Um banco concebido por Álvaro Siza Vieria, uma “conversadeira” desenhada por Souto Moura ou uma instalação, denomiada O viajante, assinada por Amanda Levete e Mia Hägg. Estas são algumas das peças da autoria de duas dezenas de arquitectos e designers, produzidas em pedra portuguesa, que fazem parte da exposição “A pedra e a mão”, inaugurada esta quinta-feira na Central das Artes, em Porto de Mós.
Depois de percorrer o mundo, a mostra regressa às origens, ao concelho de onde foi extraída a pedra usada em muitas das peças, e vai ficar patente até Março de 2024. “É um elogio a quem extrai e transforma a pedra” e a demonstração de que “já não há impossíveis neste sector”, salientou o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, durante a inauguração da mostra.
“A exposição A pedra e a Mão centra-se no facto de que foi através das suas próprias mãos que o ser humano iniciou a sua relação com este material sustentável. Foi também a partir da mão que os primeiros materiais ganharam forma”, explica Guta Moura Guedes, curadora da mostra
Na brochura de apresentação da exposição, a também presidente da experimentadesing, frisa que através desta coleção é possível ver “novas formas de usar a pedra, conhecer as ideias e as funções por detrás de cada projecto”. “É entrar num novo mundo”, diz a curadora.
Da mostra fazem parte obras da Primeira Pedra, um programa artístico iniciado em 2016 pela experexperimentadesign, que envolveu 36 autores de 15 países num projecto que esteve patente até 2022 no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa. Em Porto de Mós, estão agora expostas peças desenhadas por 20 designers e arquitectos nacionais e estrangeiros, produzidas por empresas de extração e transformação de pedra, a maioria delas com actividade na região
“É a prova da capacidade que o sector tem para executar obras em pedra”, salientou Filipe Miguel, representante da empresa Marfilipe, que, em 2016, desafiou a Assimagra – Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais, a lançar o projecto.
“São as empresas que viabilizaram tudo isto e que ajudaram a concretizar o sonho”, reconheceu Miguel Goulão, presidente da Assimagra, que, durante a inauguração da exposição, deixou também um agradecimento à população que convive com a extracção da pedra, por “perceber a essência da indústria extractiva”, que hoje “mais tolerada” devido “ao trabalho que o sector faz para minimizar os impactos”.
A exposição A Pedra e Mão conta com trabalhos de Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura, Amanda Levete, Bijoy Jain, Claudia Moreira Salles, Estúdio Campana, Fernando Brízio, Frith Kerr, Ian Anderson, Jasper Morrison, Jonathan Barnbrook, Jonathan Olivares, Michael Anastassiades, Michel Rojkind, Miguel Vieira Baptista, Pedro Falcão, Peter Saville, R2 e Sagmeister & Walsh.
A mostra pode ser visitada na Central das Artes de terça a domingo, entre as 10 e as 13 horas e entre as 14 e as 17 horas.