Hoje tem 28 anos, mas desde os cinco que Cláudia Gaspar não larga as raquetes. A leiriense ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de padel, com a particularidade de ter começado a praticar este desporto somente durante a pandemia.
O ténis foi a primeira paixão desportiva desta atleta, que, com cinco anos, começou a praticar no antigo Centro Internacional de Ténis de Leiria.
Já nesta modalidade, Cláudia Gaspar alcançou um lugar de destaque e tornou-se numa atleta de referência no País, feito que agora repete no padel.
“O padel surgiu na pandemia. [LER_MAIS]Eu trabalhava em Lisboa e quando se deu a pandemia, mudei-me novamente para Leiria. O ténis e o padel eram as modalidades que podiam estar abertas”, recorda a atleta, ao mencionar que, “de vez em quando”, alguns amigos a convidavam para jogar padel.
Entretanto, o ténis ficou para segundo plano e Cláudia Gaspar sentiu que faltava “o bichinho da competição”.
A primeira competição de padel, conta, foi realizada “meramente a brincar”. “Fui brincando gradualmente em alguns torneios durante o ano”, comentou a atleta que, aos poucos, levou esta brincadeira mais a sério, já depois de regressar a Lisboa.
“A minha intenção não era jogar profissionalmente. Esse chip mudou quando comecei a treinar e a ter melhores resultados”, lembra a jogadora.
A participação em torneios ao fim-de-semana tornou-se mais regular e, cerca de um ano depois de começar a competir, finalizou 2021 no 19.º lugar no ranking nacional.
A partir daí, foi sempre a subir. Cláudia Gaspar acredita que uma “postura correcta” e uma “mentalidade competitiva” contribuem para os bons resultados que tem alcançado, além do apoio de familiares e amigos, que considera fundamental.
Vitória após vitória, Cláudia Gaspar escalou no ranking nacional e ocupa o 3.º lugar desde Novembro de 2023.
“É o resultado do que andei a fazer durante o ano. Acabei por ter boas performances. Fui muito consistente durante todo o ano e isso penso que fez a diferença”, frisou a atleta.
Estes resultados fizeram com que Cláudia Gaspar fosse convocada para a selecção nacional de padel.
Quando soube que tinha sido chamada para representar as cores de Portugal, a atleta admite que ficou “contente”, tendo em conta que tinha entrado no mundo do padel há dois anos.
Sendo “novata” na equipa das quinas, a leiriense mostrou-se orgulhosa por ter sido chamada em “todos os jogos” na competição que decorreu em Oeiras.
Com a contribuição de Cláudia Gaspar, Portugal acabou mesmo por se sagrar campeão europeu de padel de equipas no ano passado.
“Fiquei muito contente em ter ajudado a equipa, aprendi muito com elas. Foi um bom início e espero conseguir entrar novamente este ano”, referiu.
O objetivo para a época desportiva deste ano era continuar com as vitórias, mas uma lesão trocou-lhe as voltas e Cláudia Gaspar está, neste momento, a recuperar de uma operação. A atleta falha o início da época, mas pretende voltar aos campos entre Maio e Junho.
Mesmo com este percalço, a leiriense espera manter-se no top 5 do ranking e salienta que prefere manter os ‘pés assentes na terra’.
“O objectivo será o top 5, ainda mais perdendo est[LER_MAIS]a parte inicial da época. De alguma forma, tenho de defender o que consegui no ano passado. Enquanto estou parada, os outros estão a jogar. Não significa que não consiga chegar lá. No entanto, o foco não é o número 1 ou o número 2, é em conseguir ganhar torneios e conseguir estar bem contra as melhores adversárias”, frisa.
Faltam patrocínios
Com os resultados obtidos nos últimos anos, Cláudia Gaspar pretende “dar o salto” e começar a competir a nível internacional. A atleta procura patrocínios que a ajudem a atingir este objectivo.
“Estou à procura de patrocínios para poder investir mais no padel. Já tenho alguns, mas não são suficientes para dar um pulo maior para o nível internacional”, lamenta a desportista, ressalvando que o foco em 2024 continuará a ser nas competições nacionais.
“Os que querem lá chegar [às competições internacionais], têm um caminho muito difícil”, reconhece.
Por enquanto, Leiria continua a ser um local de visita, principalmente para jogar padel. “Já há um muito bom nível”, admite a atleta, que gosta sempre de regressar a Leiria para rever amigos e, sobretudo, recordar as “brincadeiras” que a levaram ao pódio nacional.