São precisos mais de 4,5 milhões de euros para intervir nas diversas infra-estruturas do Serviço Nacional de Saúde da Marinha Grande e, mesmo assim, não chegarão para resolver todos os problemas sentidos nestes equipamentos, adiantou Aurélio Ferreira, presidente do município na última reunião de câmara.
O autarca respondia, desta forma, quer a Aires Rodrigues, membro da Comissão de Utentes do Centro de Saúde da Marinha Grande, quer aos vereadores da oposição, que reclamavam do executivo permanente maior pressão sobre a Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria para solucionar a falta de médicos e de condições em infra-estruturas.
Aires Rodrigues alertou o executivo para a situação “inaceitável” pela qual estão a passar utentes da extensão de saúde de Vieira de Leiria. Dos três médicos que exerciam nesta extensão, um deles pediu transferência para Leiria e outro está de férias.
Num total [LER_MAIS]de 6.404 utentes, só 1.567 têm agora médico de família. Para conseguir consulta, os utentes formam fila de espera, por vezes “às cinco da manhã”, expostos à intempérie, porque, apesar de prometido há anos, nunca foi construído um abrigo que os protegesse enquanto a extensão não abre, realçou Aires Rodrigues. O porta-voz da comissão apelava a que, em articulação com a Junta de Vieira de Leiria, a Câmara da Marinha Grande tratasse da construção de um alpendre.
E exortava o presidente a continuar a exigir às autoridades a atribuição de médicos a mais de 10 mil utentes, que continuam sem clínicos no concelho (mais de 26% dos inscritos).
Pôr termo à “degradação” do Serviço de Atendimento Permanente, para que volte a funcionar 24 horas, também como retaguarda às urgências do hospital de Leiria, onde o serviço nem sempre funciona, foi outra das reclamações.
Aurélio Ferreira informou que tem vindo a ter reuniões regulares com o presidente da ULS, que está a procurar um médico para substituir o clínico que se mudou para Leiria. Adiantou ainda que, neste período mais complicado, pontualmente, os utentes poderão ser atendidos no Centro de Saúde da Marinha Grande.
Na última reunião, Aurélio Ferreira referiu ainda que, com nome de SAP ou com outra denominação qualquer, tem sempre defendido junto da ULS a existência de médico em permanência na Marinha Grande. Adiantou também que o município entregou à ULS a mapeação das intervenções necessárias (segunda fase da renovação do Centro de Saúde da Marinha Grande e área envolvente, intervenção na extensão de Vieira de Leiria, entre outros equipamentos), orçadas em mais de 4,5 milhões de euros.