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Home Sociedade

Transtorno obsessivo-compulsivo: quando os rituais deixam pouco espaço para viver

Daniela Franco Sousa por Daniela Franco Sousa
Abril 28, 2023
em Sociedade
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Transtorno obsessivo-compulsivo: quando os rituais deixam pouco espaço para viver
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“Até posso estar numa conversa animada com alguém. Se reparar que não tenho os meus cortinados perfeitamente alinhados e simétricos, enquanto não for concertá-los, não fico bem. Até deixo de ouvir o que a pessoa diz”, conta Ana Isabel, de 21 anos.

Para quem tanto se esforça em organizar, endireitar e ajeitar tudo ao seu redor, alguns itens domésticos são sinónimo de desconforto e de uma quase aversão. É o caso de lençóis com padrões ou listras. “Quando os tinha não conseguia dormir. Sempre que me mexia na cama, deixavam de estar direitos. Passava a noite a esticá-los.”

A ordem e a perfeição não são a única obsessão de Ana Isabel, que também impõe a cada um dos seus dias um rígido cronograma. “Quando me preparo de manhã, tenho que lavar sempre os dentes entre as 07:10 e as 07:12 horas, porque às 07:15 é altura de pôr o creme de rosto”, partilha a jovem estudante. Ana Isabel faz parte dos cerca de 1% a 2% da população mundial[LER_MAIS] que, ao longo da sua vida, é diagnosticada com Transtorno Obsessivo- Compulsivo (TOC), que a Organização Mundial de Saúde considera como uma das dez condições mais incapacitantes.

No seu caso, os primeiros sinais de que algo não estaria bem começaram quando tinha 10 anos. “Não suportava que as portas estivessem abertas. Tinha ataques de raiva e de choro compulsivo, enquanto não as fechassem.”

A família sempre estranhou o comportamento de Ana Isabel, a única, entre três irmãos, que sempre teve este tipo de “manias”. “No 9.º ano, uma psicóloga da escola deu conta do que eu tinha. Mas deixei de ter essa psicóloga e, até ao ano passado, o assunto ficou ‘esquecido’”, conta.

No ano passado, quando sentiu necessidade de recorrer a apoio especializado, já o problema tinha escalado. “Todas as coisas do meu mundo têm um lugar”, refere a estudante. Desde os chinelos de quarto até aos lugares onde cada um se senta à mesa, até à ordem pela qual cada um é servido no seu próprio prato.

“Tenho necessidade de controlar toda a minha vida. Se não a controlo, fico muito ansiosa. E como tenho expectativas e nem sempre as consigo concretizar, entro em frustração”, conta Ana Isabel.

Os rituais de confirmação são outra faceta do seu TOC. “Tenho que confirmar se o fogão e o forno estão desligados, se a porta de casa está fechada, se tenho tudo o que preciso dentro da mala. Confirmo sempre três vezes”, expõe. “Se não o faço, tenho sempre pensamentos maus, associados à morte. Que algo me acontecerá a mim, a familiares ou conhecidos”, justifica.

Tirar a carta de condução, por exemplo, foi esgotante, relata Ana Isabel. O instrutor pedia para ligar o carro, seguir e ligar os piscas, mas não era essa a “ordem” que a jovem considerava certa. “Tinha que fazer de outra maneira, sentia aquele impulso”.

Recentemente, a estudante mudou de psicóloga. Verifica que, gradualmente, tem vindo a conseguir contrariar-se nalguns rituais. “É importante. Os psicólogos dão ferramentas para conseguir lidar”, salienta.

Relevantes são também os amigos chegados que “compreendem” e tentam “distrair” com outra coisa, bem como a família, que tem vindo a aceitar.

Pelo consultório de Rita Morais, psicóloga clínica, têm passado vários casos de TOC, entre pessoas de diferentes géneros e idades. “É uma perturbação mental, que pode surgir em qualquer fase da vida, mas é mais comum a partir dos 12 ou 13 anos”, contextualiza a gerente da Sea Yourself (Nazaré).

São muitas as causas, refere Rita Morais. O TOC poderá estar associado a uma relação de dependência com um dos progenitores, que não promove a autonomia e resulta numa pessoa muito indecisa, ou com uma situação traumática. “Sendo que a pessoa já terá uma certa pré- disposição”, salienta.

“Não é uma situação nada fácil de tratar”, reconhece. “Estabelecer por si só uma relação terapêutica já é difícil, pelo rígido sistema de crenças, que antecede os rituais e obsessões do paciente”, nota Rita Morais. “São ordens neuróticas, que causam sofrimento. A pessoa está consciente que aquela crença não é real, mas não consegue não ter aquele comportamento”, aponta a psicóloga, exemplificando com o caso de um jovem de 16 anos, que tem acompanhado.

“Acreditava que, se pisasse fezes de animais na rua, contaminaria a casa e faria adoecer a família”, partilha a psicóloga, lembrando o mau estado em que se encontravam as suas mãos, de tanto as esfregar com álcool.

Na casa de uma outra paciente, que acordava às 5 da manhã para cumprir os seus rituais de limpeza diários, ninguém comia depois do jantar. Bastava uma migalha para ter de voltar a aspirar. Além do sofrimento do próprio, os casos de TOC costumam suscitar “vergonha e desgaste” na família, que tenta ocultar o problema. A especialista salienta os benefícios de articular um plano fisico-farmacológico e pscioterapia, com pais envolvidos no processo, capazes de gerir as expectativas dos resultados e a crítica. “Tenho necessidade de controlar toda a minha vida. Se não a controlo, fico muito ansiosa.

 

Etiquetas: rituaissaúde mentalsociedadetranstorno obsessivo-compulsivo
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