PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Cinema | O Talento, a Meritocracia e a Incompetência

Cátia Biscaia, realizadora e fotógrafa por Cátia Biscaia, realizadora e fotógrafa
Novembro 19, 2022
em Opinião
0
Cinema | O Talento, a Meritocracia e a Incompetência
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Hoje não falo sobre um filme, em específico, e tampouco, sobre um realizador; mas sobre vários. Os vários e várias realizadoras que, por não viverem na grande metrópole, acabam por desistir das suas carreiras, por falta de oportunidades, mesmo tendo talento.

No geral, o talento é inato e construído. Alguém pode nascer com um talento imenso para algo, mas, tendo em conta as oportunidades, acaba por desistir dele ou continuar nele. Diz-se, então, que, qualquer pessoa que se esforce alcança todos os seus objetivos. Bem, de facto, para alcançar sonhos e objetivos é preciso esforço – não nego – no entanto, há quem tenha de se esforçar mais, e tantas vezes, esse mais, nem sequer é o suficiente. Ou porque não é branco, não é homem ou não nasceu ou não mora no local onde são oferecidas as oportunidades. E é sobre este último ponto que me quero focar. Onde moram os atores com carreira consolidada, realizadores e técnicos especializados? Lisboa, ou Porto, em menor escala. Onde estão as produtoras de cinema? Lisboa, ou Porto, em menor escala. Onde estão os decisores políticos? Em Lisboa. Quem oferece oportunidades para fazer cinema? As produtoras (que são especialistas das candidaturas aos apoios do Estado). E recordam-se onde estão as produtoras? Ah, pois. Lisboa. E de quem estas produtoras se irão cercar? De realizadores de Viseu, atores de Portimão e técnicos de Castelo Branco? Não, porque isso impõe que se gaste mais dinheiro em logísticas, restando menos para cada um.

Chegando a brasa à minha sardinha, imaginem agora um realizador, vamos-lhe chamar, Otávio, que nasça em Leiria e fique por cá a morar. Como consegue o Otávio as oportunidades se não se cruza nos cafés, bares e cinemas de Lisboa? Se não faz as amizades com as pessoas certas? Por mais talento que tenha, ao Otávio nunca serão dadas as mesmas oportunidades de brilhar que outro – vamos-lhe chamar, Gualter – que more em Lisboa. Tal como, Lisboa tem mais probabilidade de aparecer num filme que Leiria. Está tudo lá. O que significa que, mesmo que alguém não tenha o mínimo de talento, só por morar em Lisboa, onde tudo acontece, faz com que acabe por ter mais oportunidades, mesmo que não tenha talento.

Laurence J. Peter, psicólogo, juntamente com o dramaturgo Raymond Hull lançou, em 1969, o livro O Princípio de Peter. Nessa obra, defende que «com o tempo, cada cargo tende a ser preenchido por um funcionário incompetente para cumprir suas funções». Ora, o Otávio pode ser a pessoa ideal, se lhe derem um empurrão, de ter um filme português nomeado aos Óscares. No entanto, ele vai ser sempre preterido, porque mora a 1h15 de distância, e “não dá jeito” e vão sempre chamar o Gualter. O Gualter, pode não ter tanto talento, mas vão-lhe ser dadas as oportunidades. E será o cinema do Gualter melhor que o do Otávio? Ou vice-versa? Nunca saberemos. Não lhes foram dadas as mesmas oportunidades.

Com isto, não digo que o talento mora todo em Leiria, ou que Lisboa está cheia de incompetentes a quem foram dadas oportunidades mesmo sem ter talento. Nada disso. O que digo é que Portugal é mais amplo que Lisboa e que, ao serem fornecidos os apoios, deveria haver uma cláusula que os distribuísse pelo País. Até porque o Cinema acaba por ser um registo de um povo, a determinada altura. E, sinceramente, estamos atolados de registos de Lisboa, e contam-se pelos dedos, os registos de Leiria. E, o que é certo, é que ainda nenhuma longa-metragem portuguesa ficou nomeada aos Óscares.

Previous Post

Letras | Um Dia Lusíada

Próxima publicação

Dia Mundial dos Pobres

Próxima publicação

Dia Mundial dos Pobres

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.