Promover a inclusão social, despertando simultaneamente os formandos para as potencialidades do emprego na área da indústria, são os objectivos do STEP2LAB, projecto internacional coordenado pelo Centimfe -Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos, que está a entusiasmar muitos jovens reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria (ex-Prisão-Escola).
Em equipa com Rui Soares, Liliana Ramos, do Centimfe, tem coordenado o projecto STEP2LAB, que teve início em Janeiro do ano passado e que será dinamizado ao longo de 30 meses, até Junho de 2024.
Liliana Ramos explica que em causa está um projecto abrangente, transversal a seis países europeus (Portugal, Alemanha, França, Espanha, Itália e Roménia), que visa promover a inclusão e a capacitação de jovens reclusos, atendendo às necessidades específicas do tecido empresarial de cada país.
O programa é destinado a pessoas dos 18 aos 23 anos, que [LER_MAIS]cumprem penas curtas ou se encontram em fim de pena. O objectivo é capacitar o público jovem, motivá-lo para a carreira profissional, para um projecto de vida sustentável e, naturalmente, dentro da lei.
Em Portugal, assim como na Alemanha, os parceiros optaram por apostar na indústria, em particular nos moldes e nos plásticos. Por cá, os jovens estão de tal forma entusiasmados com a formação que têm recebido do Centimfe nas instalações da Prisão-Escola, que há quem tenha frequentado o primeiro módulo e se prepare para continuar no segundo. E até há quem pense em prosseguir estudos no ensino superior, congratula-se Liliana Ramos.
Já terminou um primeiro módulo de 25 horas de formação, sobre Design Técnico – conceitos básicos de iniciação, que foi participado por 12 formandos. E dia 7 de Junho teve início o segundo módulo em Desenho Técnico- Conceito de Desenho Assistido por Computador (CAD), formação de mais de 25 horas, aberta a mais 12 jovens reclusos.
Depois destes dois módulos, está prevista a realização de um terceiro, sobre Desenho Técnico- projecto final, adianta a coordenadora. Para quem tem dinamizado os cursos, “tem sido um desafio e uma agradável surpresa, com alunos interessados e preparados”.
Na maioria das vezes, os jovens reclusos costumam ser capacitados para áreas diferentes, como jardinagem, agricultura ou cozinha. Esta formação “abre-lhes horizontes”, permite-lhes equacionar outras saídas profissionais, nota Liliana Ramos.
E o feedback tem sido positivo, com alguns destes formandos a pensar em prosseguir estudos, no ensino superior, em cursos técnicos superiores profissionais. Não é a primeira vez que o Centimfe trabalha em articulação com este estabelecimento prisional, onde, 2003, introduzia os reclusos a novas tecnologias.