Dário Ruivo e David Allen estão entre os 40 inscritos na classe Mini 5,60 para o Campeonato do Mundo de Carro à Vela, que se realizará em França de 29 de Junho a 3 de Julho.
Os velejadores de Leiria e Ansião não têm objectivos competitivos definidos, mas querem usufruir do prazer de conduzir os carros criados pelos próprios.
“É possível comprar os carros, mas no nosso caso sou eu que os construo. Isso é o que me dá muito gozo fazer. O David e eu temos estado a desenvolver dois carros para levarmos à prova em França”, afirma Dário Ruivo.
David Allen, um velejador de dupla nacionalidade – australiana e inglesa – e a viver na pequena aldeia de Casal Soeiro, no concelho de Ansião, tem hasteado a bandeira portuguesa pelas provas que disputa em carro à vela.
São os únicos representantes portugueses a participar na prova, à semelhança do que já tinha acontecido no Europeu de Carro à Vela, onde a bandeira nacional foi exibida pelos dois velejadores da região.
“Vamos em representação do Núcleo de Espeleologia de Leiria [NEL], com o apoio da Associação Lansailing Portugal”, explica Dário Ruivo, ao lembrar que só a França tem 20 atletas inscritos, o que demonstra a força da modalidade em terras gaulesas, onde já existem escolas de Carro à Vela. Para o piloto do NEL (Pédevento), esta será mais uma aventura, onde privilegiará o lazer em prol da competição.
“Há duas maneiras de viver o desporto: na parte competitiva e na parte de lazer. Nós tentamos viver na parte de lazer, sobretudo eu, já que o David é mais competitivo”, revela.
Por isso, as famílias dos dois velejadores vão acompanhá-los na prova, de forma a poderem usufruir juntos da actividade, apesar de serem Dário e David que vão entrar em competição. “Vamos também pelo convívio e para reencontrar pessoas que conhecemos no passado e outras com quem falamos habitualmente dos Estados Unidos ou da Austrália”.
Dário Ruivo reforça que o companheiro tem um palmarés de respeito, tendo alcançado um segundo lugar no Campeonato da Europa por equipas. “Ao nível do campeonato espanhol, temos também tido algumas boas classificações, nomeadamente segundos e terceiros lugares”, destaca. Um carro à vela é uma espécie de triciclo, com uma vela que ajuda a mover o veículo.
Em Portugal, a modalidade não é muito conhecida. Dário Ruivo afirma que o objectivo dos pilotos é atrair mais gente à prática da modalidade, que não tem idade. “Já tive o prazer de ter praticado vela com uma pessoa de 83 anos. Foi numa prova de cross country de longa distância, de 200 quilómetros, com a duração de dois dias”, revela.
Para o piloto do NEL, este é um desporto que desperta o “prazer de velejar na praia”. “A menor prova que realizou foi em Portugal: entre Tróia e Melides. Foram 42 quilómetros magníficos junto ao mar de Tróia”, conta. A prova em França será num circuito fechado. Será composta por várias regatas, com o objectivo de fazer o maior número de voltas possível dentro de um tempo definido, o qual ainda não é conhecido.
“Geralmente são 20 minutos, mas pode ser alterado em função do tamanho do circuito. Na Irlanda, o circuito tinha aproximadamente cinco quilómetros na praia e tínhamos 20 minutos para fazer o maior número de voltas. É prática comum termos um briefing de manhã a explicar o percurso e onde temos as balizas para dar a volta”, explica.