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A antiga Casa dos Calados deverá começar a funcionar em Abril, estando prevista a sua inauguração em Junho, data em que se realiza a reunião de executivo descentralizada naquela freguesia. A revelação foi feita pelo presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, na última reunião.
O autarca adiantou que a candidatura ao Programa Operacional Regional do Centro, Eixo Prioritário Competitividade e Internacionalização da Economia Regional (COMPETIR) no valor de 1,8 milhões de euros foi agora aprovada, tendo uma comparticipação de 1,5 milhões de euros.
Segundo Jorge Vala, esta é “uma obra relevante num espaço que tem uma importância histórica”. “Está associada aquele espaço a primeira fábrica de faiança do Juncal, a Real Fábrica, que data do século XVIII e que teve uma importância vital para a dinamização do concelho”, acrescentou.
A Real Fábrica, que foi depois uma casa agrícola, terá agora espaços comuns preservados, com uma área de exposição de algumas peças de faiança que pertencem ao espólio da Câmara, mas também serão cedidas por privados.
Há ainda a possibilidade de alguns artigos que se encontram no Museu de Leiria, que poderão ser emprestados pontualmente.
Jorge Vala afirmou que a intervenção na Casa dos Calados prevê a criação de 24 espaços para instalação “empresarial e empreendedorismo qualificado e criativo, aliando a ciência e tecnologia, tanto aos setores mais tradicionais locais, como a projetos de investimento de natureza inovadora, apostando no desenvolvimento de novos produtos e serviços, privilegiando a economia digital”.
Com uma área total requalificada de 2.604,75 metros quadrados, o presidente da autarquia adianta ainda que o projecto prevê também manter viva a memória do que foi aquela casa. “Não queremos abandonar aquilo que foram os espaços comuns e convidar a população a visitá-los, vamos criar uma marca e um regulamento de utilização da casa para que sejam criadas várias dinâmicas”, revelou.
“Além da ligação de excelência ao Parque Verde, a reabilitação do edifício, assente em princípios de sustentabilidade, albergará um conceito de residências artísticas, com inclusão de espaços de cowork e ateliês para ofícios, relacionados com a cerâmica e o junco, atividades com forte afirmação e tradição nesta vila”, acrescenta uma nota de imprensa da Câmara de Porto de Mós.
Serão ainda recriadas atividades da antiga Real Fábrica do Juncal, bem como a realização de oficinas, que funcionarão em paralelo com uma biblioteca/mediateca, e um museu de louça e cerâmica.
“Está prevista, ainda, a construção de um FoodLab, ou laboratório alimentar, no antigo lagar. Será também criada uma sala ampla no edifício principal, designado de salão nobre, onde poderão ser realizados eventos e solenidades, num espaço com a dignidade que o Juncal justifica”, lê-se ainda no comunicado.
