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Tó Trips: “Um gajo tem de pelo menos uma vez na vida tentar fazer aquilo de que gosta”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Março 15, 2024
em Entrevista
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Tó Trips: “Um gajo tem de pelo menos uma vez na vida tentar fazer aquilo de que gosta”
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Nasceu há 58 anos e a partir de Lisboa tem deixado marca na música portuguesa, através da guitarra, ao longo das últimas décadas. Com os Club Makumba, acaba de lançar Sulitânea Beat, o segundo álbum da banda. Antes, com Dead Combo, viveu o período de maior aceitação pelo público. Tó Trips começou nos Amén Sacristi (ainda no liceu) e passou por Santa Maria Gasolina em Teu Ventre! antes de formar os Lulu Blind nos anos 90. Entre outros projectos, também já gravou a solo.

Sulitânea Beat. Um álbum mais experimental?
Sim, tem uns laivos mais experimentais. Mais psicadélico, mais de improvisação, também, tem mais essas janelas.

Estiveram em residência. O vosso processo é mais espontâneo do que pré-orientado?
É à antiga. Chegas com uma malha, eu chego com outra, e depois tentamos ver o que é que dá. Como trabalhei em publicidade tenho um bocado essa escola, dos brainstormings. Nós temos que ter aqui uma ideia, portanto, é proibido alguém julgar alguém, podes dizer a maior parvoíce deste mundo. As residências são isso porque passas 24 horas sobre 24 ali a falar sobre o assunto e a matutar sobre as coisas.

E a essência deste álbum está nessa semana?
Sim. Havia umas malhas que já vinham de soundchecks [testes de som, tipicamente, antes de concertos] e de coisas que o pessoal tinha, houve outras que foram lá criadas, mas todas foram lá desenvolvidas.

Esse campo de exploração está sempre dependente da guitarra?
Não, está dependente de qualquer instrumento. Bem, no meu caso é a guitarra. Ou seja, há temas, não é? Mas depois há sempre umas janelas, o pessoal pode sair por ali. Já acontecia também nos Dead Combo. Os temas ao vivo nunca são iguais ao disco. Nunca curti muito o pessoal que toca igual, igual… Sou da geração que ia a concertos e acontecia sempre qualquer coisa. Ou porrada, ou o gajo partia umas cenas ou cuspiam no gajo, sei lá. Um gajo para ir ver uma cena ao vivo convém que seja diferente do que realmente ouvir o disco e tocar o disquinho na perfeição. Nunca fui esse gajo. É lógico que são os temas do disco, mas pronto, que tenha esse espectro de liberdade.

Não está pronto para largar a guitarra?
Não. Foi uma opção de vida que eu tomei que é tentar ganhar a vida da guitarra. Ser guitarrista. E é isso que eu faço todos os dias. Mesmo que não tenha concertos, estou em casa a tocar. E eu acredito que um gajo só consegue ser bom, ou, pelo menos, melhor, investindo numa coisa.

Está muito longe do sítio onde estava com Lulu Blind?
Sim, claro. Tinha uma profissão e tinha a banda, não é? E depois cheguei a 2000 e larguei tudo e dediquei-me só à guitarra. Um gajo quando se dedica só a uma coisa, seja a fazer sapatos ou a tocar guitarra, melhora, de certeza. Não sei se é da idade, de estar mais velho, mas já há uns anos que me cansei um bocado da música anglo-saxónica. Também já ando aqui há muitos anos, já ando aqui desde os anos 80. E continuo a gostar de cenas de rock, e cenas pesadas, independentes, mas às vezes soa-me a qualquer coisa que já ouvi. E por isso é que sempre procurei coisas – e a net veio dar isso – coisas fora do espectro anglo-saxónico ou da música ocidental, procurar, sei lá, o melhor guitarrista tradicional das ilhas Fiji. Coisas diferentes ligadas ao teu instrumento. Nunca hei-de saber tudo sobre guitarra, mesmo que viva cem anos.

É nesses sítios mais distantes que acaba por se surpreender mais?
Já vi centenas e centenas de concertos, agora vejo menos porque tenho putos e família, tanto gosto de tocar como de ver gajos a tocar. Aliás, foi a ver gajos a tocar que fui para a música. E continuo a gostar de ver pessoal a tocar. Para mim, fazer parte disto, é a cena, seja a tocar, seja a ver tocar.

A distinção que faz entre banda e projecto.
Sim, pá, uma banda é uma cena de amigos. Um projeto é um… Claro, a gente conhece-se minimamente mas não somos amigos, não é? Para ter uma banda, acho que convém sermos amigos. Também tenho projectos. Uma banda sonora para um filme ou um cine-concerto. Outra coisa é ter uma banda.

Para uma banda como Club Makumba que importância tem um clube como este [o Texas, onde tocaram na noite de 1 de Março] aqui em Leiria?
Os clubes são uma coisa superimportante, embora em Portugal não haja muitos clubes, ou são quase sempre os suspeitos do costume, mas os clubes também são razão das bandas existirem e é o primeiro circuito quando se começa uma banda. Não quer dizer que eu, lá por ter 58 anos, não esteja a começar. Neste caso, estou a começar outra vez. Começar é fixe. Começar uma nova cena é sempre fixe.

