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Home Opinião

Distopias e panelas de água a ferver

Nuno Reis, professor e investigador por Nuno Reis, professor e investigador
Março 10, 2023
em Opinião
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Quando no século XVI Thomas More imaginou um local tão perfeito quando irreal chamou-lhe “Utopia”. Nesta ilha imaginária não havia a hipótese de lesar alguém por motivos religiosos, o fanatismo e a intolerância não eram admitidos e eram severamente punidos, havia liberdade de culto, a paz era cultivada e os seus frutos eram colhidos, havia uma busca pela felicidade e uma estrutura democrática que zelava pelo bem comum. Já no século XX tornaram-se mais comuns as obras literárias (e cinematográficas) que apresentam distopias.

Ao contrário da Utopia de More, numa distopia o mundo descrito é negro, opressor do indivíduo controlado por uma elite que controla todos os aspetos da vida humana – seja por recurso à perseguição, seja por recurso ao condicionamento das mentes dos indivíduos.

No livro Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley apresentava uma sociedade de castas, entregue ao consumo desenfreado e anestesiada pela dose diária de ‘soma’, a droga que alivia todas as inconveniências e transporta as pessoas para um estado de felicidade imediata. No cinema, a saga Matrix entrega o poder a máquinas inteligentes e faz dos humanos os seus escravos apenas para o fornecimento de energia.

As tecnologias têm um papel em muitas distopias e isso não é descabido. A tendência para reverenciar a tecnologia é cada vez mais prevalecente e torna a tecnologia no alfa e ómega da contemporaneidade, apresentando cada inovação tecnológica como um maná que vai tornar a vida maravilhosa. Os tecno-deslumbrados encaram cada nova tecnologia como naturalmente positiva (porque é nova) e evidentemente perfeita (porque é produto de uma entidade divina desconhecida, “as startups”). 

Depois do metaverso (que de tão iminente, nunca mais deu sinal), o mais recente objeto de deslumbramento tem sido um chat de conversação com capacidade de produzir texto rapidamente.

As loas tecidas dizem que irá mudar o mundo, substituir profissões inteiras, tornar o trabalho mais simples, a informação mais próxima. Mas, os tecno-deslumbrados parecem esquecer que a tecnologia é um produto humano pelo que replica padrões sociais, desigualdades, preconceitos.

E, sobretudo, é usada pelos humanos segundo prioridades e desejos que nem sempre são altruístas, construtivos e úteis para a humanidade. Assim, entregar o domínio de tecnologias que podem constituir um sistema de controlo da sociedade a entidades opacas e com interesses próprios (por exemplo, grandes empresas) é má ideia e aproxima-se de uma distopia.

Aliás, a cada dia que passa a sensação de distopia é maior. Valham-nos as palavras que inspiram e nos relembram o que é verdadeiramente importante, como as da autora e cantora Cátia Mazari Oliveira (A Garota Não): «Podem decretar o fim da arte | É como decretar o fim da chuva | Há sempre alguém que sonha em qualquer parte | E a nossa voz nunca será viúva | (…) Podem decretar mandar calar-te | Dizer que a nossa voz é um enguiço | Podem decretar o fim da arte | E a gente faz uma canção sobre isso».

Etiquetas: alfadesejosdesigualdadesdistopiadrogafanatismofelicidadeintolerânciaNuno Reisómegaopiniãopreconceitosprioridadesprofissõestecnologiatendências
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