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Letras | Gramática da Fantasia: Vai ler, respondi eu

Patrícia Martins, mediadora cultural e artística, escritora e investigadora por Patrícia Martins, mediadora cultural e artística, escritora e investigadora
Setembro 28, 2023
em Opinião
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Letras | Gramática da Fantasia: Vai ler, respondi eu
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Não sei se sou a favor da proibição do uso de telemóveis na escola… tenho algumas dúvidas principalmente em relação à proibição e à privação da liberdade que este condicionamento encerra. Claro que falo de escolas a partir do 2.º ciclo, em que os nossos filhos e alunos terão outras necessidades específicas, como ir apanhar um autocarro, ou sair para explicações, ou eventualmente dar um passeio com os amigos, ou…

Imagino-me enquanto adulta a proibirem-me de levar uma coisa que é minha na mochila, mesmo que me comprometa a não usar a não ser se for estritamente necessário. Um telemóvel não é uma arma branca ou de outra cor…

Não digo isto de ânimo leve, sou da geração que viveu até aos 20 anos sem telemóvel e com parcos dispositivos digitais e em que o telefone fixo mais perto era na casa da vizinha e onde as cartas eram escritas à mão ou na máquina de escrever do tio que era bancário e estudava à noite. Nada contra, mas a meu ver como em tudo na vida parece-me que a resposta estaria no equilíbrio, no cuidado, na atenção e na aprendizagem do autocontrolo.

Sou de uma geração em que se dizia que estar a ler era estar a passar tempo, às vezes quando estou a ler para estudar, ainda fico constrangida não vá aparecer alguém que ache que não estou a fazer nada, e para apagar a luz, quando líamos até às tantas à socapa, porque “estás a esforçar a vista”… Já ouviram isto a propósito de um objeto muito contemporâneo não já?

Não sou exemplo para ninguém, porque sou muito desligada do telefone, dos grupos de Whatsapp, e não percebo nada de apps nem de gadgets, mas preferia ver o copo a meio… Parece-me que trabalhar as literacias ou as iliteracias, ensinar a dosear, sensibilizar para as adições e ensinar a encontrar vidas bonitas para além das que encontramos nos jogos de telemóvel seria melhor caminho.

Por exemplo às vezes vejo miúdas e miúdas com os ditafones a cantar e a registar músicas e poemas da sua autoria, a fazer pesquisas sobre os seus autores e ídolos favoritos, a aprender fotografia ou a olhar criticamente para algo que não está bem por intermédio da lente, ou a fazer stop motion, ou… ou… ou…

Também vejo miúdos que passam muito tempo a jogar com amigos, mas que estão todos ligados de carne e osso ou ao telefone e que para além do jogo, falam das suas realidades e estão juntos nestas novas maneiras de estar juntos no século XXI. Esses miúdos que passam tempo no telefone, também podem ler e brincar, e correr no jardim e jogar à bola, se forem incentivados a tal, ou então se os seus adultos responsáveis os convidarem a dosear. Primeiro parece que estranham, mas depois também se entranha.

Um destes dias disse cá em casa que era dia de detox do telemóvel e que este apenas poderia ser usado para pesquisas. Passado algum tempo a mais nova tinha ido buscar um caderno e com ajuda de uma app do Google, catalogou umas quantas folhas e flores que encontrou no jardim, arrumadinhas num bloco de desenho.

Ontem à noite peguei ao calha no livro Vamos Comprar Um Poeta do Afonso Cruz, que tinha no móvel da sala e no meio de tablets e telemóveis pus-me a ler em voz alta com uma entoação entusiasmada e teatral… (pensei com os meus botões ; não tarda estes dois humanos pequenos vão mandar-me calar !). A linguagem por vezes era complicada para miúdos mas eu continuei divertida. Quando levantei os olhos do livro lá estavam eles, os dois, uma miúda de nove e um de onze, absortos, de olhos arregalados e eu continuei como se nada fosse. Num ápice se juntaram a mim: Mãe também posso ler? “O poeta descalçou-se (…) deitou-se de costas e levou as mãos ao interior do casaco. Tirou um livro. Por Mamon, o que é que ele vai fazer? Perguntou o meu irmão alarmado. Vai ler, respondi eu”.

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