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Home Opinião

Dicionário improvisado XX

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Outubro 12, 2023
em Opinião
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Abril

A melhor comemoração é fazer uma nova revolução.

Amor

Eis a regra geral que estabelece a mecânica da respiração da mão: mão aberta = inspiração; mão fe-chada = expiração. Existe também uma regra excepcional: mão permanece fechada = retenção de oxigénio. Daí retira-se uma conclusão científica: o tempo que a mão se mantém fechada é proporcional ao tamanho do amor. E uma conclusão poética: mão fechada = mão que ama.

Baliza

Estas duas árvores já existiam quando eu era criança. Jogava aqui à bola, e as árvores formavam a baliza; faziam parte de todos os golos que marcava, eram parte da minha alegria. Tenho saudades de ser criança e de jogar à bola com estas árvores que se fingiam baliza. Será que também têm saudades dos meus golos?

Dualidade

Uma mão a agarrar o tempo que foge, outra a agarrar a esperança que permanece. Eis a vida.

Família

Toda a gente achava que ela vivia sozinha; mas não era bem assim: morava com as suas plantas. Eram várias, de diversas formas, espécies, idades; mas a todas dedicava a mesma atenção, o mesmo carinho. Falava-lhes; fazia-lhes festas; sorria-lhes. Dera-lhes nomes, e usava-os. Quando regressava a casa, saudava-as e contava-lhes coisas; dizia-lhes que tivera saudades; perguntava-lhes como fora o seu dia, se alguém tocara à campainha, se o vizinho voltara a ouvir música demasiado alta. Até que teve o acidente: o camião passou-lhe por cima do carro, teve morte imediata. Quem avisaria as plantas?

Prostituição

Foram oitenta e sete mil euros e mais uns trocos. Mas valeu a pena, que o carro era mesmo lindo. Tão lindo. No primeiro dia, nem dormiu bem; até se levantou duas vezes da cama para o ir espreitar à garagem. E nas duas vezes pensou: que pena não te poder trazer para o quarto. E riu, sozinho; mas só na primeira vez.

Simplificação

Entrou na loja, disse boa tarde e perguntou onde ficava a secção das promoções; a funcionária apontou, explicou que a colecção já estava muito revirada mas que talvez ainda pudesse descobrir alguma peça interessante. Começou a explorar; não procurava nada específico, apenas a possibilidade de se surpreender encontrando uma boa memória a baixo custo. Ainda se lembrava dos velhos tempos: se um pessoa queria recordar algo concreto, antes tinha de o vivenciar. Parecia incrível como todos se submeteram durante séculos à ditadura da experiência. Que boa revolução fora a possibilidade de comprar memórias de sensações e de acontecimentos, poupando assim a maçada de antes os viver.

Unidade

Deixas-me ser livre? Pergunta ela ao seu próprio corpo. O corpo sorri e responde: desculpa se te tenho dificultado a vida. Ficam em silêncio, pensativos. Quando o silêncio se torna desconfortável, o corpo pergunta: queres dançar comigo? Ela sorri; o corpo também sorri. Sorriem o mesmo sorriso. E depois começam a dançar devagarinho. Ela e o seu corpo: juntos. Livres.

Etiquetas: abrilbolacãocontodicionárioescritaescritorexperiênciagoogleimprovisoinevitabilidadejogoLeiriaopiniãoPaulo Kellermanplantasprosaregião de Leiriarevoluçãoteimosiavida
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