Assinalou-se sexta-feira, 3 de Março, o Dia de Apreciação do Empregado, uma data que começou por ser celebrada no Estados Unidos, em 1995, e que foi ganhando adeptos em todo o mundo. Através deste dia, pretende-se promover o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos funcionários por parte das suas chefias.
Atendendo à efeméride, o JORNAL DE LEIRIA foi ao encontro de empregados e empregadores para perceber de que formas se expressa o reconhecimento dos recursos humanos nalgumas organizações do distrito de Leiria. Pagar propinas, garantir seguros de saúde e criar um ginásio na empresa são alguns desses “mimos”.
Quem promove este género de benefícios pretende cuidar do colaborador no seu todo, garantindo-lhes condições de saúde, bem-estar no contexto laboral e realização profissional, na expectativa [LER_MAIS]de que este também possa retribuir com mais motivação e sentido de pertença à organização. Já o trabalhador sente que a empresa aposta em si, um investimento que tende a quebrar a rotatividade de funcionários.
Filipa Oliveira, de Leiria, trabalha há cerca de dois anos na Umbelino Monteiro, fabricante de telhas localizada nas Meirinhas, em Pombal, onde actualmente é responsável pelo departamento de qualidade. Filipa é licenciada em Engenharia do Ambiente e foi por iniciativa da própria empresa que começou a frequentar uma pós-graduação em Tecnologias Cerâmicas. O curso está também a ser frequentado pela directora de produção da Umbelino Monteiro, conta Filipa.
Às duas funcionárias a empresa paga as propinas e as deslocações à Universidade de Aveiro e ao Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, em Coimbra, onde as aulas decorrem às sextas-feiras. Já aos sábados as sessões são realizadas online, em regime pós-laboral e, para compensar as trabalhadoras desse tempo despendido em formação, a empresa possibilita que estas possam usar das horas correspondentes noutra ocasião que lhes seja conveniente, refere Filipa.
“Sentimos que acreditam em nós, que representamos uma mais-valia para a empresa”, salienta a funcionária. É uma formação ainda dispendiosa, que implica deslocações também em horário laboral e à qual, de outra forma, as colaboradoras não poderiam aceder, nota Filipa, realçando que, além de apostar na formação dos funcionários, a Umbelino Monteiro disponibiliza médico na empresa, seguros de saúde e garante descontos na farmácia local. Acredita que são gestos deste tipo que minimizam a rotatividade de recursos humanos nas indústrias.
Em Leiria, também a Void, que se dedica a soluções de software à medida, aposta na formação. Neste momento, tem nove colaboradores em diversos tipos de curso, aos quais paga 100% do valor das propinas em áreas diversas, desde engenharias a inglês, passando por MBA e outra formação especializada. A esta formação soma-se ainda aquela que é ministrada através da Void Academy.
Mas os benefícios não se esgotam aqui. Cada trabalhador tem direito a gozar o seu dia de aniversário; todos os anos há uma actividade de team building (surf e descida do Mondego foram algumas das iniciativas já realizadas); há um almoço-convívio mensal; e promove- se workation de dois em dois meses (após sorteio, o felizardo colaborador tem hipótese de viajar para um destino novo, onde pode desfrutar de um mix de work (trabalho) e vacation (férias). A iniciativa arrancou no final do ano passado e já levou funcionários a Amesterdão e a Miami. E o próximo destino será Nova Iorque, adianta João Mota, administrador da Void.
Concursos internos, como a recente maratona de programação, oferecem ao vencedor um golden ticket, que lhe garante acesso directo a workation, conta o administrador. Num mercado internacional, onde se concorre com as grandes organizações de todo o mundo, é preciso captar os melhores programadores, realça João Mota, que continua a enumerar formas de reconhecer a equipa: possibilidade de trabalho remoto, psicóloga na empresa, lanche diário e sala de convívio, onde não faltam mesas de snooker e de pingue-pongue, instrumentos musicais e bar.
Dedicada sobretudo ao comércio online de artigos de moda e casa, a La Redoute, de Leiria, também se orgulha das inúmeras iniciativas com as quais, ao longo do ano, visa reconhecer os seus trabalhadores. Realça, por exemplo, “dias de férias adicionais por anos de antiguidade e oferta de presente para celebrar 30 anos de antiguidade”; também “protocolos em vigor em diversas áreas, entre as quais bem-estar e ginásios; serviço de saúde e vida pago pela empresa; serviços de medicina curativa disponíveis nas instalações da empresa uma vez por semana, análises clínicas e serviço de farmácia com descontos associados”.
A La Redoute adianta ainda ter um “grupo de colaboradores Redeventos que, ao longo do ano, organiza eventos desportivos e culturais, para juntar os colaboradores fora do tempo de trabalho”; e o Dia de Voluntariado, durante o qual, “uma vez por ano, o funcionário tem a possibilidade de voluntariar -se, durante o tempo laboral, para ajudar uma causa social, optando entre as várias associações/projectos dos quais a La Redoute é parceira”.
Descontos junto de várias entidades locais, presentes e café gratuito para todos os colaboradores fazem ainda parte destes sinais de apreço.