Até 2030, o Município de Leiria quer reduzir em mais de 30% a quantidade de resíduos depositada em aterro, através da duplicação da recolha selectiva, da implementação de um sistema para o aproveitamento de biorresíduos e de medidas que promovam a reutilização de materiais.
As metas estão definidas no Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) de Leiria que prevê investimentos na ordem dos 12,6 milhões de euros (ME) a concretizar nos próximos seis anos. A proposta de plano de acção foi aprovada na última reunião de câmara e irá agora ser submetida à apreciação da Assembleia Municipal.
De acordo com dados constantes no plano, em 2022, foram recolhidas 46.286 toneladas de resíduos indiferenciados, que acabaram depositados em aterro sem qualquer valorização. O objectivo é que, em 2030, esse valor não ultrapasse as 30.491 toneladas, o que representará uma redução na ordem dos 34%.
O plano aponta ainda como meta o aumento da recolha selectiva de 7.500 para 18.545 toneladas, não só através dos ecopontos, mas também da disponibilização de pontos para a deposição de têxteis, pilhas, aparelhos eléctricos e electrónicos e óleos alimentares.
Para poder ambicionar cumprir com as metas propostas, “o município terá, previsivelmente, de realizar um investimento total na ordem dos 12.649.203 de euros, até 2030”, pode ler-se no documento, que reconhece que, para o sucesso da implementação das acções previstas no PERSU, “além da promoção de medidas de redução da produção de resíduos, separação na origem para compostagem local ou recolha selectiva, é essencial disponibilidade financeira adequada”.
É ainda necessário “um modelo justo que incentive boas práticas ambientais pelos utentes dos serviços de gestão de resíduos urbanos, contribuindo para o equilíbrio tarifário”.
Entre as medidas previstas no plano de acção do PERSU está a distribuição de ecopontos domésticos à população, a promoção da compostagem doméstica através da aquisição de kits para a deposição de resíduos alimentares e verdes e a compra de bio-trituradores para evitar a queima de sobrantes agrícolas, florestais e provenientes de parques verdes e jardins.
Na área dos biorresíduos (restos de comida, sobras de vegetais ou cascas de fruta), cuja recolha selectiva vai passar a ser obrigatória, está previsto um investimento na ordem dos 2,6 milhões de euros, que contempla a aquisição de viaturas para recolha, de contentores próprios e de equipamentos para a recolha porta-a-porta destinados a produtores não domésticos.
Outra das apostas do plano passa por fomentar a reutilização de materiais, através, por exemplo, de espaços de venda de artigos em segunda mão e de recepção de objectos que possam ser novamente utilizados, como têxteis, mobiliário e equipamentos electrónicos e eléctricos.
O plano contempla ainda o desenvolvimento de um projecto-piloto com a colocação de contentores com sistema de PAYT, através do qual se paga em função da quantidade de resíduos produzidos.