A compra de copos de plástico para as Festas da Cidade, que se realizam de amanhã a domingo, na Marinha Grande, geraram contestação por parte de associações que participam neste evento.
Na reunião de câmara de segunda-feira, Cristina Carapinha, presidente do Sport Operário Marinhense (SOM), pediu palavra para manifestar o seu desagrado, também partilhado pelas colectividades da Ordem e da Comeira e a associação ADESER II.
“Porquê obrigar as associações a adquirir 1200 copos? Alguém questionou as associações sobre o consumo médio de copos por ano?” questionou Cristina Carapinha, salientando que a autarquia definiu a compra de 1200 copos para cada associação, o correspondente a um gasto de 300 euros, quando há casos de colectividades que ainda têm 900 copos da edição anterior das [LER_MAIS]Festas da Cidade.
“Por que estamos a comprar copos à Plásticos Futura? Certamente pediram três orçamentos e foi a empresa que fez preço mais barato. Para tornar o processo mais transparente, não seria melhor partilhar os três orçamentos com as associações?”, sugeriu a dirigente.
Segundo Cristina Carapinha, a empresa enviou um email às associações a informar que o pagamento fosse feito de forma antecipada e que os copos fossem pagos nas suas instalações. E perguntou: “por que não foi negociado pagamento depois das festas e as entregas feitas nas associações? E as que não têm disponibilidade financeira?”.
“É muito fácil negociar pelos outros sem os consultar. Mas não será isso um abuso de poder?” perguntou a presidente do SOM à autarquia. Solicitou a intervenção do município para que o pagamento dos copos seja feito após o evento e que as entregas dos copos sejam feitas nas associações ou no local das festas, uma vez que os dirigentes associativos são voluntários que não têm toda a disponibilidade para se deslocarem à empresa.
Ana Alves Monteiro, vereadora da Cultura, disse ter participado numa reunião, onde algumas associações transmitiram ter ainda copos da edição anterior e onde outras disseram não terem nenhuns. O procedimento do município, à imagem do que se passou noutros anos, foi encontrar forma de os copos serem comuns, expôs.
Explicou que os copos custam 25 cêntimos, mas serão vendidos nas festas, pelas associações, a 50 cêntimos. Pelo que estas “não perdem dinheiro”. E, ao contrário do que acontece noutros concelhos, como Leiria, onde “as associações pagam 1500 euros para estarem presentes”, exemplificou a autarca, na Marinha Grande não pagam nada.
“As festas são estruturas para dar melhores condições para as associações poderem dinamizar o seu espaço e ter usufruto da sua participação”, notou a vereadora. “A vossa participação enriquece o evento e é uma forma de dinamizar a associação”, disse ainda.
Além do investimento financeiro em copos, a suportar pelas associações, as vereadoras Alexandra Dengucho e Lara Lino questionaram também qual o conceito de sustentabilidade subjacente a esta compra, tendo Ana Alves Monteiro respondido que em causa está um eco-evento, onde cada copo pode ser reutilizado pelo utilizador.