PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Esquecer

Paulo José Costa, psicólogo clínico por Paulo José Costa, psicólogo clínico
Setembro 10, 2022
em Opinião
0
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Há uma volatilidade na consciência, no retrato que fazemos do mundo e de nós mesmos.

Ao aprender modificamos parte das memórias, criando outras novas. Para isso, precisamos esquecer.

Este paradoxo é um constructo da existência.

Do ponto de vista evolutivo, somos imaturos e incompletos, usando uma ínfima percentagem das competências que o cérebro proporciona.

Por sermos incompletos nas aptidões sensoriais, cognitivas, de memória, de atenção, de consciência e controlo, temos uma capacidade limitada de elaboração mental.

E isso acarreta vantagens.

Em paralelo, julgamos ter um retrato completo do que ocorre à nossa volta e do que sentimos ou intuímos, quando, no fundo, tudo é mera ilusão.

Vivemos na quimera de acreditarmos em nós.

Porém, se não acreditarmos, surge o dilema. Julgamos que abarcamos tudo, quando, em verdade, a consciência é volátil e efémera.

Temos, recorrentemente, a noção de que decidimos o que fazemos, quando a cada instante somos condicionados por necessidades e desejos.

O cérebro sofre modificações sempre que o corpo transmite ao sistema nervoso central as experiências vivenciadas. Ocorre um rearranjo dos circuitos neuronais, o que prioriza as activações cerebrais face a outras.

A mente serve o corpo. É uma estrutura especializada na interface com o exterior, assumindo funções de monitorização do próprio corpo.

Mark Solmes (neuropsicólogo sul-africano), afirma que a consciência é aquilo que acontece na memória de trabalho, algo que dura menos de um minuto e está constantemente a ser (re)edificada.

Há vários planos de funcionamento consciente.

O mais básico prende-se com a vigília: o estar acordado e perceber “onde” e “como” estamos.

Depois, há um outro: o da auto-reflexão (“o pensar em tudo”), descentrando-nos do imediato, movidos pela influência situacional, (p.e., quando atendemos ao que nos estimula), como escutar uma música que reporta experiências antigas.

E, depois, há a capacidade de (re)elaborar uma dada circunstância na presença ou ausência de outra(s) pessoa(s) significativa(s), que têm (ou tiveram) a capacidade de olhar para o nosso contexto, na perspectiva de partilhar uma história.

Essa partilha dos mesmos conteúdos mentais recorre ao constante aporte de informação que o corpo faz chegar à mente.

Quando a informação não existe, o cérebro deixa de trabalhar sobre esses conteúdos com um propósito: o de cuidar do corpo, dando-lhe o melhor equilíbrio possível.

O cérebro pode mudar de propósitos.

Prescindimos, (in)conscientemente, daquilo que o corpo já não precisa e adaptamos o que existe como matriz para novos dados de que carecemos no presente e futuro.

Quer a nível motor, emocional e autobiográfico, as memórias são reformuláveis. Modificar a nossa “base de dados” é viável.

É imprescindível libertar-nos do nosso “fardo” mental, dizendo: “Esquece”. Possibilitar que as memórias – boas ou más – fluam com calma para fora da consciência.

“Fechar as portas e as janelas da consciência durante algum tempo”, como afirmou Nietzsche.

“Permanecer imperturbado pelo ruído (…); arranjar espaço para coisas novas – é essa a finalidade do esquecimento activo, que é como um porteiro, preservador da ordem, do repouso e da etiqueta psíquicos”.

Nietzsche foi perentório ao afirmar: (…) “não poderia haver felicidade, (…) esperança, orgulho ou presente sem esquecimento”.

 

Etiquetas: opiniãoPaulo Costa
Previous Post

A falta de civismo retira qualidade de vida à nossa cidade

Próxima publicação

As pessoas

Próxima publicação

As pessoas

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.