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Home Entrevista

Domingos Urbano Antunes: “Quero cidadãos mais exigentes para ter melhores polícias”

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Junho 27, 2024
em Entrevista
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Domingos Urbano Antunes: “Quero cidadãos mais exigentes para ter melhores polícias”
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A polícia de proximidade é um dos focos da PSP. Quais as mais-valias?
A proximidade dá-nos um melhor conhecimento. Só conseguimos melhor resposta ao cidadão, se percebemos as suas necessidades e expectativas. Toda a oferta de policiamento de proximidade criou uma ponte com as instituições e com as pessoas e, sobretudo, um conhecimento mais preciso dos problemas. Por exemplo, as escolas transportam os problemas que estão na família. Desde adições, desemprego dos pais, violências domésticas, abusos sexuais, etc. Como é que a polícia queria ter um conhecimento tão preciso se não vai à escola? O que digo aos agentes é para fazerem o diagnóstico e todo o percurso para trás. A polícia resolverá problemas sociais? Não, mas tem o dever de os encaminhar. Antes de sermos polícias, temos de ser bons seres humanos. A polícia não pode viver sem esta proximidade e a única coisa que lamento, é que, infelizmente os recursos são limitados. Muitas vezes, tenho de deslocalizar estes elementos para ter o mínimo operacional, repondo-os logo imediatamente. Gostaria muito de ter mais elementos para poder reforçar essa tónica da proximidade. O comércio seguro é essencial porque a economia funciona com segurança. Começa a haver um pico de furtos chamados furtos por formigueiro. São pessoas que vão aos supermercados furtar. É um fenómeno que temos de estudar. O polícia hoje é um sociólogo. Tem de perceber as dinâmicas da sociedade. Olhamos para a sociedade como se fosse uma célula viva, que vai tendo mutações. É como a estirpe da gripe, nunca é igual de ano para ano. Por isso, não podemos continuar no mesmo padrão. Não podemos ter as mesmas respostas para perguntas diferentes.

As migrações são um desafio?
Temos culturas completamente diferentes, que não compreendem, por exemplo, que o crime de violência doméstica seja público, sobretudo a parte mais asiática, e que a polícia intervenha e com detenções. Não podemos só receber bem, é preciso integrar e dar oportunidade para que as pessoas façam esse trajecto. Hoje temos escolas com 50 nacionalidades. É um desafio para os professores, mas também para a polícia, que não raras vezes tem de ir às escolas. Levamos a boa mensagem de tolerar os outros, de respeitar a diferença. Isto exige muito mais do que um polícia. A Nazaré é outro desafio. De um momento para o outro estão lá 70 a 80 mil pessoas. Em termos de polícia, como é que se gere uma vila com mais de 30 mil pessoas com mais carros, com mais estacionamentos, só a mobilidade é um caos. Não é só migrações de pessoas residentes, mas também migrações de turismo. Mas devemos estar orgulhosos, pois em todas as circunstâncias em que fomos chamados, garantimos os melhores níveis de segurança. O turismo tem por base a segurança e quem nos visita sente-se mesmo seguro.

Mas as pessoas dizem que não vêem polícia na rua. Ela existe?
Ela existe dentro dos recursos que tenho. Mas teremos sempre a percepção de que não existe polícia na rua. Há um esforço em orientar todos os meios disponíveis para a rua. Respeito que as pessoas tenham essa percepção. Mas, se lhe perguntamos, sente-se segura? A pessoa diz que sim.

Se a polícia anda a clamar a todos para apresentar queixa, como é que não quer ter essa estatística? Portanto, tem de haver agora um aumento
Domingos Urbano Antunes

E o sistema de videovigilância é um apoio?
O sistema de vídeo protecção é absolutamente decisivo. Não fossem as imagens, muitas coisas não eram descobertas, porque omnipresença não existe. Há crimes que ocorrem fora de Leiria, mas numa investigação, em termos de retrospectiva, conseguimos reposicionar as ‘pedras’ aqui. Dizemos que temos poucos polícias, mas quantos polícias é que vale um sistema destes? Tivemos um caso recente em que o operador viu uma rapariga prostrada no solo uns cinco minutos. Percebeu que não era normal e mandou uma equipa. A jovem estava a entrar em coma alcoólico. Era uma sorte, um carro patrulha tropeçar naquela pessoa. Quem salvaguardou verdadeiramente a vida dela foi uma câmara e um operador diligente. Noutro caso, as câmaras detectaram quatro jovens completamente bêbados, que iam conduzir. A polícia foi ao local e impediu-os de pegar no carro. Dou estes exemplos para as pessoas terem a percepção de que a videovigilância é muito mais do que uma questão de perseguição criminal. Os polícias são menos, mas com estes instrumentos tecnológicos, posso fazer uma melhor gestão.

