PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Letras | Do espanto em Húmus

Graça Sampaio, professora por Graça Sampaio, professora
Fevereiro 21, 2023
em Opinião
0
Letras | Do espanto em Húmus
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

O último número da Revista Ler (Inverno de 2022) traz um longo excerto sobre o nosso deslumbramento perante a excelência da Natureza, retirado do livro Losing Eden, da escritora e jornalista britânica Lucy Jones que será publicado brevemente em Portugal com o título Perder o Paraíso. A autora recorda que era «seriamente atacada pelo espanto em adolescente» que foi perdendo por isso não ser considerado «cool» pelos amigos e também porque foi perdendo o contacto com a Natureza. Refere ainda «uma nova área de investigação – a ciência do espanto» e desenvolve, de forma circunstanciada, como os fenómenos naturais nos fazem sentir melhor podendo ter implicações na nossa saúde mental e psicológica.

O que me atraiu para a leitura do texto foi tão-somente a alusão ao espanto do qual a autora se serve (e bem) para levar os leitores a contactarem e a deslumbrarem-se com a Natureza de forma a combaterem o stress. Nada a ver com o espanto em Húmus, a primorosa obra que Raul Brandão escreveu em 1917. O espanto, como o sonho, com a sua essência transcendente e o seu poder encantatório é uma das principais linhas de força da referida narrativa.

Espantosa é, de igual modo, a forma como David Mourão-Ferreira introduz o seu texto de reflexão crítica Releitura do «Húmus» (1967): «Acabo de reler o Húmus, de um fôlego, numa só noite, e dessa leitura saio, ao mesmo tempo sufocado e eufórico, impregnado até aos ossos de uma sensação de «mixórdia» e de «espanto» (…) mas do que não tenho dúvidas é que se trata de «uma» obra-prima da nossa literatura (…)

A vila encardida é o local onde «mora dum lado o espanto, do outro o absurdo» e onde se inscrevem as criaturas grotescas (um grotesco [na aceção de W. Kayser] associado ao trágico da condição do homem moderno no mundo, sujeito a forças ocultas, transcendentes, que o controlam, humilham, alienam, agridem e aniquilam) que o narrador inventou e vai chamando à narrativa para patentearem as suas perplexidades, questões metafísicas sem resposta: o mistério vida/morte, a dor de viver e o drama das consciências, a questão do tempo, – «Como a existência é monótona, o tempo chega para tudo, o tempo dura séculos.», a (in)existência de Deus «Crias-me e não existes.»

«A vila é um simulacro. Melhor: a vida é um simulacro.»

O espanto em Húmus nasce do enigma, do incompreensível, do medo, do absurdo da vida. «Tudo para mim é uma causa de espanto – e através deste espanto pressinto ainda um espanto maior.»

Este espanto aliado ao medo e à sombra tem, porém, o seu reverso que é a ternura. E esta acontece quando, em Fevereiro, aparecem os primeiros sinais da Primavera. «Corre um vento glacial e as árvores encolhem-se transidas. Mas nessa frialdade sinto já ternura. (…)Uma árvore nova cobre-se entontecida da primeira flor. (…) E isto envolto em ternura – tanto faz que se trate de uma árvore como duma rapariga.»

O dionisíaco do espanto versus o apolíneo da ternura.

Previous Post

Música | Prémios Grammy, um olhar de esguelha

Próxima publicação

O drama dos inocentes

Próxima publicação

O drama dos inocentes

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.