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Home Opinião

A coisa perdida

Helena Rafael, assessora de imprensa por Helena Rafael, assessora de imprensa
Maio 26, 2022
em Opinião
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Conheci a obra do australiano Shaun Tan através de um desses livros inclassificáveis chamado Emigrantes.

Trata-se de uma novela gráfica de 136 páginas, sem uma única palavra, em que o autor desenha magistralmente em tons sépia e com um recurso irrepreensível à polissemia da luz e da sombra, o percurso e as repercussões de um processo de emigração.

Seguindo o trajecto do protagonista desde a sua partida em busca de um futuro melhor até ao país de chegada, Shaun Tan conduz-nos pelos meandros da solidão, do desemparo, do medo do desconhecido, mas também da surpresa da solidariedade e da comunhão com quem se vê forçado a partir.

Um livro graficamente belíssimo onde o autor encerra uma homenagem ao pai, que em 1960 emigrou para Austrália Ocidental vindo da Malásia.

Desde então sigo de perto a obra deste autor que em Portugal é publicado pela editora Kalandraka.

É difícil em toda a obra de Shaun Tan apontar qual o livro de que mais gosto.

Resultantes de um enorme virtuosismo artístico, em diálogo frequente com a história de arte, todos eles transportam um olhar singular e uma coragem rara na delicadeza com que o autor trata as personagens e as histórias em que elas habitam.

Personagens atravessadas pelo medo, o abandono, a assimetria e pela busca transversal da amizade, da compreensão e do amor (de salientar que Shaun Tan tem, além de uma licenciatura em Belas-Artes, formação em Literatura Inglesa pela Universidade de Western da Austrália).

The Lost Thing (A Coisa Perdida), livro que publicou em 1999 e o seu primeiro álbum ilustrado, é talvez aquele que mais me impressionou e que, desde então, mais tenho oferecido a amigos.

Relata a história de um rapazinho que, nas suas deambulações pela praia a apanhar caricas para coleccionar, encontra uma estranha criatura – uma forma gigante cheia de cores e funções, entre o aquático e o mecânico, que o cativa e o desafia para brincar.

Convictos de que a coisa está perdida, iniciam ambos, então, uma longa epopeia para encontrar o lugar a que ela pode pertencer, tendo para tal de enfrentar a indiferença do ambiente kafkiano que os rodeia, a repulsa de uma família alheada e idiossincrática, o esquecimento burocrático do departamento estatal dos perdidos e achados…

No final de muitas peripécias a Coisa Perdida descobre o seu lugar.

Mas o rapazinho que a encontrou é devolvido a um universo existencial onde a solidão e o apagamento são o denominador comum.

Neste livrinho intrigante cuja mensagem não é totalmente óbvia, apanágio da generalidade dos trabalhos do autor, o desenho de Shaun Tan deixa contudo no leitor, sob a forma de imagem, a voz da inocência e da candura da personagem principal ainda que pautada pela melancolia.

The Lost Thing deu origem ao filme homónimo, realizado pelo autor com a colaboração de Andrew Ruhemann, que venceu o Óscar de Melhor Curta de Animação em 2011. 

O filme está disponível na íntegra na internet e pode ser visto neste link – https://www.dailymotion.com/video/x2wrare.

O filme, tal como o livro, termina com um monólogo interior do rapazinho já crescido dentro de um transporte público igual a todos os outros no ambiente amorfo da cidade, em que constata que cada vez encontra menos coisas perdidas talvez porque esteja muito ocupado para reparar nelas.

Nunca sei em que secção da livraria devo procurar os livros de Shaun Tan.

 

 

Etiquetas: Helena Rafaelopinião
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