Que outras cidades podem vir a ter videovigilância?
Tenho vindo a falar com os vários autarcas. Por exemplo, nas Caldas da Rainha a Assembleia Municipal já aprovou. Pombal ainda não submeteu, mas já está numa fase adiantada. Este sistema permite gerir melhor uma cidade. O exercício do comando hoje é diferente. Hoje comandar, é estar dentro de uma sala e movimentar meios, como se fosse um treinador. Também temos um drone que permite ver a massa humana. Temos menos recursos humanos, mas mais recursos tecnológicos. Isto é o futuro.

E a inteligência artificial?
Também. Dou um exemplo: as imagens da videovigilância têm de estar associadas à alarmística. É impossível olhar para mil câmaras, mas se tivermos um algoritmo associado que dê o alarme é um apoio. O Estado não pode temer. Temos de exorcizar esses fantasmas da videoprotecção, porque verdadeiramente estão acautelados os direitos das pessoas.

Leiria tem 150 anos de polícia. O que é que tem mudado?
Se há uma dinâmica económica e social diferente, a polícia tem de se mover. A evolução também tem a ver com a evolução do território. Agora servimos 180 mil pessoas. Não era propriamente Leiria dos pequeninos. Passámos de um patrulhamento apeado para um patrulhamento auto. A criação de uma equipa de prevenção e reacção imediata que vamos ter é para dar resposta a uma dinâmica diferente. Tenho de chegar mais rápido e neutralizar as ameaças no imediato. Como é que se chega lá? De mota. Nestes 150 anos a polícia teve de acompanhar rigorosamente aquilo que é o seu objecto: o cidadão, a cidade, o seu território e as instituições. Também somos uma polícia muito democrática e tolerante. Temos de tolerar estas diferenças culturais. Em Leiria, temos aqui várias nacionalidades, ainda que mais de 50% seja do Brasil. Há ocorrências que estão associadas exactamente a essa cultura, nomeadamente festas. É natural que haja mais ruído ou um churrasco na via pública. Mas o que nos mais enriquece é essa capacidade da universalidade. Eles trazem coisas absolutamente fantásticas, até gastronómicas. Mesmo nas agressões a polícias. Olho com alguma preocupação, naturalmente, mas se calhar aquela pessoa também já tem uma série de coisas associadas, às vezes, necessidades, faltas de resposta, desesperos. Portanto, peço sempre para que haja tolerância nalguma abordagem.

A criminalidade violenta diminuiu em 2023 e a geral aumentou. Como explica?
Há dois factores absolutamente decisivos. Hoje não se fazem burlas físicas, muitas delas são em ambiente digital. Depois, há uma maior confiança no sistema e na polícia. Se a polícia anda a clamar a todos para apresentar queixa, como é que não quer ter essa estatística? Vê-se na violência doméstica. Havia uma pressão social e até um conceito sociológico de não intervir nas relações familiares. Portanto, tem de haver agora um aumento. Isto não nos deve preocupar, antes pelo contrário, é sinal que estamos a corresponder. Só consigo mandar meios e sinalizar zonas de risco se souber que há furtos. As seguradoras também exigem que haja denúncia. Por isso, a tendência é claramente para aumentar esta criminalidade geral. Temos muitas queixas de agressões e de injúrias. As relações são pouco tolerantes. Ao mínimo chama-se a polícia, em vez de resolver o conflito com o vizinho. A criminalidade violenta e grave preocupa-me, mas felizmente, a tendência tem vindo a diminuir e isso também tem a ver com melhor tecnologia e polícias mais bem preparados. Temos uma investigação criminal muito mais eficaz.

