PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Entrevista

Catarina Dias: “Todos e todas devem ter acesso à formação artística”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Julho 6, 2023
em Entrevista
0
Catarina Dias: “Todos e todas devem ter acesso à formação artística”
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Formada em Sociologia, é originária de Alcobaça, mas reside em Leiria, onde desempenha funções no executivo de uma das maiores unidades territoriais do concelho, a União de Freguesias de Marrazes e Barosa.

É nesse contexto que Catarina Dias tem a responsabilidade de programar o festival de música Jazzmatazz!, entre outros projectos em que intervém, no âmbito social e da cultura.

Anteriormente, esteve ligada ao projecto Paredes Com História, dedicado à arte pública e pintura mural, em Leiria.

Foto de Ricardo Graça.

Com que objectivos começaram o Jazzmatazz!, em 2019?
Acontecia (e acontece) muita coisa em Leiria, mas havia uma centralização muito grande nos eventos. E achámos, até porque temos uma filarmónica que é uma das associações mais antigas do concelho, tendo um histórico de músicos e de música aqui na união das freguesias, que era importante haver um evento, nascido, criado, aqui, com o intuito de democratizar o acesso à cultura e à arte.

A descentralização da programação cultural ainda está por fazer?
Já se deram passos importantes, e todos os anos vemos essa mudança, mas ainda há, de facto, muito para fazer. E dar, também, a devida importância às filarmónicas. Além de o jazz ser uma dimensão artística que o executivo, de que eu faço parte, admira, e que consome enquanto público, tem que ver com a questão da aprendizagem e da formação, porque muito dos músicos de jazz começaram nas filarmónicas. Podemos fazer um paralelismo: as filarmónicas, desde sempre, tiveram esse papel de democratização, e o jazz, também desde o início, nunca foi de elite. Na verdade, era do povo.

Faz falta uma programação artística com mais dimensão e mais qualidade nas freguesias e por iniciativa das próprias juntas?
Acho que sim. Na diversidade da visão, e da oferta que pode haver, porque, ainda que haja (e ainda bem) algumas convergências e harmonias, todos temos uma sensibilidade diferente. Depois, as freguesias, pelo contacto mais directo, privilegiado, que têm com a população, [são] conhecedoras, não só dos gostos mas da necessidade, porque nós cremos que não temos de dar só aquilo que as pessoas querem, também devemos dar aquilo que na nossa visão achamos que é necessário. Por isso, dizemos que o Jazzmatazz! é muito mais do que um festival de música, é serviço público e é comunidade. Não o fazemos sozinhos, há outras entidades que acabam por colaborar no evento.

E têm a Mata de Marrazes.
Não foi à toa que [o Jazzmatazz!] começou aqui. A Mata [de Marrazes] sempre foi um local de encontro, para além de toda a sua beleza natural. Achámos que era importante [também] por ser junto do rancho folclórico para ir buscar a questão das raízes, da formação de todos, que todos e todas devem ter acesso à formação artística, cultural, tradicional, etnográfica. E continuamos, a custo, porque, quando dizemos que é bom as freguesias desenvolverem e dinamizarem este tipo de actividades, não podemos esquecer que isto custa dinheiro, portanto, tem de haver investimento. Nós não discutimos cachês, eu não discuto o valor das pessoas e do que elas fazem, porque é a profissão delas. Também queremos, de alguma maneira, educar nesse sentido. Facilmente damos 30 euros por uma refeição ou para um par de calças ou de sapatos e depois dificilmente damos 10 ou 20 ou 30 euros para ver um concerto, que é um momento único.

Pagam aos artistas, mas, por outro lado, oferecem concertos gratuitos.
E é uma questão que temos colocado, eu e o presidente, o Paulo Clemente. Tem de haver valorização do espectáculo, da dimensão artística imaterial, mas também temos de aprender a dar valor material ao imaterial. Será que as pessoas já estão preparadas? Ou, de que forma é que o podemos fazer? Talvez ainda não estejamos na altura certa para cobrar o valor devido. Nós somos uma autarquia local, temos outras obrigações e outras responsabilidades que não teríamos se fôssemos uma associação ou se fôssemos uma empresa de eventos. E tudo isto tem de pesar. Hoje, achamos que, ainda, se podemos, devemos fazer desta maneira.

As características dos lugares (como este) onde a cultura é oferecida contribuem para atrair novos públicos?
Disso, não tenho dúvida. Nós temos o Jazzmatazz! que acontece em Marrazes, que vai na quinta edição, mas, depois, temos o A Caminho do Jazzmatazz!, que este ano foi a terceira edição, na Barosa, no Picheleiro, no Janardo, a democratizar ainda mais e a descentralizar ainda mais. E a verdade é que o público, a maioria, são pessoas que não são público regular neste tipo de eventos.

A percentagem de espectadores que é residente nas freguesias de Marrazes e Barosa e vai ao Jazzmatazz! ou ao A Caminho do Jazzmatazz! é grande?
Curiosamente, o A Caminho do Jazzmatazz! tem mais público dos locais e da união de freguesias do que o Jazzmatazz! Marrazes em si. Às vezes, é uma questão de hábito, de quotidiano. E, depois, fomos para locais (com o A Caminho) que acabam por ter uma vivência ainda menos urbana, portanto, mais rural, onde, apesar da proximidade com o centro urbano, existe muito espírito comunitário. E, quando alguma coisa acontece na terra, as pessoas aderem.

