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Vinha aqui todo lançado para vos falar de coisas sérias, mas depois lembrei-me que estamos em Agosto e vocês querem é banhos.
Ou, pelo menos, molhar o pezinho que isso por aí até pode estar calor, mas o Atlântico é o Atlântico e, para além das mil horas de digestão, é preciso uma certa rijeza para ir a banhos assim sem mais nem menos.
Tenho que confessar que, hoje em dia, esta coisa do Mediterrâneo agrada-me mais.
Sem digestões, sem duas horas a ganhar coragem, sem ter de ir molhando a barriga e depois os braços e depois a cara…
Apetece? É levantar da toalha (ou da mesa do restaurante) e mergulhar. É mais prático…
Mas, enfim. Nem era sobre nada disto que vos queria escrever, até porque nem sequer estou de férias e, tirando alguns fins-de-semana, pouco me poderei meter de molho nos próximos tempos.
Vinha lançado para vos falar de coisas sérias, dizia, mas depois lembrei-me que é melhor deixar isso lá para Outubro. De certeza que ainda vou a tempo.
A imbecilidade de gente que “vai ao espaço” e ainda tem a gigantesca lata de dizer que é uma forma de contribuir para o futuro da humanidade e para a protecção do Planeta, por exemplo, é um tema que não tem prazo de validade.
E, seguramente, daqui a dois meses ainda vos poderei falar sobre as verdadeiras políticas urbanas focadas nas pessoas e não nos automóveis que estão a ser implementadas aqui em Barcelona por uma autarca de uma coragem aparentemente sem limites.
Por agora, será mais acertado falar-vos de outro tipo de coisas sérias, mais próprias da época e deixar-vos algumas sugestões para os vossos momentos de ócio estival.
Ouçam Alaska, da banda catalã Últim Cavall, uma pérola de dream pop que pede calor e estrada infinita pela frente e La Mida, o mais recente e luminoso álbum da também catalã, Anna Andreu.
Leiam Pequeno-almoço de campeões, obra maior (e alucinada) do mestre do desconcerto, Kurt Vonnegut.
Vejam Shitt’s Creek, hilariante série criada por Dan e Eugene Levy, disponível na HBO Max.
Ou então levantem-se da toalha, corram e atirem-se de cabeça no Atlântico.
Sem pensar duas vezes (porque se pensam duas vezes, já sabem o que acontece).