O que mudou na investigação criminal?
Desde logo a formação dos polícias. Depois, os meios complementares de investigação. No ano passado fizemos 600 inspecções judiciárias. E existe a videovigilância e os meios electrónicos. Com um telemóvel deixamos rasto. Se for a uma página das redes sociais consegue-se saber muita coisa. Por outro lado, a informação circula ao momento. Estas instituições servem o País e, sobretudo, o cidadão. Instituímos um canal técnico de informação, que se tiver aqui um roubo comunico à GNR e à PJ no momento. Também mudou o escrutínio da polícia. É mais exigente. E nós queremos cidadãos mais exigentes. Se formos mais exigentes, as instituições também têm de o ser. Quero cidadãos mais exigentes para ter melhores polícias. Hoje é tudo filmado. Quantos Tiktok aparecem de intervenções da polícia?

Concorda com as bodycam?
Nós reclamamos bodycam. Há uma série de queixas que, para o bem e para o mal, conseguiria demonstrar- se o que efectivamente se passou. O grande problema dos Tiktok é que só passa o frame final. Em todo o mundo, o uso das bodycam reduziu drasticamente as queixas contra a polícia. Também houve crimes que souberam que foram praticados pela polícia. Mas a polícia tem de se submeter à lei e à transparência. Também sou adepto que todas as chamadas para as polícias sejam gravadas.

Se é pedida exigência aos polícias, não deveriam ser mais bem remunerados?
Deveria ser melhor pago, inegavelmente, onde eu também me incluo.

E como captar novos polícias?
As pessoas têm de valorizar o trabalho da polícia e a polícia também tem de contribuir para essa valorização, exactamente pela qualidade do seu trabalho. Estamos dispostos a pagar mais para ter melhor administração pública? E depois temos de diferenciar em função do risco. Para além de uma disponibilidade permanente, há um risco associado.

A reclamação do aumento do subsídio de risco é justa?
Há claramente uma ambição de as pessoas serem melhor remuneradas, desde logo em valorização, mas a valorização também não é só isso. Sentimo-nos bem num sítio onde temos boas instalações, bons equipamentos informáticos, uma boa messe…

Leiria está a criar uma polícia municipal, poderá ser um bom aliado ou poderá haver algum conflito?
Não consigo encontrar nenhum conflito com quem vem para colaborar e produzir melhor segurança. É um meio complementar e vem-nos “aliviar” de algumas ocorrências para as quais deveríamos ter outras energias. Falo na questão do estacionamento irregular, arrumadores, mendicidades e até ambiental. São matérias claramente administrativas. Por exemplo, tenho de empenhar polícias num corte de estrada, mas quem gere a via pública é a câmara. As polícias municipais correspondem a um elemento essencial na gestão da segurança pública. A polícia municipal é um dos actores essenciais, mas os guardas noturnos também.

 

Percurso
Seminarista em Leiria
Domingos Urbano Antunes, 52 anos, é comandante distrital da PSP de Leiria desde Dezembro de 2023. A capital de distrito não é de todo desconhecida para si. Há cerca de 30 anos, vindo de Angola, onde nasceu, foi seminarista no Convento da Portela (Franciscanos). “Hoje sou um produto desses valores. Não segui a vida religiosa, mas sirvo exactamente na mesma dimensão, agora sem o hábito franciscano, mas fardado de azul. É a mesma coisa: uma missão para as pessoas, para fazer o bem de forma incondicional.” Ao longo do percurso na polícia, tentou precisamente incutir o seu humanismo junto dos cidadãos, pois acredita na integração e recuperação de todos. Apaixonado pela pesca, é caçador e “consumista compulsivo de todas as manifestações artísticas, sobretudo teatro e dança”. Tem o prazer pela leitura e por caminhadas, que costuma fazer no polis. “Sou um peregrino e faço muitas caminhadas a pé a Fátima”, revela, ao contar, com um brilho nos olhos, o prazer que teve em estar com o papa Francisco e em ajudar a preparar a sua vinda a Portugal na Jornada Mundial da Juventude. “Não seria outra coisa que não polícia. Gosto mesmo de servir os outros, é pensarmos sempre
Etiquetas: comando distrital da PSP de LeiriaDomingos Urbano AntunesentrevistaPSPsegurançasociedade
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