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Letras | Gramática da Fantasia #125 azul

Patrícia Martins, mediadora cultural e artística, escritora e investigadora por Patrícia Martins, mediadora cultural e artística, escritora e investigadora
Outubro 31, 2022
em Opinião
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Letras | Gramática da Fantasia #125 azul
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Estes dias tem ecoado na minha cabeça a “125 Azul” dos Trovante… a versão do Carlão também serve… para o trautear diário com reverberação na cabeça… O mote devem ser os 125 euros da polémica que têm ocupado as redes sociais e as agendas do dia nas conversas de café… Acho que 125 era um bom título para um livro, para um filme ou para um remate qualquer que nos levasse a parte incerta… fosse lá com que música boa por companhia.

Economias e políticas à parte, que não gosto muito de falar do que não domino, eu sou das que prefere ver o copo meio cheio ao invés de meio vazio. Comecei a trabalhar nas férias com 14 ou 15 anos a fazer arquivo no escritório onde a minha mãe trabalhava. O patrão dela, achava piada à minha determinação, e naquela altura dava-me 50 contos por mês, para atender telefones, Exelis, bom dia!… e arquivar duplicados de fatura, notas de encomenda e guias de remessa em dossiês todos iguais e organizados numa prateleira. Não era mau e eu era grata pelo que recebia.

Nessa altura fazia quilómetros a pé para ir com a minha mãe para o trabalho, depois de uma boleia ou autocarro, porque cá em casa apenas havia um carro, e muitas vezes ficava em casa, porque o meu pai que trabalhava perto de casa, preferia ir de bicicleta para o trabalho, para poupar para as férias de verão, ou para a prestação da casa, ou para alguma coisa de marca que lhe pedíamos raras vezes. Era assim e pronto…

Foi com o dinheiro que ganhei nas férias que comprei os meus primeiros discos e tirei a carta de condução. Os livros vinham das poupanças do meu pai. Mais tarde fui trabalhar para uma livraria bonita enquanto estudava na ESAD. Não ganhava mal para a altura, sentia-me grata pelo trabalho que tinha e por ter a possibilidade de poder ir às Caldas alguns dias para assistir às aulas, no carro que andava a pagar às prestações e voltar de novo para a livraria, para conhecer, atender, apoiar nos eventos e crescer.

Às vezes sem eu estar à espera a Xana dava-me um cheque de 50, ou 80, ou 100 euros… dizia que era de horas a mais que eu tinha feito, ou um miminho pelo meu esforço… uma altura para além de médico de família, regalias da empresa e livros no aniversário ou nas apresentações de alguns escritores, recebia todos os meses um cheque de 50 euros… ficava grata, muito grata… porque nunca fui habituada a que me dessem nada, eu fazia as coisas porque gostava e porque como hoje gostava de vestir a camisola em tudo o que faço… Vou fazendo muitas coisas… e habituei-me a ser grata… a ir à luta…

Nunca recebemos abono de família, porque mesmo poupando muito, os meus pais ganhavam acima do ordenado mínimo e tinham uma casa própria. Acontece o mesmo agora cá em casa. Trabalho e pago. Poupo mais, trabalho mais, pago mais. Estou a pensar nos 125 euros… quanto a mim estou grata e ainda não os recebi. Acredito que nesta crise que atravessamos e que se avizinha pior, 125 euros para alguns são peanuts e motivos de crítica, ou de chacota nas redes sociais e nas conversas de café, ou de escárnio e indignação, mas para outras pessoas podem ser uma refeição quente, um miminho mesmo que singelo para os filhos, um mês de eletricidade ou de lenha, uma folga na renda da casa, ou um conjunto de roupa nova para os filhos…

Muitas vezes queixamo-nos de barriga cheia. E quantos de nós pensaram em doar os 125 euros, que nem nos fazem falta, porque são insignificantes, dizem por aí, ao vizinho do lado que está a passar mal? Pois…

tu-tu-ru-ru-ru-ru-ru-ru-tu-ru-ru-ru… Foi sem mais nem menos, que um dia selei a 125 azul… (assobio…)

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