Gosto de voltar ao escrito anteriormente. Como se esse assunto que anuncio como merecedor de umas palavras escritas e partilhadas fosse algo de interesse maior para além do sujeito que estas linhas escreve.
Não é, bem se sabe ou bem o sabe. A alguns (muitos ou a quase totalidade) leitores não lhe interessará muito este tipo de assuntos e, ao próprio que sobre eles escreve, raramente lhe assiste a intenção de mal dizer ou escarnecer sobre a sua – sim ainda se identifica profundamente com ela – Igreja. Está-lhe o sangue! Corre-lhe nas veias!
Muita pena terão alguns, mais do mesmo dirão outros e, ainda, outros haverá que bradarão pela respectiva laicidade dos espaços e canais.
A vida ensina que, tempos a tempos, até os mais distantes do assunto batem a algumas portas sagradas! Quer porque novas vidas aconteceram, compromissos há para assumir com determinada roupagem, ou o pior dos piores, há que haver um momento de despedida e celebração para aqueles que partem para o outro lado.
Acontece que este escrever sobre o acontecido, muito mais do que olhar pelos olhos de hoje algumas realidades do passado, se bem que há realidades que não há passado ou futuro que abençoe, intenta sublinhar vivências e partilhas que, de outro modo, ficarão para esquecimento.
Mudar de vida é sinal de derrota!? Acontece que para quem acredita ter uma missão neste mundo, não pode votar ao esquecimento a história recente, seus momentos e protagonistas.
Estranhos tempos estes, não pela pandemia, mas porque nos fomos instalando numa espécie de império dos sentados em que a liturgia e os sacramentos resumem a oferta da salvação e bitolam todas as práticas! Como se não houvesse vida para além dos espaços em que o incenso e algumas velas ainda fumegam.
Mudar é urgente. Não a mudança pela mudança mas a de quem acredita que só aquela poderá responder às reais necessidades do humano que anseia, tantas vezes incapaz de saber ou intuir, pelo divino. Quebrando as amarras que a história recente (e toda), cheia de práticas que inúmeras vezes impedem uma ânsia saudável e a procura livre para outros voos.
Sim, esta coisa do voar tem muito que se lhe diga e aprendendo não se quer outra coisa para si e para os outros! Porque voar faz parte da nossa identidade. Não somos de cá. Estamos de passagem! E a passagem implica algum lado!