É mais uma infusão que uma maceração, um clarete que deve ser servido como um branco, capaz de agarrar as pessoas à volta de uma mesa para dois dedos de conversa. O Dr. Bruno já é um vinho bem conhecido do público e chega agora com uma segunda colheita, que responde à necessidade do mercado, que já pedia esta garrafa nas prateleiras.
“A primeira edição era diferente desta, era uma garrafa de 1 litro, esta é uma garrafa de 75 centilitros. A primeira edição resolvemos só lançar online. Por conta do boneco, houve gente do país inteiro que queria ter, sobretudo restaurantes”, começa por explicar Pedro Ribeiro, enólogo da Herdade do Rocim.
Assim surgiu a segunda colheita, e com o sabor da bairrada no seu esplendor.
Este Dr. Bruno já foi apresentado no Clube 1500 – o mais exclusivo dos vinhos portugueses – e naquele fim de tarde de quinta-feira serviu também como porta de entrada para o universo Rocim.
O vinho mais recente é o Quinta da Pedragosa, um rosé do Algarve que cuja vinha está a sete quilómetros do mar. Os calhaus do terreno e o vento ajudam a conferir frescura e mineralidade a este vinho, composto pelas castas negra mole e aragonez.
O Grande Rocim Branco também esteve presente neste evento de promoção junto de clientes, amigos e distribuidores, não fosse este “o melhor branco” da Herdade. Distingue-se por ser feito com uvas de maturação diferente. “Tal como os outros, este foi feito só com a casta arinto, do mesmo bloco, mas um bloco que começa muito cá em baixo e vai até uma grande altitude, quase 300 metros. Tem zonas de maturação muito diferentes. O lógico seria fazer a colheita em duas alturas distintas. Nós resolvemos apanhar ao mesmo tempo, e então temos o melhor dos dois mundos”, explicou o enólogo da Herdade do Rocim.
O Herdade do Rocim Amphora Tinto 2023 surge “quase como Deus quer”. “Mas Deus queria que fosse vinagre e nós não queremos isso, tentamos controlar um pouco mais”, brinca Pedro Vieira, para explicar a simplicidade desta colheita.
Por outro lado, e com 15 variedades diferentes, está o Vinha da Micaela, com um “perfil aromático misterioso” e uma garrafa de vestimenta humilde. “O que interessa é o que está lá dentro”.
Todos estes vinhos inauguraram o Batonnage, um espaço exclusivo em Leiria. Nuno Santos, proprietário deste novo espaço e do restaurante Puttanesca, viajou durante oito anos pela Europa à procura dos “grandes vinhos”. Encontrou-os e trouxe-os para Leiria para “democratizar” o consumo de vinhos de excelência.
“A ideia é que qualquer pessoa há-de ter dinheiro suficiente para beber um Borgonha”, anunciou.
Para já, o espaço funciona por marcação, e permite que qualquer pessoa vá “escolher e comprar vinhos com calma, porque estes vinhos precisam de reflexão”. “Quero que as pessoas se sintam à vontade para entrar, conhecer, perguntar, tirar dúvidas e quero que saiam bem, com um serviço personalizado”, adianta Nuno Santos.