foi ainda anunciado que, em breve, outro projecto complementar irá avançar.
Trata-se da requalificação das margens do Rio Alcoa, trabalhos que custarão entre 5 e 6 milhões de euros. “Hoje não há um agricultor que não esteja satisfeito e é essa a nossa maior vitória”, regozijou-se Carlos Malhó, presidente da associação, com os resultados do investimento, agora concluído, de 10 milhões de euros.
Para usufruto de cerca de 600 beneficiários, numa área de 450 hectares, foi iniciada em 2019 a obra de Modernização da Rede de Rega do Aproveitamento Hidroagrícola da Cela, realizada com recurso a fundos comunitários, dividida [LER_MAIS]por várias fases, e que contemplou: a intervenção na rede de distribuição de água, a construção da central elevatória, a requalificação de uma central de drenagem e a construção de uma nova sede da Associação de Beneficiários de Cela.
Para António Campeã da Mota engenheiro que apoiou a associação na concepção da obra, o momento foi também de “alegria”, pela concretização de um sistema “moderno e sustentável”, que garante aos agricultores o fornecimento de água. Atendendo à morosidade da implementação deste projecto “foi uma vitória do inconformismo sobre a inércia”, considerou o engenheiro.
Paulo Mateus, vice-presidente e vereador com pelouro da Agricultura na Câmara Municipal de Alcobaça, explicou ao nosso jornal que outro importante projecto deverá avançar em breve. “O Rio Alcoa, desde a zona de Fervença, da antiga fiação de tecidos, até Pontes da Barca, no concelho da Nazaré, tem gestão da Direcção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e da Associação de Beneficiários da Cela”, contextualizou o vereador.
“O Rio Alcoa, que nesta zona faz fronteira com o regadio, é mais elevado do que os próprios terrenos. Por isso, foi feita uma obra pelos monges de Cister, um rio artificial, construído entre a zona de Fervença e a Nazaré. Esses taludes, ao longo dos séculos, têm tido manutenção, mas neste momento precisam de intervenção urgente”, adiantou o vereador.
“O projecto para a estabilização/ requalificação das margens do rio foi elaborado pela DGADR, está avaliado entre 5 e 6 milhões de euros e é fundamental”, sublinhou o autarca. “Mas a obra pode ser executada através da DGADR, pode ser firmado um protocolo com os Municípios de Alcobaça e da Nazaré, que poderão recorrer a fundos comunitários, ou até com a própria Associação de Beneficiários de Cela”, explicou Paulo Mateus. “Deveria ser ainda definido ainda este ano”, aconselhou o vereador.