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Home Opinião

Dicionário improvisado (XII)

Paulo Kellerman, escritor por Paulo Kellerman, escritor
Janeiro 5, 2023
em Opinião
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Automatismo 
E se um pássaro enlouquecer durante o voo? As asas continuarão a bater? 

Destino 
Ele disse: não mudo, não acredito na mudança, recuso-me mudar. A vida olhou para ele e franziu o sobrolho (faz de conta); coçou o queixo (faz de conta); pensou um pouco (faz de conta); por fim, respondeu: ok, mudo-te eu. 

Expectativa 
O céu nunca se apaixonou. Talvez por nunca ter encontrado ninguém que estivesse à sua altura. 

Fingimento 
A estranheza desce a rua a assobiar uma música de Natal; o assobio é para fingir normalidade, porque aquilo que mais preocupa a estranheza é que a possam achar estranha. As normalidades com que se cruza olham, ouvem e fingem ignorar; pensam: que estranho, assobiar uma música de Natal no início da Primavera. 

Monólogo 
As pessoas sentam-se por ali e falam. Ou vão caminhando enquanto falam. Contam de si, das suas dores e angústias, dos seus medos, das suas indecisões, das suas expectativas. Contam tudo de si. E o mar escuta. Desde o início da humanidade que o mar escuta os pensamentos das pessoas, como se fosse esse o propósito da sua existência. Mas será que alguém alguma vez se lembrou de perguntar ao mar se está tudo bem com ele? Se o mar tivesse uma mão, conseguiria contar pelos dedos dessa mão quantas pessoas já lhe perguntaram: e tu, tens coisas para contar? Mas claro que o mar não tem uma mão. Nem sabe contar. Nem sequer escuta o que lhe dizem. 

Multidão
Quantas pessoas serão? Centenas? Caminha entre elas, atento e curioso; ouve fragmentos de vozes, por vezes sente o cheiro de alguém; há fugazes trocas de olhares, que não conduzem a nada. Prossegue o seu avanço, curioso mas tímido. Centenas de pessoas, e cada uma delas representa um efémero momento de possibilidade; cada uma surge-lhe como um universo desconhecido e inalcançável, que pode tocar por acidente ou acaso, mas que nunca poderá realmente conhecer e compreender. E essa impossibilidade de conexão real parece-lhe triste, mas inevitável. Caminha entre a multidão, recolhendo fragmentos de vozes, cheiros, olhares, toques acidentais. Sentindo-se apenas mais um universo desconhecido e inalcançável de passagem.

Pormenor
Olhou-a. Depois imaginou como seria beijá-la. Focou-se no que imaginava, e foi construindo a fantasia pormenor a pormenor. Mais tarde, houve um momento em que aquilo que imaginara se converteu em memória. Um momento em que se convenceu de que a fantasia imaginada acontecera realmente. Agora, quando a reencontra no café, sorri-lhe sempre. Recorda como foi bom beijá-la; como gostaria de repetir. Não compreende por que motivo ela não corresponde ao seu sorriso. 

Rosto
Para cada emoção que sinto, o meu rosto escolhe uma expressão. Para cada pensamento que tenho, o meu rosto escolhe uma expressão. Olha o meu rosto, e conhecer-me-ás: emoção a emoção, pensamento a pensamento, expressão a expressão. (Sim, poderá demorar uma vida.)

Etiquetas: escritorhumanidademultidãoopiniãoPaulo Kellermanpoesiapraiaprosaregião de Leiriarostosorrisosozinho
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