Primeiro, o single “City of Glass”. E este sábado, 2 de Março, o álbum com o mesmo nome. O novo trabalho de Daniel Bernardes – 12 temas – inspira-se no texto que abre A Trilogia de Nova Iorque, de Paul Auster.
O pianista e compositor de Alcobaça deixou-se influenciar pela narrativa do escritor norte-americano numa aventura em que tem como cúmplices Pedro Moreira (direcção musical), o Coro Ricercare dirigido por Pedro Teixeira e os músicos de jazz António Quintino (contrabaixo) e Joel Silva (bateria, antigo aluno do Orfeão de Leiria).
Durante dois anos, Daniel Bernardes (director artístico da Leiria Cidade Criativa da Música Unesco) criou a partir do ambiente que abraça a história de Paul Auster e em paralelo mergulhou na novela gráfica em que colaboram David Mazzucchelli e Paul Karasik.
O resultado é “muito especial”, disse ao JORNAL DE LEIRIA em Novembro do ano passado, depois de concluídas as gravações. “É um dos livros da minha vida e este projecto vai ser um dos mais ambiciosos”, explicou. “O processo de criação foi um bocadinho semelhante ao do Vignette, portanto, esta ideia de ter contacto com um objecto exterior que espoleta a composição musical”.
Os títulos de cada faixa – “It Was Wrong Number That Started It” ou “The True Nature of Solitude”, por exemplo – são retirados de frases ou expressões que Auster utiliza em determinados momentos de City of Glass.
Literatura, jazz e música coral reúnem-se num disco “muito híbrido” que é apresentado ao vivo pela primeira vez já este sábado, 2 de Março, no Auditório de Espinho, com início às 21:30 horas.
A edição inclui fotografias de Roberto Correia e Beatriz Candeiras Rato (em Nova Iorque) que serão projectadas ao vivo.