O circuito de concertos em Portugal é demasiado curto?
É curto e não é só isso. Por acaso é um país bem apetrechado de auditórios, mas o dinheiro não existe. Portanto, as pessoas que vão fazer auditórios, que conseguem fazer auditórios, são bandas ou artistas que conseguem encher a sala. O auditório não tem dinheiro para pagar. Dead Combo era assim.

Iam à bilheteira.
Ya, porque sabíamos que enchíamos aquilo. Isso é impossível para bandas como esta [Club Makumba]. É lógico que não nos importamos de tocar em auditórios, mas prefiro tocar com esta banda em sítios em que as pessoas estejam em pé.

A indústria de eventos ao vivo está muito dependente da iniciativa pública, nomeadamente dos municípios, mais do que dos privados?
E o que vem aí vem pior. O que vem aí é pessoal com cultura zero. É aquela cultura dos escuteiros, do Papa. Na boa, mas há outra cultura. Acho que há espaço para tudo. Só que, muitas vezes, não há espaço para tudo. Um exemplo, televisão: não vão lá bandas pequenas tocar como havia nos anos 90. Na BBC, o Jools Holland ainda leva malta, pessoal de qualidade, aqui [em Portugal] está muito a cena televisiva do concurso.

O que acha do que vê no Festival da Canção?
Não me diz nada. Dar os parabéns à RTP, porque conseguiu dar a volta, com profissionais de televisão cinco estrelas, a uma coisa que eu imaginava que nesta segunda década do século XXI não existiria. Existe e a malta nova alinha. Agora, a mim não me diz nada.

É representativo do que é a música portuguesa?
Não, no way. Os artistas que lá vão, e muitos deles são muito bons, pensam num formato de festival. É natural. Mas aquilo não é representativo de nada.

Os músicos hoje são muito mais dependentes de tocar ao vivo do que das vendas de discos.
Ser músico, ganhar a vida de músico, é tocar ao vivo. O europeu tem um lado, às vezes, um bocado burguês nisso, porque os americanos sempre tiveram que andar…. mais tarde são superconhecidos mas andaram a tocar em pizzarias, a percorrer o país todo a tocar. E eu acho que isso é que é ser músico. Como as pessoas que trabalham no café, trabalham lá todos os dias.

Há alguma maneira de tornar as plataformas de streaming mais justas para os artistas?
Tinha de haver, da parte dos Estados, aqui na Europa, ser decidido um mínimo, um valor mínimo. Se querem estar abertos, tem de ser assim. [Actualmente] os valores [recebidos pelos artistas] são ridículos. Devia ser regulamentado, porque, ao fim e ao cabo, ganham milhões e milhões com os conteúdos dos outros. Espalham a tua música, é verdade, mas tem de haver equilíbrio.

Está desequilibrado.
Sim, exacto. Hoje em dia só ganho a vida a tocar. E da SPA dos concertos [direitos geridos através da SPA – Sociedade Portuguesa de Autores].

Resistir é uma palavra que usa muito relacionada com a actividade artística.
Sim, tem a ver com uma certa inquietude.

É a melhor palavra para definir o que é ser artista em Portugal?
Ser artista é sempre mais difícil do que ter uma outra profissão. É ser free lancer. Mas depois também é um género de vida a que tu te habituas. Larguei o emprego há 24 anos, foi a melhor coisa que fiz. E até ganhava fixe. Mas um gajo tem de experimentar outras coisas e pelo menos uma vez na vida tentar fazer aquilo de que gosta. Resistir não é ser contra tudo e contra todos, é não deixar morrer uma certa intervenção na sociedade.

Fala-se pouco de cultura em Portugal?
Isto esteve fechado meio século XX. As pessoas para terem alguma coisa têm de se matar a trabalhar, portanto, a cultura é sempre muito mais levada como entertainment, festa. Cultura é tudo, desde o folclore à comida. As pessoas fartam-se de trabalhar e não há muito dinheiro. Vão às festas (que eu acho fixe, haver festas populares) e é aí que é a cultura, que também é isso. Normalmente, a cultura vem quando as pessoas estão bem, quando já não têm de pensar que vão a um concerto e vão gastar 15 paus ou 20 paus. A cultura é sempre arremessada para terceiro plano ou quarto. Há coisas mais graves para resolver. Tem de haver saúde, tem de haver comida na mesa, para as pessoas terem acesso à cultura, também, terem esse direito de se divertirem e não ir a um sítio e sentirem-se culpadas porque estão a pagar 30 paus para ver aquilo.

Os músicos e os artistas devem ter uma voz activa socialmente e politicamente?
Claro, acho que sim. Há muita malta que acha que não e eu compreendo. Quando as pessoas têm uma voz activa é muito fácil os partidos pegarem nessas pessoas e [tornarem-nas] reféns daquele partido. Agora, não é preciso ser artista, acho que um gajo deve ser activo socialmente como cidadão. E o pessoal não tem muito essa cultura, se calhar, os povos do norte da Europa têm mais essa cultura do que nós.

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