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Home Opinião

Indolência

Nuno Reis, professor e investigador por Nuno Reis, professor e investigador
Agosto 13, 2022
em Opinião
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Agosto é o mês por excelência das férias.

As escolas encerram as suas atividades e à boleia das férias das crianças os pais tiram férias também.

As empresas e os serviços públicos ficam a meio gás, dando a sensação que o país fechou para férias.

Aliás, a famosa expressão “mete-se Agosto…” contém em si o aviso de que nada produtivo se fará neste mês.

As férias de Agosto são a altura ideal para passeios. Metade do país ruma a sul, para uns dias no ex-Allgarve.

Há quem prefira o interior com as suas praias fluviais, ou o inesquecível dueto nevoeiro/nortada das praias do Oeste.

Outros saem mesmo do país, procurando demolhar-se em águas mais ou menos cálidas.

Na semana passada houve até um português que foi ao espaço.

Enfim, quase ao espaço: se em vez do espaço o destino fosse o Algarve, o milionário português tinha chegado a Canal Caveira e voltava para trás.

Com a diferença que Canal Caveira tem bifanas melhores, já que a termoesfera está muito mal servida de tascas.

A gastronomia é, aliás, uma parte fundamental da experiência de Agosto em Portugal.

Haverá sempre uma sardinhada com amigos, um picnic com a família, e um casamento de familiares que vivem no estrangeiro.

Em comum, esses eventos têm a frase “eu não devia comer mais, mas pronto!”, enquanto se enfarda quantidades de mantimentos dignas de recordes do Guiness.

Entre os eventos, visitam-se restaurantes que têm aquela especialidade, só para matar saudades e manter um pouco saudável nível de colesterol.

A experiência total de Agosto inclui ainda o fracasso absoluto em atingir os objetivos.

Com o argumento de mais tempo livre dizemos que vamos fazer mais exercício, pendurar os candeeiros que ganham pó na garagem, e visitar aquela tia que não vemos há tempos.

Tomados pela indolência, não sobra tempo para nada disso porque ele é todo ocupado com sestas embaladas pela Volta a Portugal, torneios de sueca inconsequentes com a família, e debates acesos sobre questões fraturantes: está mais calor hoje ou ontem?

Melancia ou melão? Era melhor jogar o Ás de trunfo ou o terno de espadas?

Agosto convida a uma indolência que é, em boa verdade, inescapável.

De tal modo que faz parte da identidade nacional recente, das últimas décadas.

Antes, no Portugal rural, não havia tempo para a indolência.

Os ritmos do mundo rural não se compadecem com pausas, menos ainda quando são épocas de colheitas de legumes e cereais.

Mas a transformação da estrutura económica do país, primeiro para a indústria e depois para os serviços, a par da conquista do direito a férias, permitiu a pausa coletiva que ocorre em Agosto.

O indolente Agosto é, portanto, um tempo de repor energias antes de um recomeço.

Um tempo de ócio que estimula a criatividade e faz nascer novas ideias, germinar projetos, aprender novas habilidades.

Tal como um campo em pousio cria as condições para os ciclos posteriores serem mais produtivos, também a indolência de Agosto se revela determinante para enfrentar mais 11 meses de trabalho.

Boas férias a todos!

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: Nuno Reisopinião
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