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Home Opinião

Entre linhas: A herança esquecida de Wallace e a fronteira invisível da evolução

Bruno Monteiro, professor por Bruno Monteiro, professor
Novembro 19, 2023
em Opinião
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Há precisamente 110 anos, o mundo perdia um nome que, infelizmente, muitos deixaram cair no esquecimento. Alfred Russel Wallace, um brilhante naturalista, partiu deste plano, deixando para trás um legado frequentemente obscurecido por Charles Darwin, seu contemporâneo e colaborador notório na teoria da evolução. Wallace não foi apenas um cientista visionário, na verdade, enfrentou obstáculos consideráveis na sua busca pelo conhecimento, muitos deles impostos por uma sociedade que frequentemente preferia ignorar as suas contribuições.

Wallace era mais do que um cientista notável, era um crítico contundente da eugenia, argumentando de forma incisiva contra essa pseudociência, e um defensor incansável da justiça social. Num período marcado pelo imperialismo e arrogância eurocêntrica, Wallace destacou-se por abraçar uma perspetiva humanista, uma abordagem que honrava e valorizava todos aqueles que o auxiliavam na sua pesquisa, independentemente das suas origens. Nas páginas de seus escritos, Wallace fazia questão de mencionar e homenagear cada um dos que o auxiliavam no seu trabalho, valorizando o trabalho de todos, numa época em que o mundo não era verdadeiramente de todos nem para todos.

Uma das suas contribuições inovadoras foi a formulação da teoria da “Linha de Wallace”. Observando as diferenças geográficas e ambientais, Wallace traçou uma fronteira imaginária que atravessa o arquipélago indonésio, separando dois mundos distintos de biodiversidade. A oeste da linha, as espécies evoluíam independentemente das que se encontravam a leste, uma descoberta notável que demonstrou como barreiras naturais moldaram a evolução da vida na Terra.

No entanto, no dia que marca o 110.º aniversário da sua partida, voltamos o olhar para outro lugar, um local marcado não por barreiras naturais, mas por fronteiras artificiais: a Faixa de Gaza. Esta é uma região onde populações com raízes culturais e históricas semelhantes se encontram separadas por muros e conflitos.

A evolução, uma demonstração da capacidade das espécies de se adaptarem ao ambiente, ocorre ao longo de gerações, num processo gradual e demorado. No entanto, os seres humanos, que se consideram teoricamente seres superiores e evoluídos, continuam a falhar na coexistência pacífica. Porque persistem na perpetuação deste ciclo interminável de dor e morte?

A comparação é mais do que apenas uma analogia infeliz. As marcas da Faixa de Gaza não são inscritas na natureza, mas sim nos corpos e nas almas de uma nova geração, à medida que crianças escrevem os seus próprios nomes nos corpos para que os pais os possam vir a identificar como cadáveres. É uma herança que ninguém deseja legar às gerações vindouras. Mas esta realidade cruel em que pais desesperados procuram nomes escritos em corpos entre os escombros materializa uma visão dantesca que apenas sublinha a magnitude desta tragédia, onde o triunfo da morte transporta uma ironia sombria, pois, enquanto esses nomes são inscritos na carne, também são gravados nas almas, como mais um tratado de ódio destinado a ser transmitido às gerações futuras.

Na era moderna, figuras como Alfred Russel Wallace, Albert Einstein, Nelson Mandela e Rachel Carson sobressaem como faróis de esperança, modelos de sabedoria, empatia e visão que deveriam ser o padrão para uma humanidade que busca a maturidade. No entanto, o mundo frequentemente parece afundar-se na sua própria desilusão, enredado em conflitos e discórdia, incapaz de assimilar as lições do passado e de abraçar um futuro de coexistência pacífica.

Wallace, o herói esquecido, personifica a nossa capacidade de explorar, respeitar e colaborar. O trágico paralelismo entre a Faixa de Gaza e a Linha de Wallace destaca a urgente necessidade de evoluirmos como seres humanos. A questão persiste: continuaremos a perpetuar ciclos de ódio e divisão, ou abraçaremos o legado dos melhores entre nós, traçando o caminho da compreensão, coexistência e paz? A escolha está nas mãos de uma espécie falhada? A Humanidade aguarda… enquanto o planeta continua a girar, aparentemente indiferente à mediocridade geral.

Etiquetas: Bruno Monteiro
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