Representa um potencial muito estimável.
E obriga-nos a reflectir, nomeadamente, sobre a forma como o Jazzmatazz! é feito e como é apresentado. Se continua a fazer sentido manter aqui a base ou se, mantendo a base, podemos diversificar mais.

Para alguns habitantes de Leiria, a Mata de Marrazes ainda é um destino a descobrir?
Não tenho dúvidas. Em dois minutos de carro, estamos no centro de Leiria, mas, digo sempre, o caminho tem dois lados. O centro também se pode deslocar para a periferia.

A Mata de Marrazes merece mais atenção e mais investimento do que aquele que tem tido?
Por todas as razões. A nível ambiental, no global, para o concelho, é um pulmão que aqui temos. E, obviamente, devia haver um investimento maior. Gostaríamos, nós, de ter essa capacidade financeira.

Pelo potencial que a Mata de Marrazes tem, até para a cidade, justifica-se que outras entidades, além da união de freguesias, tomem a iniciativa de a proteger?
E tem havido. É um trabalho que nunca acaba. Obriga a uma constante manutenção. Muitos dos projectos que temos feito, e inclusive o Jazzmatazz!, são apoiados pelo Município de Leiria. E muitas acções que têm vindo a ser feitas na Mata têm sido feitas com o apoio do município ou com o município como mediador entre algumas instituições. E empresas. Por exemplo, uma acção da PRF, que fez um investimento de replantação e já por várias vezes trabalhadores da PRF vieram, com apoio técnico, fazer a retirada de espécies invasoras.

Na união de freguesias há um número muito grande de nacionalidades. Os projectos relacionados com a cultura têm contribuído para criar pontes entre pessoas de origens diferentes?
Além do Jazzmatazz!, temos desenvolvido projectos relacionados com a Mata de Marrazes. O “Diz-me quem és”, em que foi feito um estudo por uma geógrafa, por uma bióloga, por uma socióloga e por uma arquitecta; com base na recolha das espécies que existiam, no plano de gestão da Mata, convidámos a Mara Mureș a fazer as ilustrações; projectos como os “Guardiões da Mata”, em que incluímos o Bairro Sá Carneiro, que tem recebido muita população e ele próprio está em transformação; o projecto “Há Pão Para Todos”, numa primeira abordagem mais direccionado para as questões da pobreza e da exclusão social, e, agora, estamos numa segunda fase, que é a da interculturalidade. Há uma riqueza e uma diversidade incrível nas pessoas, mas, no âmago, as nossas preocupações são as mesmas.

Agora que Portugal é um país receptor de migrantes, muito mais do que era, temos de fazer um melhor trabalho de acolhimento e de integração?
É muito importante. Não o fazer pode ter efeitos perversos.

Receberam, já este mês, o Novos Ventos, festival de teatro comunitário organizado pelo Leirena, que envolveu residências com grupos locais e espectáculos de teatro amador. O que fica, depois dos ensaios e das apresentações ao vivo?
O Novos Ventos já existia antes de eu vir para o executivo da junta de freguesia e é evidente o poder transformador que tem em quem participa, mas, também, em quem, não participando directamente, observa. É dos projectos mais generosos e resilientes que conheço.

E também faz ligações entre gerações.
Sim, este ano, a filarmónica, a Amitei, o agrupamento de escolas e o Lar Emanuel. É um projecto, também, ele, muito importante.

Muitas das iniciativas que a união de freguesias tem desenvolvido têm que ver com o fomento de uma sociedade menos desigual – recentemente, a toponímia no feminino. Os caminhos da igualdade ainda são muito longos?
São. E quando achamos que estão a encurtar, coisas acontecem. Do grupo de trabalho faz parte a Sofia Caseiro, que é uma investigadora na área dos direitos humanos. Tem sido uma preocupação nossa. Em 627 placas, são 29 que têm nomes de mulheres, incluindo as rainhas e as santas.

O que esperam que possa acontecer?
Foi muito interessante ver as respostas das pessoas. Curiosamente, a maioria, de homens, que apresentaram sugestões de mulheres. Houve sugestões a nível mundial, de mulheres que tiveram um impacto brutal para a Humanidade, outras a nível nacional e outras locais, de pessoas quase sempre ligadas à solidariedade. Não vamos retirar nomes de ruas, a ideia é tentarmos, a partir daqui, ter essa preocupação, quando se for atribuir um nome para uma rua. Só o facto de se falar disto, interessa muito. É um sintoma, como outros. Como vermos o número de mulheres em cargos executivos, tendo em conta a população feminina. Somos mais, temos mais escolaridade, mas não ocupamos os lugares de topo ou dificilmente lá chegamos. Termos consciência destes pequenos sinais, é meio caminho andado, se conseguirmos, e se quisermos, ver além deles. E parte de cada um de nós.

Previous Post

O Nascentes das Fontes

Próxima publicação

Novos Ventos. Teatro e circo contemporâneo no Parque Verde de Leiria encerram o festival

Próxima publicação
Novos Ventos. Teatro e circo contemporâneo no Parque Verde de Leiria encerram o festival

Novos Ventos. Teatro e circo contemporâneo no Parque Verde de Leiria encerram o festival

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.