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Muito antes de se generalizarem as preocupações com o património e com o ambiente, a exposição O Saque da Cidade de Leiria iluminou a urgência de avaliar o modelo de desenvolvimento para o concelho.
Organizada em 1977 por um colectivo inspirado na visão de Jorge Estrela, constituiu, segundo o arquitecto Rui Ribeiro, uma iniciativa “muito à frente” do seu tempo.
Agora, 46 anos volvidos, é, finalmente, editado o catálogo da exposição, num projecto de Rui Ribeiro, José Marques da Cruz e Carlota Simões, que conta com o apoio do Museu de Leiria e da Fundação Caixa de Crédito de Leiria.
A apresentação do catálogo, com aproximadamente 200 páginas, acontece a 7 de Maio, pelas 15:30 horas, no Museu de Leiria.
O Saque da Cidade de Leiria baseou-se num levantamento de fotografias antigas e em novas imagens captadas no mesmo local e sob o mesmo ângulo, com textos de enquadramento. Fixou a evolução urbanística e a transição entre modos de vida.
Existia “a noção de que estávamos num momento charneira”, explica Rui Ribeiro.
Preocupações que estiveram na génese da exposição, relacionadas com a preservação do património edificado ou com a defesa do meio ambiente, por exemplo, “muitas delas só mais tarde é que vêm a ser preocupações generalizadas”, salienta.
A edição do catálogo, no próximo mês, conta com o apoio do Município de Leiria e da Fundação Caixa de Crédito de Leiria.
“A exposição O Saque da Cidade de Leiria, realizada em 1977, é o primeiro manifesto público de uma nova consciência, resultado por um lado da implantação do novo regime democrático e por outro de uma reacção cultural à desregulação originada pelos interesses imobiliários”, referia-se noutra exposição, muito mais recente, Leiria Tamanho e Desenho, apresentada no Museu de Leiria com comissariado científico de António Moreira de Figueiredo.
