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Se 2023 estava já a ser um ano especial para a Fábrica Secil Maceira-Liz (antiga Fábrica de Cimentos da Maceira-Liz), que celebra o seu centenário, tornou-se ainda mais com a subida à 2.ª Divisão nacional da equipa de ténis de mesa, no dia 9 de Julho.
Foi há dois anos que a equipa Cimentos Liz assistiu a uma “mudança”, justificada por uma “maior aposta na modalidade” e um “reforço com atletas experientes e de muita qualidade”, explica o delegado da equipa, Rui Sampaio Batista.
Após ter “falhado por pouco” a subida aos nacionais em 2021/2022, este ano a equipa não facilitou. O segredo esteve na “união do grupo”.
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O primeiro passo foi a conquista do campeonato distrital de Leiria, e o apuramento para a fase de qualificação nacional, que se realizou no Algarve, onde a Cimentos Liz venceu os quatro jogos disputados.
“A fase final foi disputada em dois dias e, no primeiro, tínhamos já o apuramento praticamente garantido. Foi uma sensação excepcional. Acabou por ser uma homenagem ao centenário da fábrica”, realça.
A Casa do Pessoal Cimentos Liz conta actualmente com 15 atletas, dos 22 aos 66 anos, sete dos quais federados. O mais velho representa o emblema da Maceira há já 30 anos.
Além de competir nas provas federadas, a Cimentos Liz participa também no Circuito Challenge. A equipa recebe um “total apoio” da direcção da Fábrica, ao nível de instalações, despesas de luz e água, inscrições nas provas e deslocações. Por sua vez, a equipa assegura a aquisição de material.
Na próxima época o objectivo é a manutenção. “O salto é muito grande, vamos jogar com equipas de vários pontos do País. Não será fácil, mas vamos procurar segurar a manutenção”, afirma Rui Sampaio Batista.
Ténis de mesa ganha nova dinâmica na região
Não é só a Cimentos Liz que tem registado uma dinâmica diferente nos últimos anos. A modalidade, de uma forma geral, assiste a uma evolução um pouco por toda a região.
No concelho de Leiria, além da Cimentos Liz, temos outros exemplos: a Casa do Povo de Monte Real, onde a secção de ténis de mesa, que esteve parada cerca de uma década, retomou a actividade em 2021, e esta época chegou à fase de qualificação nacional; e a Casa do Benfica, que criou também, há dois anos, a secção de ténis de mesa.
A Associação de Ténis de Mesa do Distrito de Leiria (ATMDL) tem hoje nove clubes filiados e a previsão é que, nos próximos meses, esse número cresça, já que têm sido vários os contactos de clubes que querem filiar-se, sobretudo do distrito de Santarém, onde não existe associação distrital.
“Após a pandemia verificou-se um crescimento incrível da modalidade, o que nos deixa muito felizes. O segredo é também o trabalho de equipa e a entrega à modalidade”, realça Mário Bento, presidente da ATMDL.
Na próxima época, nos nacionais, estarão três equipas da ATMDL (a Cimentos Liz e duas do Montamora), sendo este “um feito inédito na história da associação”.
A ATMDL tem 140 atletas federados, dos quais mais de metade são da formação, e 20 árbitros, delegados e treinadores. “Temos muitos miúdos a virem para o ténis de mesa. Não só pela curiosidade, mas também por já terem experimentado no desporto escolar e quererem continuar”, refere Mário Bento.
Na Associação Cultural Recreativa e Desportiva do Louriçal, em Pombal, o ténis de mesa foi reactivado em 2015 e, desde então, tem ganho uma maior relevância. Sobretudo devido a uma maior aposta na formação, que começou com visitas às escolas.
“Estas acções resultaram na inscrição de 10 crianças. O nosso objectivo é atrairmos cada vez mais jovens, no entanto, temos actualmente algumas limitações de espaço. Estamos já a fazer contactos para termos um pavilhão maior, e conseguirmos ter mais mesas e mais crianças”, refere Jairo Dias, responsável da secção, assegurando que, após ser ultrapassado o obstáculo do espaço, serão retomadas as visitas às escolas.
O clube tem 10 atletas na formação e 15 atletas seniores, tendo esta época sido campeão no Circuito Challenge.
No Montamora, clube de Ourém que dá cartas no ténis de mesa há já 11 anos, o crescimento da modalidade é visto com bons olhos. “É muito bom que esteja a ganhar mais vida. Precisamos desta nova dinâmica ao nível da competição, nomeadamente na formação, para darmos resposta aos jovens”, defende o presidente Sérgio Lopes.
O clube tem quatro equipas de ténis de mesa, duas delas nos nacionais e as outras duas no campeonato distrital de Leiria, e um total de 50 atletas, entre 31 crianças e 19 adultos.
O Montamora tem ainda dois treinadores, sendo o objectivo chegar aos oito. “Há uma carência de treinadores, que é necessário colmatar. No nosso clube temos muita actividade e temos de conseguir dar resposta”, salienta o responsável, que tem também em marcha um projecto com as escolas de Ourém, para divulgar ainda mais a modalidade junto dos mais novos.
